sexta-feira, 2 de maio de 2025

A segunda camisa - Guto Rodrigues

Em 1964, o Brasil era violentado por uma ditadura, calando o estado de direito e derrubando o presidente João Goulart, com o auxilio dos USA. Neste mesmo ano surgia a parceria comercial do Atleta Phil Night e seu técnico William Bowerman, nos estados Unidos, fundando a blue Ribbon Sport, vendendo tennis importados do Japão, que prospera, eles tem a ideia de fabricar o próprio tênis, inspirados no modelo japonês e mudam o nome da empresa para Nike, o nome da deusa da Vitória.

Antes do golpe de 1964 o Brasil conquistou os títulos de 1958 e 1962 da copa do mundo de futebol e tornou-se tri campeão em 1970, com a ditadura de Medici, pintando um quadro de horror, com a tortura e a barbárie, sequestrando pessoas eliminando-as, ao som da marchinha" pra frente Brasil", de Miguel Gustavo, retratado depois no filme homônimo, de Roberto Farias. Nesta época, não tinha patrocinadores, as camisas da seleção, as canarinhas, eram feitas pelos fornecedores, Athleta e Superbal, entretanto, a resistência a ditadura, estrategicamente, se erguia em plena euforia, da conquista, como também mostra o filme "que é isso companheiro" de Bruno Barreto. 

As copas seguintes foram conquistadas após a queda da ditadura, por um grande movimento de frente democrática.

Em 1994 e 2002, com a retomada da democracia no Brasil, mas é inesquecível a seleção de 1982, que tinha a coragem da democracia corinthiana, a ousadia de Reinaldo e a beleza e a técnica de jogar de forma espetacular, que Telê Santana implantou na seleção.

Em 1994, a seleção jogou com uma camisa azul, era bem marcante ver a dupla de baixinhos, Bebeto e Romário, com suas tabelinhas e gols marcados. Entra em cena

de forma mais evidenciada, o toque do patrocinador, a seleção tem contrato com a britânica Umbro, em 1994.

Neste novo cenário das relações capitalistas com avanço das técnicas e o mundo tecnológico, a Nike se impõe, compra a britânica Umbro, faz parceria

Com o ícone do Basquete e cria a Jordan e torna-se a grande do esporte.

Patrocinando a seleção brasileira, na copa de 2002, e atualmente mantém um patrocínio com CBF que alcança com patrocínio e royates o valor de 1 bilhão de reais. O mesmo valor que a nova federação União Progressista terá para a campanha 2026. A Nike para copa de 2026, apresenta o projeto de uma segunda camisa de cor vermelha para a seleção brasileira. Nada surge de forma gratuita, é Business.

A Nike vai comercializar as camisas. A camisa verde e amarelo da seleção brasileira foi infestada por uma digital da extrema direita, agregou-se a ela valores do ódio bolsonarista, as mortes pela covid, o ataque golpista e iminente prisão de Bolsonaro, com a subida para o telhado do projeto anistia, no congresso. Bolsonaro é carta fora do baralho. Medici e sua ditadura não deixaram a digital na camisa da seleção. 

A camisa vermelha proposta pela Nike, que será confeccionada pela Jordan, mais cara que a verde e amarela, causou um vespeiro nas hostes da ultra direita. Ao ponto de bradarem o besteirol de sempre, estampando o anticomunismo e o antipetismo. A seleção já usou uma camisa vermelha em 1917, contra o Uruguai e em 1938, contra a Polônia. E Brasil é  um nome em homenagem ao pau Brasil, que produzia uma tinta vermelha.

Para Nike é  apenas business,  para CBF manter o patrocinador é  um grande negócio. Na vitrola um saudosismo de Gal... e o som dos imbecis, rumina lá fora!

Nenhum comentário: