DEU EM O GLOBO
PSDB esperava que horário eleitoral ajudasse Serra; PT defende cautela
Gerson Camarotti, Adriana Vasconcelos e Cristiane Jungblut
BRASÍLIA. O resultado da pesquisa CNI/Ibope, na qual a petista Dilma Rousseff aparece liderando a corrida presidencial, surpreendeu o comando da campanha do candidato tucano, José Serra, e foi discretamente comemorado no PT e no Palácio do Planalto. Nem mesmo os petistas esperavam esse resultado.
A expectativa entre os tucanos era que a forte exposição de Serra em inserções e programas partidários nas últimas semanas na TV e no rádio garantisse a ele a dianteira nas pesquisas.
Os dois grupos atribuem o crescimento de Dilma à forte associação de sua candidatura com o presidente Lula, estratégia que será mantida até o final da campanha.
Em reunião na noite de terça-feira, integrantes da coordenação da campanha de Dilma avaliaram que a pesquisa Ibope poderia trazer uma pequena oscilação positiva para Serra, justamente por causa da propaganda partidária. No comando do PSDB e na oposição, a informação era que os programas na TV foram positivos e que pesquisas internas da campanha indicavam crescimento de Serra, como disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), ontem.
— O resultado nos surpreende e não bate com os números que conhecemos, nos quais estamos na frente. Mas o fato concreto é que devemos refletir sobre ele. Não brigo com pesquisa.
Leio resultados e presto atenção. Mas não tenho a menor dúvida de que crescemos nos últimos 30 dias — disse Sérgio Guerra.
— É um resultado a se respeitar, embora neste momento ninguém possa ter qualquer segurança, estando na frente ou não. É possível que a Dilma cresça ainda mais, mas não vai chegar nem a 60% daqueles que consideram o governo Lula bom ou ótimo — reforçou o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM).
“Do ponto de vista psicológico, o resultado é negativo”, diz José Agripino O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), minimizou o resultado de ontem e também afirmou que tem pesquisas em que Serra aparece liderando: — Preocupação zero. Fiz uma pesquisa no mesmo campo do Ibope, sem desmerecer o instituto, mas nossos resultados foram diferentes, e neles Serra aparece na frente.
— Do ponto de vista psicológico, o resultado é negativo, mas não assusta. O que pesa mais neste momento é a pesquisa qualitativa, na qual Serra está muito bem — afirmou o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN).
Mas, nos bastidores, a avaliação da oposição é que há sérios problemas na campanha do candidato tucano. Já há o reconhecimento de que Serra perdeu o bom momento das inserções partidárias com uma forte agenda negativa, principalmente por causa da indefinição do nome do candidato a vice em sua chapa.
Além disso, existe o reconhecimento interno de que é muito difícil encontrar um discurso forte contra um governo com aprovação recorde. Mesmo assim, a expectativa era de que Serra estivesse na frente nas pesquisas depois de tanta exposição.
No campo governista, a ordem é evitar o salto alto.
— Esse resultado é muito positivo, principalmente num período em que o adversário teve muita inserção na televisão. Mas essa é uma eleição difícil e ainda não começou. Não podemos nos deixar contagiar por uma alegria excessiva. Essa pesquisa mostra que Serra não está encontrando o rumo de sua campanha — disse o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo (SP).
Para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), a consolidação da candidatura de Dilma Rousseff se deve ao fato de ela estar se tornando conhecida pela população.
— É cedo para fazer previsões definitivas. Mas o fato é que, cada vez mais, a população conhece a Dilma, vai comparando os dois candidatos, que era o que o Serra queria — disse Vaccarezza
PSDB esperava que horário eleitoral ajudasse Serra; PT defende cautela
Gerson Camarotti, Adriana Vasconcelos e Cristiane Jungblut
BRASÍLIA. O resultado da pesquisa CNI/Ibope, na qual a petista Dilma Rousseff aparece liderando a corrida presidencial, surpreendeu o comando da campanha do candidato tucano, José Serra, e foi discretamente comemorado no PT e no Palácio do Planalto. Nem mesmo os petistas esperavam esse resultado.
A expectativa entre os tucanos era que a forte exposição de Serra em inserções e programas partidários nas últimas semanas na TV e no rádio garantisse a ele a dianteira nas pesquisas.
Os dois grupos atribuem o crescimento de Dilma à forte associação de sua candidatura com o presidente Lula, estratégia que será mantida até o final da campanha.
Em reunião na noite de terça-feira, integrantes da coordenação da campanha de Dilma avaliaram que a pesquisa Ibope poderia trazer uma pequena oscilação positiva para Serra, justamente por causa da propaganda partidária. No comando do PSDB e na oposição, a informação era que os programas na TV foram positivos e que pesquisas internas da campanha indicavam crescimento de Serra, como disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), ontem.
— O resultado nos surpreende e não bate com os números que conhecemos, nos quais estamos na frente. Mas o fato concreto é que devemos refletir sobre ele. Não brigo com pesquisa.
Leio resultados e presto atenção. Mas não tenho a menor dúvida de que crescemos nos últimos 30 dias — disse Sérgio Guerra.
— É um resultado a se respeitar, embora neste momento ninguém possa ter qualquer segurança, estando na frente ou não. É possível que a Dilma cresça ainda mais, mas não vai chegar nem a 60% daqueles que consideram o governo Lula bom ou ótimo — reforçou o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM).
“Do ponto de vista psicológico, o resultado é negativo”, diz José Agripino O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), minimizou o resultado de ontem e também afirmou que tem pesquisas em que Serra aparece liderando: — Preocupação zero. Fiz uma pesquisa no mesmo campo do Ibope, sem desmerecer o instituto, mas nossos resultados foram diferentes, e neles Serra aparece na frente.
— Do ponto de vista psicológico, o resultado é negativo, mas não assusta. O que pesa mais neste momento é a pesquisa qualitativa, na qual Serra está muito bem — afirmou o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN).
Mas, nos bastidores, a avaliação da oposição é que há sérios problemas na campanha do candidato tucano. Já há o reconhecimento de que Serra perdeu o bom momento das inserções partidárias com uma forte agenda negativa, principalmente por causa da indefinição do nome do candidato a vice em sua chapa.
Além disso, existe o reconhecimento interno de que é muito difícil encontrar um discurso forte contra um governo com aprovação recorde. Mesmo assim, a expectativa era de que Serra estivesse na frente nas pesquisas depois de tanta exposição.
No campo governista, a ordem é evitar o salto alto.
— Esse resultado é muito positivo, principalmente num período em que o adversário teve muita inserção na televisão. Mas essa é uma eleição difícil e ainda não começou. Não podemos nos deixar contagiar por uma alegria excessiva. Essa pesquisa mostra que Serra não está encontrando o rumo de sua campanha — disse o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo (SP).
Para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), a consolidação da candidatura de Dilma Rousseff se deve ao fato de ela estar se tornando conhecida pela população.
— É cedo para fazer previsões definitivas. Mas o fato é que, cada vez mais, a população conhece a Dilma, vai comparando os dois candidatos, que era o que o Serra queria — disse Vaccarezza
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