Tucano e ex-senadora são tidos como principais ameaças; Campos e Serra são descartados
Júnia Gama
BRASÍLIA - A um ano do início da campanha presidencial, e com base nas últimas pesquisas de opinião, operadores políticos do governo vislumbram quem seriam os principais adversários da presidente Dilma Rousseff em 2014. A queda brusca na popularidade da presidente e a avaliação ruim de boa parte dos governadores seriam um sinal de que uma parte significativa da população quer algo exatamente oposto ao que está no poder - no caso do governo federal, o PSDB -, ou uma proposta diferente do que já está posto, personalizada por Marina Silva. Nesse sentido, o pré-candidato tucano à Presidência, Aécio Neves (MG), e Marina são os políticos que mais preocupam o Planalto no momento.
Fontes palacianas consideram que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), apesar de ter sido o mais bem avaliado na pesquisa Ibope/CNI, divulgada quinta-feira, estaria fora do radar de perspectiva para a Presidência porque, além de pouco conhecido fora do seu estado, representa uma espécie de continuísmo do atual governo, com alguns ajustes. No entorno do governo, já há quem aposte em um cenário de números divididos em 2014, com algo em torno de 30% de votos para Dilma, 20% para Aécio e 20% para Marina.
Ainda sobre Eduardo Campos, há uma constatação de que ele fez uma escolha equivocada ao submergir durante os protestos de rua. Deixou de aproveitar a oportunidade de ficar conhecido e marcar uma posição de embate. O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) contesta:
- O Planalto está subestimando ou dissimulando sua preocupação com o candidato que é o mais competitivo entre todos. A avaliação positiva fortalece muito a candidatura do Eduardo Campos. O eleitor vai avaliar quem tem a maior capacidade de entregar o que prometeu, e nisso ele sai na frente. O Planalto não quer passar recibo.
O governo também dá como certo que José Serra sairá candidato, mas a aposta é que ele não será competitivo, porque sua estrutura partidária estará confusa e desarticulada caso ele deixe o PSDB. Outro nome citado nas avaliações internas do governo é o do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Para a presidente Dilma, ele poderia dar trabalho, já que, a exemplo de Marina, representa uma posição mais crítica e menos tradicional no jeito de fazer política. O que acalma os palacianos é a perspectiva de que o PSOL não irá escolher o niteroiense como candidato, pois deverá optar por fazer uma bancada forte no Rio de Janeiro, com Freixo puxando votos.
Por fim, interlocutores do governo acreditam que poderá haver mais um nome na disputa: um evangélico do PSC, provavelmente o Pastor Everardo.
Fonte: O Globo
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