Companheiro José Serra, em torno de meio século dura nossa aliança! Desde quando, lá nos idos dos anos 60, jovens comunistas e jovens católicos de esquerda, dos quais você era uma destacada liderança, uniram-se nos embates estudantis e no amplo movimento popular pelas reformas de base, com o generoso propósito de transformar o Brasil. Lutávamos "por um mundo de paz e de igualdade, onde o homem seja irmão do homem e seja noivo da felicidade", como diria o poeta Ferreira Gullar, na sua Canção do PCB.
Mesmo quando submetidos à ditadura militar, não desistimos da luta por nossos ideais, nem nos separamos e muito menos abandonamos nossos princípios e valores. Aqui e no exílio, longe do desespero e do voluntarismo, e em meio a nossas próprias divisões internas, mantivemos nossa aliança e fomos militantes das grandes causas que modificaram o mundo nos mais variados campos, desde o das liberdades ao da paz entre os povos, do anticolonialismo e da libertação nacional ao do fim do apartheid e da segregação racial, do ambientalismo, do feminismo aos direitos de todas as minorias.
Juntos, atuamos firmemente para unir o país, isolar e derrotar a ditadura. Lá estávamos os comunistas do PCB com os socialista, os democratas e liberais do velho e digno MDB, liderados por Ulisses Guimaraes e Tancredo Neves, numa frente que buscava junto a cidadania a unidade dos setores sociais e de todos os descontentes com o regime. Sem cair no desespero que gera a violência. Evitando os caminhos estreitos da aventura e principalmente rejeitando a opção da luta armada. Foram anos de chumbo, de sofrimento mas a resistência democrática abriu as alamedas por onde o povo conquistou a liberdade e a vitória.
O Brasil ostenta em seu ordenamento institucional, na amplitude da nossa democracia e, em particular, nas conquistas de nossa cidadania, o caráter, o papel e o propósito da nossa aliança. Ela imprimiu, não só na derrota da ditadura e na forma como se deu, mas também na Constituinte e no conjunto de nossa ação, nos espaços sociais em que atuamos e nas esferas institucionais que ocupamos, uma profunda marca democrática e reformista.
Nestes 25 anos da Nova República, há muito o que comemorar como também há muito ainda o que fazer, nos mais importantes aspectos da vida brasileira. Nesse sentido, agora se abre uma nova etapa. E não só no Brasil.
Apesar de muita falácia e tergiversação, o governo do PT divorciou-se radicalmente das esperanças que acendeu com a sua vitória em 2002. Os sonhos que provocou transformaram-se em frustração. O discurso ético revelou-se vazio e a corrupção maculou a esquerda brasileira. O espetáculo do crescimento mostrou-se uma pantomima. As taxas de crescimento de nosso PIB, por todos esses anos, só é superior, na América Latina a pouquíssimos paises, dentre esses, às do Haiti.
Caracterizado pela pouca ousadia e conservadorismo, o governo não se orienta pela busca de soluções reais para os problemas enfrentados pela nação, foge das reformas, permanece inerte. A partir do domínio e o usufruto da máquina administrativa, acompanhado de um populismo de viés sindical corporativo, tivemos a contaminação do aparelho estatal pelo fisiologismo, com o retalhamento do Estado entre os aliados, pelo ampliado empreguismo e mal feitos dos mensaleiros e aloprados.
Ao mesmo tempo, o governo do PT e da Dilma a "mãe" de um programa que não acelerou nada, passou a exercer enorme pressão visando o desmonte do Sistema Nacional do Meio Ambiente e da mesma forma, ante a correta ação do Tribunal de Contas da União, desencadeou campanha de desmoralizar aquela Corte em seu mister constitucional de fiscalizar a ação administrativa federal.
As inegáveis conquistas alcançadas pelo Brasil, fruto do trabalho de gerações são incapazes de encobrir o grande abismo social. Continuamos desiguais, a saúde permanece em crise, educação sem qualidade e com um gestor trapalhão, a violência, o desemprego, o aumento assustador do consumo de drogas, a piora acentuada das condições de vida em nossas metrópoles e os inquietantes fenômenos de degradação moral e ambiental inquietam a cidadania..
Estes dramas enfrentados pela sociedade brasileira têm criado as condições para o esgarçamento do tecido social. E tudo isso se torna ainda mais preocupante quando o governo opera para desmoralizar a política, os poderes Legislativo e Judiciário. O cumulo do desrespeito a Justiça foi o deboche do presidente a multa aplicada pelo TSE pelo reiterado uso que faz da máquina pública em campanha eleitoral da Dilma.
