Até pouco tempo, o mundo empresarial e o mercado faziam a seguinte pergunta a petistas influentes: Dilma vai deixar os juros subirem? Deixou. Agora, o questionamento é outro: ela vai aprender, de fato, com seus erros?
Indagação reveladora do nível de dúvida reinante entre economistas e empresariado sobre o que o governo fará para corrigir seus equívocos e conduzir a economia diante do período de turbulências à frente.
Reflexo dos erros palacianos, a margem de manobra da política econômica ficou estreita. A inflação ainda está acima de 6%, o dólar vive tempos de pressão e incerteza, a gasolina terá de subir e as contas externas registram rombo recorde.
Empresários e analistas têm ouvido que, sim, Dilma assimilou as críticas e já busca ajustar a rota. Deixou de brincar com a inflação como fez até o início do ano, parou de satanizar o desejo de lucro dos empresários e abriu as portas do Palácio do Planalto para sua base aliada.
Passos que, por enquanto, ainda não foram suficientes para eliminar o ceticismo sobre o tamanho da convicção presidencial no novo rumo. Daí a falta de confiança do empresariado na economia brasileira.
Em breve a conversão dilmista será testada. Nesta semana, o BC subirá os juros de novo e pode ser obrigado a aumentar a dose nas próximas reuniões do Copom por causa do dólar em alta, algo que causa arrepios e ranger de dentes no Planalto.
Uma série de leilões de concessões --de rodovias, aeroportos e petróleo-- será feita neste segundo semestre. O resultado mostrará se Dilma realmente entendeu que investidor só entra num negócio que dá retorno e não leva em conta esse discurso de patriotismo.
Enfim, Dilma está mudando, mas outra dúvida fica no ar: a tempo de remover os riscos pela frente e garantir a reeleição? O petismo diz que sim. A conferir. Um resultado já é certo: sua teimosia terá feito o país crescer muito pouco em seu mandato.
Fonte: Folha de S. Paulo
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