sábado, 7 de novembro de 2009

O subperonismo lulista furioso: :Lula cita Hitler para atacar PSDB

DEU EM O GLOBO

Presidente e Dilma fazem ato eleitoral no congresso do PCdoB, com ataques duros à oposição

Soraya Aggege e Adauri Antunes Barbosa São Paulo

O presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff, sua candidata à Presidência em 2010, usaram ontem o congresso nacional do PCdoB, em São Paulo, para um palanque eleitoral, com pesados ataques à oposição. Ao lançar Dilma como a candidata “que vai poder dar continuidade ao nosso projeto”, Lula rebateu críticas do ex-presidente Fernando Henrique e do cantor Caetano Veloso, que o chamara de analfabeto e cafona. Lula chegou até a comparar ações do PSDB aos de Hitler no nazismo.

— Eu peguei duas manchetes de jornais hoje. Uma dizia: “Contra Lula, o PSDB treina cabos eleitorais no Nordeste”.

Ou seja, é um pouco o que o Hitler dizia para os alemães pegarem os judeus. Ou seja, vamos treinar gente para não permitir que eles sobrevivam — disse Lula para uma multidão de militantes do PCdoB.

O principal alvo de Lula foi Fernando Henrique, que em artigo publicado no GLOBO domingo passado falou em “subperonismo” no governo petista.

— Um intelectual ficar assistindo a um operário que tem o 4oano primário ganhar tudo o que ele queria ter ganhado e não ganhou por incompetência é muito difícil mesmo — disse Lula, sob aplausos no congresso do PCdoB. — O outro presidente pôde ficar três anos estudando na Sorbonne.

Eu não. Eu tinha que provar a todo instante que podia governar o país. Se fracassasse, iríamos levar mais 150 anos para um operário governar novamente este país.

Sobre Caetano: “Isso é burro”

Lula discursou por 103 minutos e ironizou os que o chamaram de analfabeto: — Um país governado por um analfabeto vai terminar realizando um governo que mais investiu em educação. Vamos terminar nosso governo com 14 novas universidades federais. Estamos fazendo uma vez e meia o que eles não fizeram em um século. Sei que isso é intragável.

O Fernando Henrique Cardoso achava que nós seríamos um fracasso e que ele poderia voltar.

Sem citar nomes, o presidente também reagiu a Caetano Veloso: — Tem muita gente que acha que inteligência está ligada à universidade.


Isso é burro. A universidade não dá nada disso. A política é uma ciência que exige muito mais inteligência. De qualquer forma, a vida é assim. As pessoas falam o que querem e ouvem o que não querem. A vida é dura.

No início de seu discurso, o presidente brincou com Dilma: — A Dilma está doida para ficar no meu lugar.

Depois, falou sério: — Dilma é quem vai poder dar continuidade ao nosso projeto.

Dilma se colocou como candidata à Presidência de forma clara e ostensiva na abertura do congresso, que contou com representantes de outros partidos, como PT e PDMB. Falou por 40 minutos, com duros ataques à oposição.

— Forças do passado, patéticas e desconexas, usam de esmurradas táticas para confundir as pessoas, dizendo que os modelos de oito anos de governo do PSDB no país são semelhantes aos oito anos de governo do PT. Eles morrem de medo de comparar nossos governos com os deles e os nossos projetos com os deles. São países completamentes diferentes. O povo brasileiro vai saber julgar no ano que vem — disse Dilma, ovacionada.

Ela frisou que, na campanha de 2010, as “forças progressistas” que compõem a base aliada terão que mostrar que são dois países diferentes: um governado por oito anos pelo PSDB e outro governado pelo PT: — Vamos mostrar que eles dilapidaram o patrimônio nacional e privatizaram as empresas nacionais. Eles não têm moral para falar do nosso governo.

Os seus queixumes, resmungos e murmúrios não resolvem nada. O povo brasileiro vai saber compreender os dois países e vai saber comparar.

Dilma se colocou como candidata para continuar o programa de governo da base aliada do governo Lula.

— Nas eleições do ano que vem, teremos que mostrar a grande mudança social que fizemos e que veio para ficar.

Vai ser duro porque há animosidades contra o nosso projeto.

A ministra pediu a união das forças que apoiam o governo, inclusive o PMDB. Para ela, no PCdoB já está aceita a ideia de compor com o PMDB.

— As forças progressistas precisam manter a unidade. Não vamos deixar que esta oportunidade de união escape de nossas mãos e das mãos do povo.

Vamos consolidar a ascensão que a classe média obteve no Brasil, com o controle da inflação.

A ministra voltou a dizer que Lula não teve apenas sorte para resolver os problemas, mas competência.

— A eficiência do governo que fez o Brasil ser o primeiro país do mundo a combater a crise. Somos o governo da ousadia, inclusive de enfrentar setores empresarias.

Antes do discurso de Dilma, o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), disse que seu partido apoiará a candidatura de Dilma.

— Dilma será a futura presidente do Brasil e o PMDB estará com ela em 2010.

Um comentário:

Alexandre Porto disse...

Um dia li isso:

"Com essa complicação chegou o momento em que o próprio [Luiz Carlos] Prestes que era o fiador dessa política nossa, de vez em quando ‘vinha lá e vinha cá’. Numa hora ele dizia que o governo Goulart era de esquerda, na outra dizia que tinha que dar combate à política de conciliação do Goulart. [...] no dia do golpe a gente já havia sofrido uma derrota política, o governo já estava praticamente isolado, em relação à esquerda estava totalmente isolado em função dessa fragmentação da esquerda. A esquerda aguçou a questão da conciliação do João Goulart, e partiu para achar que o Governo Goulart era a mesma coisa que qualquer outro governo. Não entendeu o que representava o Governo Goulart. Isso é uma coisa traumática para nós porque... eu sei que o movimento radical de esquerda não criou o golpe, mas ajudou, deu pretexto para que a direita criasse os elementos psicológicos, da chamada guerra psicológica, para isolar o Governo Goulart da classe média."

Fiquei comovido, mas vejo hoje que seu autor não aprendeu nada.