Ricardo Brito
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), defendeu ontem que o deputado tucano Carlos Alberto Leréia (GO) se licencie do partido até que as investigações contra ele em curso na Câmara sejam concluídas. Leréia é suspeito de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para investigá-lo.
O deputado do PSDB também é alvo de representação na Corregedoria da Câmara. Ele já apresentou sua defesa prévia. Nos últimos dias, grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal no curso da Operação Monte Carlo mostraram uma relação próxima entre Leréia e Cachoeira. Em um dos diálogos, de abril do ano passado, o deputado tucano pede a senha de segurança do cartão de crédito do contraventor. Ao recebê-la, ele diz: "É bom que pode gastar seu dinheiro aqui, então".
"Por mais que seja constrangedor para o partido, chegou a hora de o partido tomar uma providência", afirmou o líder do PSDB no Senado. Dias disse que Leréia deveria tomar a mesma atitude do deputado Stephan Nercessian, do PPS do Rio, que pediu afastamento do seu partido, assim que foi revelado que recebeu recursos de Cachoeira. "Ele deveria se afastar no decorrer das investigações."
Alvaro Dias também pede que o PSDB nacional abra um processo disciplinar contra o deputado goiano, uma vez que, até o momento, o diretório estadual, a quem caberia, segundo o líder, fazer a apuração da conduta dele, ainda não tomou qualquer providência.
Perillo
Contudo, o líder do PSDB não tem a mesma posição quando se refere ao governador de Goiás, Marconi Perillo. Para Dias, apesar de classificar como "delicada" a situação de Perillo, o partido tem que esperar o "inevitável" depoimento dele à CPI do Cachoeira para decidir qual providência vai tomar.
"(Abrir processo disciplinar contra Perillo) antes de ele falar, não", afirmou o líder tucano. Segundo Dias, o governador terá a oportunidade de responder aos questionamento de todos, inclusive do partido, na comissão parlamentar.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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