Vento que embalança as páias do coqueiro
Vento que encrespa as águas do mar
Vento que assanha os cabelos da morena
me traz notícia de lá
Vento que assobia nos teiado
Chamando pra lua espiá
Vento que na beira lá da praia
Escutava meu amor a cantar
Hoje tô sozinho e tu também
Triste me alembrando do meu bem
Vento diga por favor
Adonde se escondeu o meu amor
Gilvan Chaves (Gilvan de Assis Chaves), compositor, cantor e instrumentista, nasceu em Olinda PE (20/9/1919) e faleceu em São Paulo SP (12/8/1986). Desde criança cantava para a família. Aos 13 anos apresentou-se pela primeira vez em público, no Salão Pio X, em Olinda. Aos 17 anos aprendeu a tocar violão, com um amigo, e compôs sua primeira música, Tiro errado, que não chegou a gravar.
Em 1944 ingressou na Rádio Clube de Pernambuco, em Recife PE, convidado pelo maestro Nelson Ferreira, tocando violão e cantando toadas e cantigas regionais no programa Divertimentos Guararapes, produzido por Ziul Matos, atuando ao lado de Sivuca, Luiz Bandeira, José Tobias e, mais tarde, Paulo Molin. Nessa época, como vocalista e violonista, fez parte dos grupos Ases do Ritmo (1945), Os Boêmios (1946) e Conjunto Paraguaçu (1949). Participou, cantando, das inaugurações da Rádio Jornal do Comércio (1949) e da Rádio Tamandaré (1951).
Em 1952 transferiu-se para o Rio de Janeiro. Em 1954 começou a se apresentar na Rádio e TV Tupi, no Rio de Janeiro e em São Paulo SP. Logo depois, realizou várias temporadas no Norte e Nordeste, em televisão, rádio, clubes e boates, não só como cantor, mas também como contador de “causos” (histórias humorísticas).
Estreou em disco em 1955, interpretando Pregões do Recife (domínio público) na Mocambo (hoje Rozenblit). Um de seus maiores êxitos foi sua primeira composição gravada, o rasqueado Moça bonita (com Alcir Pires Vermelho ), em 1953. Além dessa, destacaram-se Prece ao vento (com Alcir Pires Vermelho e Fernando Luís da Câmara Cascudo), grande sucesso nacional, e O gemedor, as três gravadas pelo Trio Nagô, na Sinter.
Fez também sucesso como cantor, interpretando seus arranjos de Pregões do Recife, Casamento aprissiguido (Rui Morais e Silva) e Pastoril do véio Cebola (domínio público), em gravações da Mocambo. Gravou seis LPs, dos quais dois na Rozenblit, dois na Columbia, um na Musidic e um na Equipe. Recebeu medalha de ouro do Diário da Noite e o prêmio Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro como melhor cantor de folclore.
Em 1958 tornou-se membro-titular da Sociedade Brasileira de Folclore, indicado por Luís da Câmara Cascudo que, nesse mesmo ano, assinou a contracapa do seu LP Encantos do Nordeste, lançado pela Columbia.
Em 1975, a Rozenblit (Recife) produziu um LP com seus principais sucessos, Gilvan Chaves, no qual ele próprio interpreta Casamento aprissiguido, Lá no Norte, Farinha fina, O entarte do espelho, Pregões do Recife, O gemedor, Massarico (c/Aldemar Paiva), Cadê a bolacha (de Jurandy Borges da Costa), Meu bom, Pé de jerimum (de Rui de Morais e Silva), Vento terrá, Pastoril do Velho Cebola e Aboio.
Em 1982 lançou, pela Continental, um compacto com baiões, toadas e um monólogo de sua autoria, “O homem do cavalo” Foi produtor e apresentador da Rádio Nacional de Brasília DF.
Obras: Areia macia (c/Ziul Matos), samba-canção, 1960; Dei ao mar pra guardar, toada, 1956; Fé em Deus (c/Oldemar Magalhães), baião, 1960; O gemedor, baião, 1955; Moça bonita (c/Alcir Pires Vermelho), rasqueado, 1953; Mocambo de pala, toada, 1956; Morena praieira, baião, 1955; Prece ao vento (c/Alcir Pires Vermelho e Fernando Luís da Câmara Cascudo), baião, 1954; Quem é que vai?, xótis, 1957; Riqueza de pescador, coco, 1960; A vida passou, samba, 1957; Zabelê (c/Péricles Leal), samba, 1970.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Prece ao vento/Gilvan Chaves - Inezita Barroso
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