DEU EM O GLOBO
SÃO PAULO e BRASÍLIA. - Natural de Pedregulho (SP), onde nasceu em 18 de agosto de 1938, Orestes Quércia começou a vida pública no movimento estudantil. Foi vereador e prefeito de Campinas, senador, deputado estadual, vice- governador e governador de São Paulo (de 1987 a 1991, derrotando Paulo Maluf), tornandose um dos políticos mais influentes do estado nas décadas de 70 e 80. Sua base estava no interior, onde ajudou a criar mais de 300 diretórios do PMDB, e cuja lealdade passou a ser conhecida como “quercismo”.
Formado em Direito pela PUC de Campinas, foi eleito vereador em 1963 pelo Partido Libertador.
Com a extinção dos partidos pelo Ato Institucional no- 2 (de outubro de 1965), filiou-se ao MDB, pelo qual foi eleito deputado estadual em 1966. Na Prefeitura de Campinas, conquistada em 1968, a gestão foi marcada por obras (estação de tratamento de água, casas populares e de avenidas) e denúncias de corrupção.
Num sinal de força política e do crescimento do então MDB, foi eleito senador por São Paulo em 1974. Bateu por quase três milhões de votos o senador e exgovernador Carvalho Pinto, candidato do regime militar. Assumiu o mandato em 1975 e, no ano seguinte, passou a criticar a política econômica do governo do general Ernesto Geisel e o que considerava ser a desnacionalização da economia.
No governo paulista, investiu na reforma de estradas, construiu o Memorial da América Latina e o Metrô sob a avenida Paulista. Mais uma vez, vieram à tona denúncias de corrupção.
Quércia foi acusado de quebrar as finanças do estado, mas conseguiu eleger seu sucessor (Luiz Antonio Fleury Filho), em 1990.
Também era empresário nos ramos imobiliário e de comunicação, além de investir no setor agropecuário. Quércia viu sua influência diminuir progressivamente no PMDB. Em 1988, André Franco Montoro, Mario Covas e Fernando Henrique Cardoso se juntaram para criar o PSDB. Em 1991, Quércia assumiu a presidência do PMDB. Continuaram a pesar contra ele acusações de mau uso do dinheiro público.
Concorreu à Presidência da República pelo PMDB em 1994, com desempenho pífio: tevepouco mais de 2,7 milhões de votos (4,4% dos válidos) e ficou em quarto lugar na disputa. Em 1998, tentou voltar ao Palácio dos Bandeirantes, mas assistiu à reeleição de Covas. Em 2002, aliado ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, ficou em terceiro na corrida pelo Senado. Desde então, tornou-se oposição a Lula.
Quércia morreu ontem em São Paulo, aos 72 anos. Lutava contra um câncer de próstata e estava no Hospital Sírio Libanês.
Candidatou-se ao Senado este ano, mas desistiu para se tratar e anunciou apoio a Aloysio Nunes Ferreira (PSDB). Enquanto o seu partido fechava com Dilma Rousseff, Quércia apoiou Serra.
Segundo boletim médico, ele morreu às 7h40m, com câncer “em estágio avançado”. Seu corpo foi velado à tarde no Palácio dos Bandeirantes. O enterro será às 9h de hoje, no Cemitério do Morumbi. Deixa a mulher, Alaíde Quércia, e quatro filhos.
O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, chegou ao Sírio Libanês às 10h para prestar solidariedade à família de Quércia. Alckmin destacou importância dele na redemocratização do Brasil na época do bipartidarismo de Arena e MDB.
Em nota de pesar, o presidente Lula disse que Quércia foi da ala dos desenvolvimentistas, “que pensam o país para além do seu tempo”. O presidente afirmou que a eleição de Quércia para o Senado, em 1974, “foi um marco na luta pelo restabelecimento da democracia”.
“Recebo a notícia da morte do ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, com pesar.
Nem sempre estivemos do mesmo lado na política, mas Quércia sempre foi da ala dos desenvolvimentistas, que pensam o país para além de seu tempo. Sua eleição para o Senado em 1974 foi um marco na luta pelo restabelecimento da democracia.
Presto minha solidariedade a sua família, seus amigos e correligionários”, diz a nota.
Como presidente do PMDB, o vice-presidente eleito Michel Temer divulgou nota lamentando a morte. Na nota, Temer diz que Quércia “teve desempenho brilhante no exercício de seu mandato de senador e um marcante trabalho executivo como governador de São Paulo”. E acrescentou que o PMDB lamenta o falecimento de um dos maiores líderes do partido.
NOTA DO PRESIDENTE LULA
“Recebo a notícia da morte do ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, com pesar. Nem sempre estivemos do mesmo lado na política, mas Quércia sempre foi da ala dos desenvolvimentistas, que pensam o país para além de seu tempo. Sua eleição para o Senado em 1974 foi um marco na luta pelo restabelecimento da democracia. Presto minha solidariedade a sua família, seus amigos e correligionários”.
