O Estado de S. Paulo
O ex-presidente pode até fazer muito barulho no seu retorno ao Brasil, mas tem muito o que explicar
Ao aterrissar em Brasília hoje, depois de
três meses fora do Brasil, o expresidente Jair Bolsonaro deve trazer, em sua
bagagem, uma miríade de explicações para tentar se livrar das acusações graves
que recaem sobre ele nos escândalos das joias árabes, fatos que têm sido
revelados numa série de reportagens pelo Estadão desde o dia 3 de março.
Pesam sobre o ex-presidente casos graves,
como ocultação de bens milionários que deveriam, conforme determinam a lei e o
Tribunal de Contas da União, ser incorporados como bens do Estado brasileiro, e
não joias de diamantes para se esconder dentro das instalações de uma fazenda
de um amigo e seguidor, o ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, em Brasília.
Todas as evidências, como apontam diversos juristas notáveis, indicam para, no mínimo, crime de peculato, que acontece quando um agente público – neste caso, o presidente – se vale do cargo que ocupa para ficar com bens que são da população, e não de seus cofres secretos.
Entre todos os atos ilegais, porém, saltam
aos olhos as digitais que Bolsonaro deixou em suas tentativas de sacar
ilegalmente, da alfândega de Guarulhos, o conjunto de joias de diamantes
avaliado em cerca de R$ 16,5 milhões. As joias foram apreendidas pela Receita
Federal.
O episódio está carregado de provas,
envolvendo desde ligações telefônicas entre Bolsonaro
e o então chefe da Receita Federal, Julio
Cesar Gomes Vieira, até a ordem direta do então presidente ao seu assistente
pessoal, o tenente-coronel Mauro Cid, para que enviasse um avião da Força Aérea
Brasileira (FAB) até Guarulhos e, por meio de um militar, tentasse obter as
joias, um dia antes de partir para os Estados Unidos, em 30 de dezembro.
Não há o que refutar. Há documentos
oficiais que comprovam a operação. Há o nome do presidente registrado,
informando que aquilo ocorreu a seu pedido. O próprio tenente-coronel Mauro Cid
já disse a quem quiser ouvir: a ordem para retirar as joias do aeroporto partiu
de Bolsonaro. Cid tem afirmado, ainda, que nem teria outra forma de saber da
existência do pacote milionário, senão pela boca do próprio presidente.
São essas apenas algumas das informações
que Bolsonaro terá de dar, isso sem contar em novas frentes de investigação,
que pretendem esmiuçar os negócios que seu governo firmou com os árabes em seus
quatro anos de governo. Tudo indica que há muito mais por vir, além do que está
retido hoje em dezenas de caixas escondidas dentro da fazenda de Piquet.
O ex-presidente pode até fazer muito barulho no seu retorno ao Brasil. Mas tem muito o que explicar. Não adianta fazer cortina de fumaça.
5 comentários:
Como diria a Madre Superiora,
'O ladravaz Bolsoladro tá fu!'
São tantos e tão escandolosos crimes... Só os patriotários não veem, na verdade querem não ver, mas até eles sabem que estão apoiando um CRIMINOSO GENOCIDA.
Como disse o incompetente pazuello, um ladravaz manda, o milico obedece.
MILICOS BURROS PRA CARAMBA, né, cid?
O Minto quer carro blindado... Transportou fortunas em muamba ilegal num carro comum, escondendo e se apropriando de patrimônio PÚBLICO! Se a imprensa não denunciasse, o canalha já estaria ainda mais rico, sempre ROUBANDO verbas públicas.
Isso. Bozo, sempre roubando. SEMPRE!
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