Dirceu e João Paulo adotam discrição; licenciado, Genoino não foi à votação
Excluídos das chapas que disputam o comando do PT, os réus condenados no julgamento do mensalão fugiram dos holofotes ontem. Apontado pelo Supremo Tribunal Federal como chefe do esquema de compra de apoio político no Congresso, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado a 10 anos e 10 meses de prisão, votou no diretório zonal da Vila Mariana, zona sul de São Paulo, acompanhado apenas de um motorista. Na eleição municipal de 2012, ele foi votar cercado por militantes e seguranças.
"O Brasil sabe que sou inocente e eu espero que o Supremo faça justiça", disse Dirceu ao Estado, depois de votar pela reeleição de Rui Falcão.
Na quarta-feira, o Supremo deve analisar recursos de condenados que não têm direito a um novo julgamento - como o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP). Ainda não há previsão de quando os embargos infringentes, que podem reverter parte das condenações, serão julgados.
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado a 9 anos e 4 meses por lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva, votou pela manhã em uma escola em Osasco. Ele chegou sozinho, na mesma hora em que um grupo de militantes liderado pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde), provável candidato ao governo paulista, acompanhava o ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza, que deve ser eleito presidente do partido no Estado.
Cunha escolheu um caminho alternativo para ir ao local de votação. "Tem sido difícil para mim esse processo. Fui condenado de forma injusta e isso me revolta muito", afirmou ao Estado. Apesar de não ter acompanhado a claque de Padilha e Emídio, João Paulo disse se considerar "parte da chapa". "São todos companheiros da mesma caminhada." Emídio minimizou a ausência do correligionário na chapa. "Ele vai continuar tendo voz no partido, mesmo que não tenha cargo nenhum." Condenado a 6 anos e 11 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha, o deputado licenciado José Genoino não votou. "Estou de licença médica."
Fonte: O Estado de S. Paulo
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