RIO DE JANEIRO - "A Agenda Internacional do Brasil" é o nome do livro de Amaury de Souza que acaba de sair. Trata da política externa brasileira, de FH a Lula. Amaury trabalha em cooperação com o Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), um núcleo de intelectuais que se dedicam ao tema.
O livro é uma pesquisa feita na comunidade brasileira de política externa, isto é, entre as pessoas que trabalham, estudam ou dependem, de alguma forma, das decisões nacionais sobre a inserção do Brasil no mundo.
Não se trata de uma comunidade homogênea. Há divergências, e Amaury chega a dividir as correntes, para efeito didático, em globalistas, regionalistas e pós-liberais. As nuances aparecem aqui e ali, por exemplo, na ênfase que a primeira corrente dá aos acordos internacionais envolvendo os países mais avançados.
Neste espaço, o mais viável é falar das tendências majoritárias. No momento, a preservação da democracia na América do Sul é considerada uma tarefa prioritária pela maioria dos entrevistados, que defende também a construção da infraestrutura comum, estradas, energia, telecomunicações.
O aquecimento global e o tráfico internacional de droga são vistos como os maiores desafios. A corrente isolacionista que existia no passado sumiu. Quase todos elogiam o crescente papel brasileiro.
Não esperava, no início da democratização, que o Brasil andaria tão rapidamente. Na comissão de política externa, temos sempre visita de estudantes. Delegações de deputados de todo o mundo nos procuram com diferentes demandas.
São tantos os acordos para aprovar, tantas chances de diplomacia parlamentar, que era preciso qualificar gente, melhorar a estrutura. Os escândalos nos paralisaram. Mas a nova realidade do Brasil enfatiza a urgência da tarefa.
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