João Domingos - O Estado de S. Paulo
Para amenizar a crise política pela qual passa o governo e pacificar a base aliada no Congresso, a presidente Dilma Rousseff começa a desenhar uma reforma ministerial menos de três meses após dar início ao segundo mandato. A nova configuração já é assunto de conversas dentro do Palácio do Planalto e da petista com seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, que foi jantar no Palácio da Alvorada um dia após as manifestações de domingo.
Para Lula, o PMDB deve ter mais espaço no governo - o que se entende por pastas mais relevantes que as atuais. Desde a confirmação da nova equipe de Dilma, o principal partido aliado do governo se queixa de ter ficado com ministérios de baixa expressividade e de ser excluído das decisões políticas e administrativas.
Para contemplar o PMDB, o plano envolve a nomeação do ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves para o Ministério do Turismo. O atual titular, Vinícius Lages, iria para a Integração Nacional, para não melindrar seu padrinho político, o presidente do Senado, Renan Calheiros. Nessa mudança, o PP, abatido pela Operação Lava Jato, ficaria fora da Esplanada.
As mudanças também atingiriam o PT e o núcleo duro do governo, criticado pela série de derrotas políticas no Congresso e pela queda de popularidade de Dilma. Aloizio Mercadante, apontado como principal responsável pelo desgaste político da presidente, deixaria a Casa Civil e voltaria para a Educação, cujo titular, Cid Gomes (PROS), deixaria a equipe ministerial após o desgaste de ter dito que a Câmara tem 400 "achacadores". Quem ganharia espaço e a Casa Civil é Jaques Wagner, que deixaria a Defesa para Aldo Rebelo, hoje em Ciência e Tecnologia. Essa vaga ficaria para Pepe Vargas, que deixaria Relações Institucionais para quem mais reclama da articulação política, o PMDB, que indicaria Eliseu Padilha.
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