“Na minha opinião a questão mais importante na conjuntura mundial e no Brasil é o fenômeno do pensamento político populista e antiliberal. Atinge, simultaneamente, os Estados Unidos, Europa Ocidental, o Brasil, Turquia, Hungria e outros países. É um fenômeno único. É um movimento do antiglobalismo e do nacionalismo. De repúdio sistemático às instituições criadas a partir dos princípios liberais, divisão dos poderes, liberdades individuais, direitos sociais e políticos, tais como desenvolvidas nos últimos tempos. Hoje, se proliferam movimentos populistas que defendem interesses nacionais imediatistas, que solapam as liberdades, e solapam a atual ordem global.
Esse fenômeno é cada vez mais visível após a vitória eleitoral de Trump s sua principal bandeira: América primeiro, a campanha do Brexit, o grito da direita francesa a França para os franceses, os apelos dos atuais governantes italianos a Itália primeiro, a Hungria de Orbán sem esquecer o presidente Bolsonaro com seu ‘Brasil acima de tudo’
É um movimento regressivo, não produz futuro e se protege através de uma fantasia, foge do real e objetiva uma volta ao passado, o que é impossível. Tentam instalar o medo. E isso agrava a crise em vez de resolvê-la. Os exemplos são muitos.
A principal responsabilidade dos democratas, progressistas, é enfrentar esse tema e encontrar os caminhos para derrotar essa movimentação velha querendo se apresentar com o “novo”.”
*Gilvan Cavalcanti, editor do blog Democracia Política e novo Reformismo. ‘Um olhar no pensar e no agir’. Revista Política Democrática, Ano XIX, nº 53, p.142
Um comentário:
muito atual e lúcida suas observações, companheiro Gilvan
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