Ainda sem oficializar candidatura, alagoano trabalha para retornar à presidência da Casa quase seis anos após ter renunciado
Guilherme Mazui
BRASÍLIA - Com apoio do governo e de parte da oposição, Renan Calheiros (PMDB-AL) tem alinhavada sua volta à presidência do Senado em 2013. Pouco mais de cinco anos após renunciar ao cargo, acossado por denúncias de corrupção, o peemedebista pretende acertar as contas com o próprio passado.
Renan mira o retorno desde que se elegeu para o terceiro mandato como senador, em 2010. Discreto, intensificou ao longo do ano a articulação para suceder José Sarney (PMDB-AP), um trabalho realizado com êxito. Atual líder do PMDB no Senado – sigla com a preferência para seguir no comando da Casa –, o alagoano tem a vitória prevista mesmo sem oficializar a candidatura, o que só será feito na véspera da eleição de fevereiro, após o recesso parlamentar.
O silêncio é estratégico. Renan teme que a imprensa relembre o escândalo que forçou sua saída ou traga denúncias capazes de inviabilizar a volta à presidência. Ele ocupou o principal cargo do Congresso de 2005 a dezembro de 2007, quando apresentou sua renúncia, abatido pelo escândalo batizado de "Renangate".
Habilidade política e apoios devem garantir candidatura
A onda de denúncias se estendeu por seis meses. Reportagens indicaram que um lobista pagava as despesas do senador, incluindo pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem ele teve uma filha. O parlamentar também foi acusado de ter uma sociedade informal com um usineiro em emissoras de rádio e um jornal em Alagoas. Apesar de ter escapado duas vezes da cassação, acabou renunciando.
– Renan se considera injustiçado, acha que não condiz com sua biografia ter saído da presidência do Senado pela porta dos fundos – revela um parlamentar do partido.
Hábil nas costuras políticas, Renan reconquistou espaço. O apoio de Sarney e do líder petebista Gim Argello (DF) deram envergadura para sua candidatura, que ganhou recentemente respaldo até de oposicionistas.
Ao trabalhar para derrubar o relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG) na CPI do Cachoeira, livrando o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) do indiciamento, o senador obteve o auxílio da bancada tucana.
Fonte: Zero Hora (RS)
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