DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - Há uma insatisfação reprimida com Lula no PT paulista. A exemplo do que ocorreu no processo de escolha de Dilma Rousseff, o partido foi atropelado na definição do nome que deve disputar a sucessão de José Serra. Com uma agravante: além de tripudiar sobre a legenda, o presidente ignorou as opções caseiras. Em nome do "projeto nacional", deixou de lado as flores do seu jardim para importar uma planta exótica do Ceará.
Ocorre que Ciro Gomes, o cacto agreste, muito embora made in Pindamonhangaba de nascimento, se nega a ser essa planta de estufa que Lula quis transplantar para as margens alagadas do Tietê. Sua resistência até aqui testa os limites do bonapartismo presidencial.
Como o PT, mesmo subjugado, teme Lula e fica calado, foi o próprio Ciro quem vocalizou quão artificial seria sua aventura paulista -hoje menos do que improvável. Mais ainda: Ciro distribui espinhos retóricos aos companheiros e reafirma sua disposição de concorrer à Presidência. Desafia "o mito" para não sucumbir antes da hora.
Ao PT restará fatalmente uma candidatura de segunda mão em São Paulo. Não é trivial se pensarmos que o Estado reúne 29,5 milhões de votantes, quase 22,4% do eleitorado nacional. Os tucanos ocupam o Bandeirantes há quatro mandatos e Geraldo Alckmin hoje soma 50% das intenções de voto.
Quem servirá de tapa-buraco ao PT? Fernando Haddad, pouco conhecido, teria o que ganhar projetando-se no Estado. Mas nem o senador Aloizio Mercadante nem a ex-prefeita Marta Suplicy gostariam de ver uma nova liderança sem inserção partidária surgir no seu quintal pelas mãos de Lula.
A bola da vez deve mesmo ser Mercadante, que abandonaria uma provável reeleição ao Senado em troca do doce que o chefão lhe prometer pelo sacrifício. Essa é hoje a hipótese mais difundida no PT.
Em 2006, o "Chuchu" apanhou feio do "Barba"; em 2010, terá a chance de fazer o "Bigode".
SÃO PAULO - Há uma insatisfação reprimida com Lula no PT paulista. A exemplo do que ocorreu no processo de escolha de Dilma Rousseff, o partido foi atropelado na definição do nome que deve disputar a sucessão de José Serra. Com uma agravante: além de tripudiar sobre a legenda, o presidente ignorou as opções caseiras. Em nome do "projeto nacional", deixou de lado as flores do seu jardim para importar uma planta exótica do Ceará.
Ocorre que Ciro Gomes, o cacto agreste, muito embora made in Pindamonhangaba de nascimento, se nega a ser essa planta de estufa que Lula quis transplantar para as margens alagadas do Tietê. Sua resistência até aqui testa os limites do bonapartismo presidencial.
Como o PT, mesmo subjugado, teme Lula e fica calado, foi o próprio Ciro quem vocalizou quão artificial seria sua aventura paulista -hoje menos do que improvável. Mais ainda: Ciro distribui espinhos retóricos aos companheiros e reafirma sua disposição de concorrer à Presidência. Desafia "o mito" para não sucumbir antes da hora.
Ao PT restará fatalmente uma candidatura de segunda mão em São Paulo. Não é trivial se pensarmos que o Estado reúne 29,5 milhões de votantes, quase 22,4% do eleitorado nacional. Os tucanos ocupam o Bandeirantes há quatro mandatos e Geraldo Alckmin hoje soma 50% das intenções de voto.
Quem servirá de tapa-buraco ao PT? Fernando Haddad, pouco conhecido, teria o que ganhar projetando-se no Estado. Mas nem o senador Aloizio Mercadante nem a ex-prefeita Marta Suplicy gostariam de ver uma nova liderança sem inserção partidária surgir no seu quintal pelas mãos de Lula.
A bola da vez deve mesmo ser Mercadante, que abandonaria uma provável reeleição ao Senado em troca do doce que o chefão lhe prometer pelo sacrifício. Essa é hoje a hipótese mais difundida no PT.
Em 2006, o "Chuchu" apanhou feio do "Barba"; em 2010, terá a chance de fazer o "Bigode".
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