O Estado de S. Paulo
Partidos lançam mulheres de última hora, por exclusão, como coadjuvantes e quebra-galhos
Federações, partidos e campanhas deixaram
para a última hora, ou último dia, o lançamento de candidatas, até a presidente
da República, mas, ora, ora, principalmente a vices em chapas para presidente e
governadores. Mais uma vez, como sempre, são ótimas mulheres, mas entram como
coadjuvantes, ou quebra-galhos. As últimas não serão as primeiras.
Depois de meses de brigas e traições, o
“centro democrático”, ou “terceira via”, minguou sem o União Brasil, jogou a
toalha e rendeu-se à única solução disponível: a senadora Simone Tebet
(MDB-MS). Se partidos e caciques estivessem unidos e a candidatura largasse com
chances, seria mesmo uma mulher?
Tebet, 52, tem preparo, seriedade, princípios e DNA (seu pai, Ramez Tebet, foi um respeitável presidente do Senado) e brilhou na CPI da Covid. Mas, na verdade, só virou a segunda presidenciável, ao lado de Vera Lúcia, do PSTU, porque os tucanos implodiram a candidatura de João Doria e não construíram a de Eduardo Leite.
Igualmente mulher, senadora, advogada, de
Mato Grosso do Sul e quase da mesma idade de Tebet, Soraya Thronicke (49) foi
lançada à Presidência aos 45min do 2º tempo, depois que o União
Brasil, que tem o maior fundo eleitoral e o
maior tempo de TV, desistiu da “terceira via”, tirou Sérgio Moro do Podemos e
da disputa presidencial e queimou combustível com Luciano Bivar, o que foi sem
nunca ter sido.
Quando ele parou de brincar e foi disputar
a reeleição à Câmara, a alternativa era Luiz Henrique Mandetta, demitido do
Ministério da Saúde por Bolsonaro, mas ele exigiu a presidência do partido e o
controle do fundo e da TV. Nada feito? Ok. Thronicke, senadora em primeiro
mandato, ficou na cabeça de chapa e o ex-secretário da Receita Marcos Cintra,
na vice, bloqueando a ida do UB para Jair Bolsonaro ou Lula.
Thronicke bate de frente com Tebet e o
Estado de ambas só não teve uma candidata a vice porque Bolsonaro desdenhou da
ex-ministra Tereza Cristina em favor de outro general, Braga Netto. E quem
escolheu uma mulher para sua vice foi Ciro Gomes, a vice-prefeita de Salvador,
Ana Paula Matos, do seu partido, o PDT. Foi por exclusão, depois de esgotadas
as tentativas de atrair PSD e UB.
Em São Paulo, com a empresária e professora Lúcia França na vice de Fernando Haddad, a chapa tem dois professores, repete a fórmula PT-PSB de Lula e Geraldo Alckmin e é uma tremenda novidade no principal Estado do País – que já teve 164 governadores e vices, nenhuma mulher –, quando o eleitorado feminino é maioria no País e refratário a Bolsonaro. O que mais pesou, porém, foi o marido de Lúcia, Márcio França. Esse, sim, traz votos.
3 comentários:
Depois do fiasco da Dilma o medo de mulheres na política aumrntou.
As mulheres de USA, preparadas e acostumadas com o poder, não conseguiram ser presidente.
Elegeram uma mulher pra presidenta e depois tiraram,grande coisa!
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