segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ala oposicionista do PMDB avisa que insistirá em reverter quadro pró-PT

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Julia Duailibi e Evandro Fadel

Com a recondução do deputado Michel Temer (SP) à presidência do PMDB, e o consequente fortalecimento da tese a favor da aliança com o PT na eleição presidencial, a ala peemedebista que faz oposição ao governo federal começa a articular a reversão do quadro - hoje favorável à coligação com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

A política de alianças tem ainda de ser referendada na convenção nacional do PMDB em junho, e é com esse tempo que os oposicionistas pretendem jogar. "A eventual disputa será na convenção. Ainda é possível mudanças", disse o ex-governador Orestes Quércia, que articula reunião com os governadores Roberto Requião (PR) e Luiz Henrique (SC) e os senadores Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE). Há oposicionistas favoráveis à candidatura própria e outros que defendem coligação com o PSDB.

"Como dizia o Tancredo Neves, voto secreto dá uma vontade de trair", disse Simon, ao comentar que a tese de candidatura própria pode ser beneficiada com votos de governistas.

"Até a convenção, Requião continua pré-candidato a presidente."

Na avaliação de setores do PMDB, diretórios da Bahia e de Minas podem ainda virar o jogo e se alinhar aos que defendem a candidatura de José Serra.

O presidente do diretório do PMDB do Paraná, Waldyr Pugliesi, um dos que assinaram a ação judicial que pretendia a suspensão da convenção de sábado que reelegeu Temer, disse que é preciso mobilizar os que querem a candidatura própria. "Aqueles que a defendem têm de trabalhar para, em junho, comparecer à convenção nacional e colocar uma ou duas pré-candidaturas para disputar."

Levantamento da ala oposicionista mostra que 24 diretórios estaduais querem a candidatura própria. Há, no entanto, ceticismo de que a proposta possa sair vitoriosa. Para o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, a reeleição de Temer mostra a "representatividade" dos militantes e do grupo que defende a aliança. "É um passo a mais nesse sentido."

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