A pregação de um "Estado Forte", da forma como vem se articulando no País com grandes conglomerados econômicos privados, e na visão totalizante de controle sobre as liberdades das instituições da sociedade civil, inclusive da imprensa, longe está das concepções de esquerda e mais se assemelha a idolatria estatista do fascismo. O Estado deve ser forte pela solidez e prestígio de suas instituições, pela eficiência das suas políticas, pela ética e austeridade de seus governantes, nos quadros do mais absoluto respeito à democracia, às leis, dentro de uma prática de res publica.
O país exige mudanças estruturais e institucionais numa direção de mais desenvolvimento e democracia.
Isso somente se fará com uma nova política.
O pêndulo a favor das mudanças nunca esteve tão favorável à humanidade - e aos brasileiros - como nos dias de hoje. A recente crise econômica mundial que ainda perdura, que impactou estruturas políticas poderosas e seculares possibilita a passagem para um novo padrão de desenvolvimento sustentado e socialmente justo. Criou condições para se afirmar novas modalidades de empreendedorismo, para o emergir de novos ramos e atividades econômicas centradas no conhecimento. É possível, também, imaginar o nascimento de organizações econômicas mais horizontais, e portanto mais democráticas. As janelas estão abertas para o novo tempo!
Trata-se de uma nova estratégia direcionada para o amanhã, orientada por planejamento de longo prazo, calcado na era digital e que busque a integração progressiva do Brasil no mundo globalizado; direcione os investimentos públicos para as áreas de ponta em termos de ciência e tecnologia; incorpore a variável ambiental em toda decisão de gasto público; proteja os interesses dos que vivem de salários e vencimentos; leve à formalidade os trabalhadores informais e inclua os desempregados e excluídos; revolucione a educação, mais uma vez a saúde e as comunicações, com base no que já produziu a sociedade do conhecimento; avance na direção da sociedade do tempo livre e do lazer.
Na política externa, impõe-se abandonar as ambigüidades e a conivência com ditaduras, defender a democracia e os direitos humanos, a não proliferação das armas nucleares, combater o terrorismo e defender uma política mundial de preservação do meio ambiente. Internamente, realizar as reformas política, tributária, administrativa, trabalhista e previdenciária; adotar políticas eficazes para ultrapassar os desequilíbrios regionais; ampliar e tornar mais produtivos os investimentos nas áreas de saúde, educação, ciência e tecnologia; adaptar o Estado às demandas de uma administração pública transparente, austera e voltada para atender os cidadãos e competente para reposicionar a nação no mundo contemporâneo.
Por fim, o Brasil da mudança social e do futuro dependerá do caráter democrático, republicano e regulador do Estado nas suas relações com o conjunto da sociedade e com o mercado
Com essa orientação, o PPS ira à sucessão presidencial, com a firme decisão de manter, fortalecer e tornar vitoriosa a frente democrática e reformista.
Com Serra, o Brasil pode muito mais!
Mesmo quando submetidos à ditadura militar, não desistimos da luta por nossos ideais, nem nos separamos e muito menos abandonamos nossos princípios e valores. Aqui e no exílio, longe do desespero e do voluntarismo, e em meio a nossas próprias divisões internas, mantivemos nossa aliança e fomos militantes das grandes causas que modificaram o mundo nos mais variados campos, desde o das liberdades ao da paz entre os povos, do anticolonialismo e da libertação nacional ao do fim do apartheid e da segregação racial, do ambientalismo, do feminismo aos direitos de todas as minorias.
Juntos, atuamos firmemente para unir o país, isolar e derrotar a ditadura. Lá estávamos os comunistas do PCB com os socialista, os democratas e liberais do velho e digno MDB, liderados por Ulisses Guimaraes e Tancredo Neves, numa frente que buscava junto a cidadania a unidade dos setores sociais e de todos os descontentes com o regime. Sem cair no desespero que gera a violência. Evitando os caminhos estreitos da aventura e principalmente rejeitando a opção da luta armada. Foram anos de chumbo, de sofrimento mas a resistência democrática abriu as alamedas por onde o povo conquistou a liberdade e a vitória.
O Brasil ostenta em seu ordenamento institucional, na amplitude da nossa democracia e, em particular, nas conquistas de nossa cidadania, o caráter, o papel e o propósito da nossa aliança. Ela imprimiu, não só na derrota da ditadura e na forma como se deu, mas também na Constituinte e no conjunto de nossa ação, nos espaços sociais em que atuamos e nas esferas institucionais que ocupamos, uma profunda marca democrática e reformista.
Nestes 25 anos da Nova República, há muito o que comemorar como também há muito ainda o que fazer, nos mais importantes aspectos da vida brasileira. Nesse sentido, agora se abre uma nova etapa. E não só no Brasil.
Apesar de muita falácia e tergiversação, o governo do PT divorciou-se radicalmente das esperanças que acendeu com a sua vitória em 2002. Os sonhos que provocou transformaram-se em frustração. O discurso ético revelou-se vazio e a corrupção maculou a esquerda brasileira. O espetáculo do crescimento mostrou-se uma pantomima. As taxas de crescimento de nosso PIB, por todos esses anos, só é superior, na América Latina a pouquíssimos paises, dentre esses, às do Haiti.