SÃO PAULO e BRASÍLIA. - Natural de Pedregulho (SP), onde nasceu em 18 de agosto de 1938, Orestes Quércia começou a vida pública no movimento estudantil. Foi vereador e prefeito de Campinas, senador, deputado estadual, vice- governador e governador de São Paulo (de 1987 a 1991, derrotando Paulo Maluf), tornandose um dos políticos mais influentes do estado nas décadas de 70 e 80. Sua base estava no interior, onde ajudou a criar mais de 300 diretórios do PMDB, e cuja lealdade passou a ser conhecida como “quercismo”.
Formado em Direito pela PUC de Campinas, foi eleito vereador em 1963 pelo Partido Libertador.
Com a extinção dos partidos pelo Ato Institucional no- 2 (de outubro de 1965), filiou-se ao MDB, pelo qual foi eleito deputado estadual em 1966. Na Prefeitura de Campinas, conquistada em 1968, a gestão foi marcada por obras (estação de tratamento de água, casas populares e de avenidas) e denúncias de corrupção.
Num sinal de força política e do crescimento do então MDB, foi eleito senador por São Paulo em 1974. Bateu por quase três milhões de votos o senador e exgovernador Carvalho Pinto, candidato do regime militar. Assumiu o mandato em 1975 e, no ano seguinte, passou a criticar a política econômica do governo do general Ernesto Geisel e o que considerava ser a desnacionalização da economia.
No governo paulista, investiu na reforma de estradas, construiu o Memorial da América Latina e o Metrô sob a avenida Paulista. Mais uma vez, vieram à tona denúncias de corrupção.
Quércia foi acusado de quebrar as finanças do estado, mas conseguiu eleger seu sucessor (Luiz Antonio Fleury Filho), em 1990.
Também era empresário nos ramos imobiliário e de comunicação, além de investir no setor agropecuário. Quércia viu sua influência diminuir progressivamente no PMDB. Em 1988, André Franco Montoro, Mario Covas e Fernando Henrique Cardoso se juntaram para criar o PSDB. Em 1991, Quércia assumiu a presidência do PMDB. Continuaram a pesar contra ele acusações de mau uso do dinheiro público.
Concorreu à Presidência da República pelo PMDB em 1994, com desempenho pífio: tevepouco mais de 2,7 milhões de votos (4,4% dos válidos) e ficou em quarto lugar na disputa. Em 1998, tentou voltar ao Palácio dos Bandeirantes, mas assistiu à reeleição de Covas. Em 2002, aliado ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, ficou em terceiro na corrida pelo Senado. Desde então, tornou-se oposição a Lula.
Quércia morreu ontem em São Paulo, aos 72 anos. Lutava contra um câncer de próstata e estava no Hospital Sírio Libanês.
Candidatou-se ao Senado este ano, mas desistiu para se tratar e anunciou apoio a Aloysio Nunes Ferreira (PSDB). Enquanto o seu partido fechava com Dilma Rousseff, Quércia apoiou Serra.
Segundo boletim médico, ele morreu às 7h40m, com câncer “em estágio avançado”. Seu corpo foi velado à tarde no Palácio dos Bandeirantes. O enterro será às 9h de hoje, no Cemitério do Morumbi. Deixa a mulher, Alaíde Quércia, e quatro filhos.
O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, chegou ao Sírio Libanês às 10h para prestar solidariedade à família de Quércia. Alckmin destacou importância dele na redemocratização do Brasil na época do bipartidarismo de Arena e MDB.
Em nota de pesar, o presidente Lula disse que Quércia foi da ala dos desenvolvimentistas, “que pensam o país para além do seu tempo”. O presidente afirmou que a eleição de Quércia para o Senado, em 1974, “foi um marco na luta pelo restabelecimento da democracia”.
“Recebo a notícia da morte do ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, com pesar.
Nem sempre estivemos do mesmo lado na política, mas Quércia sempre foi da ala dos desenvolvimentistas, que pensam o país para além de seu tempo. Sua eleição para o Senado em 1974 foi um marco na luta pelo restabelecimento da democracia.
Presto minha solidariedade a sua família, seus amigos e correligionários”, diz a nota.
Como presidente do PMDB, o vice-presidente eleito Michel Temer divulgou nota lamentando a morte. Na nota, Temer diz que Quércia “teve desempenho brilhante no exercício de seu mandato de senador e um marcante trabalho executivo como governador de São Paulo”. E acrescentou que o PMDB lamenta o falecimento de um dos maiores líderes do partido.
NOTA DO PRESIDENTE LULA
“Recebo a notícia da morte do ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, com pesar. Nem sempre estivemos do mesmo lado na política, mas Quércia sempre foi da ala dos desenvolvimentistas, que pensam o país para além de seu tempo. Sua eleição para o Senado em 1974 foi um marco na luta pelo restabelecimento da democracia. Presto minha solidariedade a sua família, seus amigos e correligionários”.
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