Ex-presidente ressalta que partido já tem aliança com DEM e PPS e critica Lula por lançar Dilma de "forma precipitada"
RECIFE. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rejeitou ontem a formação de uma chapa “puro-sangue” do PSDB para disputar a sucessão presidencial em 2010. Os tucanos têm dois pré-candidatos que disputam a indicação, os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves. Nos bastidores do partido, há a informação de que Aécio poderia ser vice de Serra, o que o mineiro nega.
— Dentro do PSDB, estamos unidos. Com o DEM, já estamos.
Com o PPS, também. Temos, ainda, fragmentos do PMDB. Mas a nós não interessa uma política à base de alianças moral e intelectualmente frouxa, para repetir uma expressão usada por um aliado do presidente Lula — disse Fernando Henrique, que foi a Recife para prestigiar o lançamento do livro “Política das ideias”, do senador Marco Antônio Maciel (DEM-PE), que foi seu vice-presidente.
FH diz que Serra e Aécio não agem como candidatos
Fernando Henrique também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que seu sucessor errou ao lançar, de forma “precipitada”, o nome da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão presidencial: — Foi um erro estratégico.
Não é preciso definir logo o candidato. Ele precipitou isso.
Saiu logo com a candidata dele.
O que aconteceu? Ela não está crescendo, até caiu. Por que vamos arriscar? (lançando um nome). Pode até haver outras razões que desconheço para que ele tenha precipitado a sucessão. Acho que esse não é ainda o momento de falar nisso, mas de trabalhar pelo Brasil — afirmou.
Para Fernando Henrique, os governadores de São Paulo e de Minas Gerais não agem como candidatos ao percorrerem o país: — Isso é normal, mas ainda não é hora de assumir. Pela lei, ninguém pode fazer campanha ainda. Eles estão apenas medindo a popularidade.
Fernando Henrique afirmou que o PSDB não vai precisar articular discurso para desmontar o governo do presidente Lula na campanha de 2010.
— Nem sei se isso vai ser necessário.
Acho que ninguém ganha eleição desmontando outra.
Eleição se ganha olhando para a frente e não para trás.
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