NOVO CAPÍTULO DO ESCÂNDALO
Partido está preocupado, já que o julgamento do caso vai ocorrer no mesmo ano das disputas municipais
Gerson Camarotti e Maria Lima
BRASÍLIA. A estratégia é insistir até o fim na tese de que o mensalão nunca existiu, que foi uma farsa montada pela oposição e que tudo não passou de caixa dois. Mas o PT já admite que terá desgaste nas eleições municipais de 2012 com os efeitos do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), dos envolvidos no escândalo, que deverá ocorrer no primeiro semestre de 2012. Por isso, o partido já trabalha para tentar diminuir as sequelas e o desgaste eleitoral.
A ordem é tentar restringir o fato a um problema de caixa dois. A principal arma dos candidatos petistas, que podem ter que dividir a campanha com o banco dos réus, será usar a força eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compensar o prejuízo. Principalmente nas grandes cidades. No final do ano passado, Lula prometeu a José Dirceu, deputado cassado e ex-ministro da Casa Civil, que viajaria o país inteiro para desmontar "a farsa" do mensalão. Na sexta-feira, sem citar o mensalão, Lula disse que voltará "a andar pelo país".
Há preocupação especial na disputa de prefeituras como a de São Paulo. No estado, está concentrado o maior número de mensaleiros: além de Dirceu, o ex-presidente da Câmara deputado João Paulo Cunha (PT-SP); o ex-líder do governo Professor Luizinho; o ex-presidente do PT José Genoino; e o secretário-geral do PR (ex-PL) deputado Valdemar Costa Neto.
- Esta é uma preocupação real. Dependendo do desfecho do julgamento, isso será usado na campanha eleitoral. E pode influenciar as eleições municipais. Temos que ter cuidado, pois a disputa do próximo ano será o primeiro passo das eleições de 2014 - disse o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que presidiu a CPI dos Correios, em 2005.
FONTE: O GLOBO
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