Governador-presidenciável bombardeia projeto que inibe criação de novas legendas, para ele um casuísmo para 2014
Bruna Serrabs
Principal prejudicado pelo projeto que inibe a criação de novos partidos, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos(PSB), aproveitou a passagem por Brasília, ontem, para firmar posição contra a medida. De acordo com o presidenciável, a proibição imediata, proposta pelo PMDB, indicaria "casuísmo" e seria uma "agressão" às força políticas interessadas na criação de novas legendas, grupo ao qual ele pertence.
Suas declarações ocorrem um dia após o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), assegurar que a Mobilização Democrática (MD), fruto da fusão de seu partido com o PMN, irá integrar o palanque de Eduardo em 2014. Nos bastidores, o governador vem considerando que a proposição é uma manobra do governo para intimidar os partidos que pretendem usar a janela eleitoral para ganhar corpo, uma vez que, pela legislação atual, novos partidos não sofrem com a lei que pune a infidelidade partidária.
"Foi dada a possibilidade para novos partidos e surgiu o PSD. E agora, se querem limitar o nascimento de outros, tirando o direito a tempo de televisão e ao fundo partidário, está errado. Que o façam para a próxima legislatura. Mas agora seria um casuísmo, uma agressão", disparou Eduardo, que participou ativamente do processo de criação do PSD, partido presidido pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (ex-DEM). O governador de Pernambuco articulou a saída de lideranças do DEM rumo ao PSD, caso do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo.
A possibilidade de não se concretizar a criação do Rede também é um complicador para as pretensões do líder socialista. Isso porque a ex-senadora do PV Marina Silva - que encabeça o projeto do Rede - teve uma expressiva votação na campanha presidencial de 2010, terminando por forçar um segundo turno da disputa. Seria importante para Eduardo que ela entrasse na corrida, dificultaria a vitória em primeiro turno da presidente Dilma Rousseff.
"Há partidos tentando coletar o número de assinaturas, já com parlamentares que desejam efetivamente tomar essa direção em torno da liderança, por exemplo, da senadora Marina Silva, que tem expressão no pensamento brasileiro e no pensamento global. Não vejo porque não deixar que se organize, para que se faça o debate sobre o futuro do País", afirmou Eduardo Campos, após deixar o almoço no Senado Federal com seis dos 12 parlamentares do grupo formado por PTB, PSC e PR.
No almoço, segundo senadores, não houve espaço para que o governador fizesse uma defesa clara de sua postulação, como vem acontecendo em encontros reservados com lideranças. Campos teria falado sobre os assuntos que elegeu como prioritários na "oposição crítica" que vem fazendo ao governo federal: novo pacto federativo e repasses do fundos de participação dos Estados e municípios. Nas conversas, avaliações do cenário econômico e a tramitação de projetos estratégicos no Congresso também deram a tônica.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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