Daiene Cardoso - Agência Estado
Inconformada com o resultado da convenção nacional do PP, a senadora Ana Amélia, candidata ao governo do Rio Grande do Sul, anunciou na tarde desta quarta-feira, 25, que vai entrar com um recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular a deliberação do partido. Em votação rápida nesta manhã, foi delegado à Executiva Nacional o direito de deliberar sobre a aliança para a sucessão presidencial. Minutos depois, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), informou que o colegiado havia confirmado o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Para a senadora, a convenção apontava uma tendência majoritária favorável a uma resolução pela neutralidade do PP. Ana Amélia era uma das líderes do grupo de dissidentes que pedia que a sigla continuasse neutra na sucessão presidencial, como aconteceu nas últimas três eleições. "Estou extremamente desolada com o que aconteceu", afirmou.
Ana Amélia observou que, durante o evento, dois livros foram disponibilizados para a votação: um para os convencionais e outro para os membros da Executiva. A senadora conta que muitos membros da Executiva, que não participaram na sequência da reunião à portas fechadas com Nogueira, acabaram assinando o livro de presença na reunião da Executiva sem se dar conta. "É tudo muito bem urdido", reclamou.
A candidata ao governo gaúcho diz que a resolução permitindo que os diretórios regionais façam alianças independentemente da orientação nacional e com outros candidatos à Presidência da República é "para inglês ver". "Isso não tem eficácia, é ilegal. Eu não poderei colocar na minha propaganda o meu candidato, que é o Aécio Neves. Qual é a coerência e o objetivo de fazer essa deliberação simbólica? Não tem efeito legal", apontou.
A ação judicial questionando a legitimidade do resultado da convenção está sendo elaborada pela assessoria jurídica da senadora. Os advogados também já pediram a transcrição da gravação do evento.
Em nota divulgada nesta tarde, o PP diz que só os diretórios de Minas Gerais e Rio Grande do Sul eram contrários à aliança nacional com o PT. Nas contas dos dissidentes, no entanto, pelo menos sete diretórios (Santa Catarina, Amazonas, Ceará, Goiás, Rio de Janeiro, além de Minas e Rio Grande do Sul) eram favoráveis à neutralidade do partido."A forma como a imposição foi tentada sobre os convencionais é preocupante. O que está atrás disso?", questionou a senadora.
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