Alckmin nomeia sindicalista para secretaria e Aécio procura virar interlocutor do partido com movimento
Tucanos perceberam que precisam se unir a trabalhadores para não perder outra eleição nacional, diz sociólogo
Uirá Machado e Daniela Lima
SÃO PAULO - Enquanto a presidente Dilma Rousseff mantém uma relação turbulenta com as centrais sindicais no início de seu governo, dois dos principais líderes do PSDB aproveitam o momento para se aproximar do sindicalismo.
O governador Geraldo Alckmin, após colocar um sindicalista à frente da Secretaria do Trabalho de São Paulo (Davi Zaia, do PPS), iniciou conversas com centrais que representam categorias importantes no Estado.
Além disso, levou para o governo dois tucanos eleitos deputados estaduais, abrindo caminho para o sindicalista Ramalho da Construção (PSDB), presidente do sindicato da construção civil do Estado, assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Com as articulações, Alckmin busca aproximar-se principalmente da Força Sindical e da UGT (União Geral dos Trabalhadores). Na avaliação dele, é preciso reconstruir ligações que foram minadas no governo José Serra.
O esforço do governador em demonstrar boa vontade com os trabalhadores é tão visível que já rende piadas entre os sindicalistas: "É só convidar que ele aparece", disse um deles. No último dia 25, por exemplo, Alckmin foi à cerimônia de posse da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Campinas.
MINAS GERAIS
Em outra frente, o senador Aécio Neves trabalha em parceria com o governador Antonio Anastasia (ambos do PSDB-MG) para despontar como "o" interlocutor dos tucanos com o sindicalismo.
No Congresso, Aécio faz questão de escancarar a boa relação que mantém com o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.
O "namoro" público estremeceu as relações da Força com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), tradicionalmente ligada ao PT.
Artur Henrique, presidente da CUT, disse que Paulinho fazia um "leilão de si mesmo" e estava "louco para cair no colo do PSDB".
Em Minas, Anastasia foi mais longe e criou o Comitê de Assuntos Sindicais, trazendo o sindicalismo para dentro do governo.
"Isso é uma novidade imensa para Minas. Aécio tinha uma relação fria com os sindicatos e buscava muita articulação de bastidor. Anastasia abre o governo para o debate político", avalia o sociólogo Rudá Ricci.
Mas, de acordo com Ricci, as movimentações de Alckmin e Aécio/Anastasia não se limitam a simples estratégias de governo. "Elas refletem uma tentativa de reorganização do PSDB", diz.
Para o sociólogo, "eles perceberam que precisam se aproximar dos trabalhadores para não perder mais uma eleição nacional".
Porém, segundo o cientista político Leôncio Martins Rodrigues, amigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, "a aposta dos tucanos a princípio não tem como prosperar, pois o PT ainda é um partido de sindicalistas".
Para ele, a aproximação "iria contra o passado dos dois partidos" e seria preciso que Dilma entrasse em "rota de colisão" com as centrais. "E ela teria que ser suficientemente boba para isso", diz.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
Tucanos perceberam que precisam se unir a trabalhadores para não perder outra eleição nacional, diz sociólogo
Uirá Machado e Daniela Lima
SÃO PAULO - Enquanto a presidente Dilma Rousseff mantém uma relação turbulenta com as centrais sindicais no início de seu governo, dois dos principais líderes do PSDB aproveitam o momento para se aproximar do sindicalismo.
O governador Geraldo Alckmin, após colocar um sindicalista à frente da Secretaria do Trabalho de São Paulo (Davi Zaia, do PPS), iniciou conversas com centrais que representam categorias importantes no Estado.
Além disso, levou para o governo dois tucanos eleitos deputados estaduais, abrindo caminho para o sindicalista Ramalho da Construção (PSDB), presidente do sindicato da construção civil do Estado, assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Com as articulações, Alckmin busca aproximar-se principalmente da Força Sindical e da UGT (União Geral dos Trabalhadores). Na avaliação dele, é preciso reconstruir ligações que foram minadas no governo José Serra.
O esforço do governador em demonstrar boa vontade com os trabalhadores é tão visível que já rende piadas entre os sindicalistas: "É só convidar que ele aparece", disse um deles. No último dia 25, por exemplo, Alckmin foi à cerimônia de posse da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Campinas.
MINAS GERAIS
Em outra frente, o senador Aécio Neves trabalha em parceria com o governador Antonio Anastasia (ambos do PSDB-MG) para despontar como "o" interlocutor dos tucanos com o sindicalismo.
No Congresso, Aécio faz questão de escancarar a boa relação que mantém com o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.
O "namoro" público estremeceu as relações da Força com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), tradicionalmente ligada ao PT.
Artur Henrique, presidente da CUT, disse que Paulinho fazia um "leilão de si mesmo" e estava "louco para cair no colo do PSDB".
Em Minas, Anastasia foi mais longe e criou o Comitê de Assuntos Sindicais, trazendo o sindicalismo para dentro do governo.
"Isso é uma novidade imensa para Minas. Aécio tinha uma relação fria com os sindicatos e buscava muita articulação de bastidor. Anastasia abre o governo para o debate político", avalia o sociólogo Rudá Ricci.
Mas, de acordo com Ricci, as movimentações de Alckmin e Aécio/Anastasia não se limitam a simples estratégias de governo. "Elas refletem uma tentativa de reorganização do PSDB", diz.
Para o sociólogo, "eles perceberam que precisam se aproximar dos trabalhadores para não perder mais uma eleição nacional".
Porém, segundo o cientista político Leôncio Martins Rodrigues, amigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, "a aposta dos tucanos a princípio não tem como prosperar, pois o PT ainda é um partido de sindicalistas".
Para ele, a aproximação "iria contra o passado dos dois partidos" e seria preciso que Dilma entrasse em "rota de colisão" com as centrais. "E ela teria que ser suficientemente boba para isso", diz.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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