- Folha de S. Paulo
O ministro Paulo Bernardo tem razão ao dizer que governos combinam depoimentos com aliados em CPIs "desde Pedro Álvares Cabral", mas não leva em conta o "x da questão" no envolvimento do Planalto e das lideranças do PT e do governo na CPI da Petrobras.
Foi Dilma quem acusou o parecer de Néstor Cerveró de falho e incompleto e a compra de Pasadena de ser um erro; e é Dilma quem agora mexe mundos e fundos para defender o parecer, Cerveró e a operação.
Se o parecer induziu a presidência da Petrobras, a diretoria, o conselho de administração e a própria Dilma a comprar a refinaria por valores bem superiores ao que valia e com cláusulas danosas... Dilma teve razão ao apontar o erro e deveria agora querer investigar Cerveró. Houve erro? Foi técnico ou por má-fé?
E, se a operação foi supimpa e o Planalto e lideranças do PT e do governo dão uma mãozinha a Cerveró e para que ele se saia bem, Dilma não teve razão ao apontar o erro e deveria pedir desculpas publicamente a Cerveró, à Petrobras e à sociedade pela nota escrita e assinada por ela sobre a compra de Pasadena.
Ou Dilma errou antes, quando acusou, ou erra agora, quando defende. Sem contar que as histórias mal contadas da Petrobras vão muito além de Pasadena. E Abreu e Lima? E o ex-diretor Paulo Roberto Costa, que foi preso e depositou na Suíça uma fortuna de ditador africano?
Quanto ao TCU, há um impasse geral. Os ministros dizem que não incluíram Graça Foster no bloqueio de bens por erro técnico, pois a atual presidente era diretora na fase final do acerto de Pasadena.
O governo alega que joga seu peso para manter Foster fora dessa para evitar prejuízos à Petrobras (não por ela ser amigona de Dilma).
E a oposição acha que a gestão petista na Petrobras é um manancial para a campanha, mas está tonta diante da inclusão de Foster. Na opinião pública, ela é vista como mulher séria que tenta consertar a casa.
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