terça-feira, 1 de maio de 2012

Prazo para fim da greve em Belo Monte termina amanhã

Sindicato não conseguiu derrubar liminar que determina fim da greve, mas não deu garantias de volta ao trabalho

Fátima Lessa

CUIABÁ - Os trabalhadores nas obras da Usina de Belo Monte, no Pará, em greve desde o último dia 23, devem voltar ao trabalho amanhã. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins do Pará (Sintrapav/PA) não conseguiu derrubar, até às 17 horas de ontem, a liminar que decretou a ilegalidade da greve dos trabalhadores do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM).

Se os grevistas não retornarem ao trabalho, o Sindicato pagará uma multa de R$ 200 mil para cada dia parado. Na quarta-feira, há nova audiência na Vara do Trabalho de Altamira (PA).

O vice-presidente do Sintrapav, Roginel Gobbo, não garantiu se a greve vai parar. "A situação é complicada: de um lado temos os trabalhadores que confiam em nós, e do outro lado temos a decisão da Justiça". Gobbo disse que não tem como garantir o retorno ao trabalho se não houver sinal de algum avanço. "São oito mil homens com hábitos diferentes, a situação pode fugir do controle", admitiu.

Retorno. A ilegalidade da greve que determinou o retorno ao trabalho e estipulou a multa por dia parado foi expedida pelo desembargador Georgenor de Sousa Franco Filho, do Tribunal Regional do Trabalho da 8.ª Região, na última quarta-feira. Na sexta-feira, Franco Filho suspendeu temporariamente a liminar até 1.º de maio, a pedido do próprio Consórcio Construtor Belo Monte.

A decisão do desembargador foi baseada no termo de audiência recebido do titular da Vara de Trabalho de Altamira, o juiz federal do Trabalho Luis Antônio Nobre de Brito. No termo, Brito informou ao desembargador que as partes concordaram com o pedido conjunto de suspensão da liminar anteriormente concedida até o dia 1.º de maio, devendo os trabalhadores retomar suas atividades no dia 2 de maio.

A liminar somente será aplicada no caso de os trabalhadores não retornarem ao serviço regular na quarta-feira, com as sanções fixadas no despacho do dia 25 de abril.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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