DEU NO CORREIO BRAZILIENSE
O PT à sombra de Dilma
Há muito de pragmatismo na forma como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressiona o PT para que apoie os candidatos do PMDB e de outros partidos aliados na maioria dos estados. Na verdade, à sombra do Palácio do Planalto, os petistas não construíram alternativas de poder na maioria dos estados, a começar pelo berço da legenda, São Paulo. Os candidatos mais competitivos do partido são os governadores que concorrem à reeleição, como Jaques Wagner, na Bahia; Ana Júlia Carepa, no Pará; e Marcelo Déda, em Sergipe. Completam o grupo o ministro da Justiça, Tarso Genro, no Rio Grande do Sul; a senadora Ideli Salvati, em Santa Catarina; o ex-governador Zeca do PT, em Mato Grosso do Sul, e o senador Tião Viana, no Acre. É só.
Nesse cenário, não restou ao presidente Lula outra alternativa para alavancar a candidatura da ministra Dilma Rousseff (PT) senão fechar uma coligação formal com o PMDB. A legenda abduziu os petistas no Congresso e ficaria perigosamente à deriva se a prioridade da política de alianças de Lula fosse outra. Ainda mais porque o PT tem contradições antagônicas (aquelas na qual um tem que derrotar o outro) com os peemedebistas em estados importantes para o resultado do processo sucessório, como Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul, sem falar no Rio de Janeiro.
A equação sucessória não se completa, porém, sem um acordo do PT com o PSB, principalmente em Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
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