Caracterizado pela pouca ousadia e conservadorismo, o governo não se orienta pela busca de soluções reais para os problemas enfrentados pela nação, foge das reformas, permanece inerte. A partir do domínio e o usufruto da máquina administrativa, acompanhado de um populismo de viés sindical corporativo, tivemos a contaminação do aparelho estatal pelo fisiologismo, com o retalhamento do Estado entre os aliados, pelo ampliado empreguismo e mal feitos dos mensaleiros e aloprados.
Ao mesmo tempo, o governo do PT e da Dilma a "mãe" de um programa que não acelerou nada, passou a exercer enorme pressão visando o desmonte do Sistema Nacional do Meio Ambiente e da mesma forma, ante a correta ação do Tribunal de Contas da União, desencadeou campanha de desmoralizar aquela Corte em seu mister constitucional de fiscalizar a ação administrativa federal.
As inegáveis conquistas alcançadas pelo Brasil, fruto do trabalho de gerações são incapazes de encobrir o grande abismo social. Continuamos desiguais, a saúde permanece em crise, educação sem qualidade e com um gestor trapalhão, a violência, o desemprego, o aumento assustador do consumo de drogas, a piora acentuada das condições de vida em nossas metrópoles e os inquietantes fenômenos de degradação moral e ambiental inquietam a cidadania..
Estes dramas enfrentados pela sociedade brasileira têm criado as condições para o esgarçamento do tecido social. E tudo isso se torna ainda mais preocupante quando o governo opera para desmoralizar a política, os poderes Legislativo e Judiciário. O cumulo do desrespeito a Justiça foi o deboche do presidente a multa aplicada pelo TSE pelo reiterado uso que faz da máquina pública em campanha eleitoral da Dilma.
A pregação de um "Estado Forte", da forma como vem se articulando no País com grandes conglomerados econômicos privados, e na visão totalizante de controle sobre as liberdades das instituições da sociedade civil, inclusive da imprensa, longe está das concepções de esquerda e mais se assemelha a idolatria estatista do fascismo. O Estado deve ser forte pela solidez e prestígio de suas instituições, pela eficiência das suas políticas, pela ética e austeridade de seus governantes, nos quadros do mais absoluto respeito à democracia, às leis, dentro de uma prática de res publica.
O país exige mudanças estruturais e institucionais numa direção de mais desenvolvimento e democracia.
Isso somente se fará com uma nova política.
O pêndulo a favor das mudanças nunca esteve tão favorável à humanidade - e aos brasileiros - como nos dias de hoje. A recente crise econômica mundial que ainda perdura, que impactou estruturas políticas poderosas e seculares possibilita a passagem para um novo padrão de desenvolvimento sustentado e socialmente justo. Criou condições para se afirmar novas modalidades de empreendedorismo, para o emergir de novos ramos e atividades econômicas centradas no conhecimento. É possível, também, imaginar o nascimento de organizações econômicas mais horizontais, e portanto mais democráticas. As janelas estão abertas para o novo tempo!
Trata-se de uma nova estratégia direcionada para o amanhã, orientada por planejamento de longo prazo, calcado na era digital e que busque a integração progressiva do Brasil no mundo globalizado; direcione os investimentos públicos para as áreas de ponta em termos de ciência e tecnologia; incorpore a variável ambiental em toda decisão de gasto público; proteja os interesses dos que vivem de salários e vencimentos; leve à formalidade os trabalhadores informais e inclua os desempregados e excluídos; revolucione a educação, mais uma vez a saúde e as comunicações, com base no que já produziu a sociedade do conhecimento; avance na direção da sociedade do tempo livre e do lazer.
Na política externa, impõe-se abandonar as ambigüidades e a conivência com ditaduras, defender a democracia e os direitos humanos, a não proliferação das armas nucleares, combater o terrorismo e defender uma política mundial de preservação do meio ambiente. Internamente, realizar as reformas política, tributária, administrativa, trabalhista e previdenciária; adotar políticas eficazes para ultrapassar os desequilíbrios regionais; ampliar e tornar mais produtivos os investimentos nas áreas de saúde, educação, ciência e tecnologia; adaptar o Estado às demandas de uma administração pública transparente, austera e voltada para atender os cidadãos e competente para reposicionar a nação no mundo contemporâneo.
Por fim, o Brasil da mudança social e do futuro dependerá do caráter democrático, republicano e regulador do Estado nas suas relações com o conjunto da sociedade e com o mercado
Com essa orientação, o PPS ira à sucessão presidencial, com a firme decisão de manter, fortalecer e tornar vitoriosa a frente democrática e reformista.
Com Serra, o Brasil pode muito mais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário