DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Hoje é o dia da diplomação de Dilma Rousseff na Presidência da República.
Passou a campanha, encerra-se a fase mais densa de nomeação de ministros e é o início de um novo estilo, apesar da continuidade.
Dilma não tem o carisma, nem o discurso popular, nem a mistificação de Lula, mas isso carrega desvantagens e também vantagens. Ela tenderá a manter uma direção e ser dura quando necessário, sem ser refém de índices de aceitação, recordes de popularidade.
Lula tem mais de 80% nas pesquisas, Dilma venceu o segundo turno com 44% de votos contrários. Hoje, porém, provavelmente perto de 100% do eleitorado e da população torcem -ou, no mínimo, deveriam torcer- para dar certo.
Dilma foi criança de classe média e de colégio de freira, deu uma cambalhota ao aderir a partidos adeptos da luta armada contra a ditadura, acabou presa e torturada ainda quase uma menina. É uma mulher valente, determinada, que tem objetivos e ideais. Merece crédito.
Isso, evidentemente, não significa aplaudir sempre, dizer amém, calar diante dos erros e reprimir o horror quando há abusos, como Lula sempre exigiu, na sua incontrolável busca da unanimidade.
Os desafios serão muitos. A economia está aquecida, mas não tanto; há um descompasso entre crescimento, infraestrutura e qualificação de mão de obra; 14 milhões, por baixo, ainda são miseráveis; o apoio de mais de dez partidos é bom, mas uma fonte diária de problemas. A oposição ajuda se puser o dedo nas feridas. A imprensa ajuda se for imprensa, identificando, criticando, pressionando.
Começa hoje a contagem regressiva: a de Dilma para a posse e a de Lula para a saída do poder. Ela sobe a rampa, ele desce, mas falta saber em que altura cada um vai estacionar.
Se for a meio caminho, o risco de Dilma é claro: tudo o que der certo será crédito de Lula, e tudo o que der errado, débito dela.
BRASÍLIA - Hoje é o dia da diplomação de Dilma Rousseff na Presidência da República.
Passou a campanha, encerra-se a fase mais densa de nomeação de ministros e é o início de um novo estilo, apesar da continuidade.
Dilma não tem o carisma, nem o discurso popular, nem a mistificação de Lula, mas isso carrega desvantagens e também vantagens. Ela tenderá a manter uma direção e ser dura quando necessário, sem ser refém de índices de aceitação, recordes de popularidade.
Lula tem mais de 80% nas pesquisas, Dilma venceu o segundo turno com 44% de votos contrários. Hoje, porém, provavelmente perto de 100% do eleitorado e da população torcem -ou, no mínimo, deveriam torcer- para dar certo.
Dilma foi criança de classe média e de colégio de freira, deu uma cambalhota ao aderir a partidos adeptos da luta armada contra a ditadura, acabou presa e torturada ainda quase uma menina. É uma mulher valente, determinada, que tem objetivos e ideais. Merece crédito.
Isso, evidentemente, não significa aplaudir sempre, dizer amém, calar diante dos erros e reprimir o horror quando há abusos, como Lula sempre exigiu, na sua incontrolável busca da unanimidade.
Os desafios serão muitos. A economia está aquecida, mas não tanto; há um descompasso entre crescimento, infraestrutura e qualificação de mão de obra; 14 milhões, por baixo, ainda são miseráveis; o apoio de mais de dez partidos é bom, mas uma fonte diária de problemas. A oposição ajuda se puser o dedo nas feridas. A imprensa ajuda se for imprensa, identificando, criticando, pressionando.
Começa hoje a contagem regressiva: a de Dilma para a posse e a de Lula para a saída do poder. Ela sobe a rampa, ele desce, mas falta saber em que altura cada um vai estacionar.
Se for a meio caminho, o risco de Dilma é claro: tudo o que der certo será crédito de Lula, e tudo o que der errado, débito dela.
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