Catia Seabra, Gustavo Uribe – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Arregimentados pelo PT de São Paulo, Movimentos Sociais preparam um ato na porta do Fórum na Barra Funda, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestará depoimento na manhã do dia 17, uma quarta-feira.
CUT (Central Única dos Trabalhadores) e MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) estão entre os organizadores do protesto. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) avalia se vai participar.
Segundo organizadores, Lula deverá caminhar entre seus apoiadores, onde prestará depoimento sobre suposta ocultação de patrimônio na compra de um apartamento tríplex no Guarujá. O grito de guerra será "Lula é meu amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo".
O PT pretende ainda fazer manifestações de desagravo dois dias antes do depoimento, na reunião do conselho da presidência do PT, na capital paulista, na qual Lula deve participar. O petista também receberá defesas públicas na festa de 36 anos do partido, que será realizada no final deste mês no Rio de Janeiro
Além do ato durante o depoimento, os movimentos sociais preparam uma marcha em Brasília no dia 16 de março.
O depoimento do ex-presidente foi marcado a pedido do promotor Cássio Conserino, que diz haver indícios de que os investigados tentaram esconder a real identidade do apartamento, situação que configuraria crime de lavagem de dinheiro.
Tríplex
O tríplex no no Guarujá também é alvo de investigação da 22ª fase da Operação Lava Jato, que investiga as transações envolvendo o imóvel.
Em seu despacho sobre a operação, o juiz federal Sergio Moro afirma haver a suspeita de que a empreiteira OAS "teria utilizado o empreendimento imobiliário no Guarujá para repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras".
A esposa de Lula, Marisa Letícia, adquiriu a opção de compra do tríplex em 2005 por meio da cooperativa habitacional Bancoop, a antiga titular do condomínio sob investigação. Em 2014, o tríplex foi totalmente reformado pela OAS. Porém, em novembro de 2015, a assessoria de Lula informou àFolha que a família havia desistido de ficar com o imóvel.
O recuo ocorreu após as informações sobre o apartamento ganharem visibilidade na imprensa e a Lava Jato levar à prisão o ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, além de executivos da OAS.
Outro imóvel ligado a Lula, um sítio em Atibaia que está em nome de sócios de um filho do petista, também está sendo investigado.
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