- Folha de S. Paulo
O ex-presidente Lula e sua criatura, Dilma Rousseff, vêm acusando cada vez mais o golpe que se auto-infligiram nos últimos anos, com escândalos no campo criminal e atrocidades na economia.
"O PT não pode ficar acuado diante dessa agressividade odiosa", disse Lula nesta semana. E conclamou dirigentes do partido a aprofundar relações com movimentos sociais como CUT e MST.
O isolamento de Lula e do PT fica evidente quando apelam a movimentos que defendem justamente o contrário do que a presidente diz que vai fazer.
Dilma recriada pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) agora promete um "grande corte" nos gastos públicos. E só, não passa disso. "Agora é nossa vez, vamos conter os gastos", diz a presidente.
É a mesma pessoa que em 2005 (na Casa Civil) tachou de "rudimentar" proposta de equilibrar o déficit público no longo prazo e que, nos últimos 12 meses, permitiu que ele dobrasse.
Os movimentos de Lula e Dilma mostram o tamanho do atraso político e econômico em que estão metidos. Como ficaram ultrapassados e estão caindo de podres.
Anacronismo de Lula ao apelar para o "exército" datado do MST de João Pedro Stedile em oposição a manifestações de rua gigantescas; e derrota total de Dilma ao enterrar sem cerimônia toda e qualquer agenda sua para dar carta branca a um ministro que considera que ela age "não da maneira mais efetiva".
No caso da presidente, a "tomada de poder" por Eduardo Cunha (na Câmara) e Renan Calheiros (no Senado) tem menos a ver com sua irrisória popularidade do que com um vácuo total de agenda e ideias para o país.
Depois de 30 anos de redemocratização e 20 de estabilização econômica é como se chegássemos no futuro voltando ao passado. E sem projeto de futuro.
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