Ex-ministro assume que precisa de apoio e dispara: ‘agora é a batalha final’
Cássio Bruno
RIO - Um dos 38 réus do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu convocou os estudantes a irem às ruas defendê-lo durante o julgamento do processo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que começa no dia 1º de agosto. Dirceu participou neste sábado à tarde do 16º Congresso Nacional da União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao PCdoB, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Segundo ele, a partir de agora será “a batalha final”.
— Todos sabem que este julgamento é uma batalha política. E essa batalha deve ser travada nas ruas também porque senão a gente só vai ouvir uma voz, a voz pedindo a condenação, mesmo sem provas. É a voz do monopólio da mídia. Eu preciso do apoio de vocês — discursou Dirceu, aplaudido pelos 1.100 estudantes que lotaram o auditório da Uerj.
Ao lado do ex-ministro do Esporte Orlando Silva, demitido pela presidente Dilma Rousseff após suspeitas de corrupção na pasta, Dirceu disse para os jovens ficarem “vigilantes”:
— Não podemos deixar que este processo (do mensalão) se transforme no julgamento da nossa geração. Por isso, peço a vocês, hoje aqui, fiquem vigilantes. Não permitam julgamento político. Não permitam julgamentos fora dos autos (do processo). A única coisa que nós pedimos é o julgamento nos autos e que a Justiça cumpra o seu papel.
Dirceu afirmou ainda que deseja “olhar nos olhos dos que o acusaram”:
— Eu tenho que provar a minha inocência. Eu deveria ter a presunção da inocência. Mas sou eu que tenho de provar. Me lincharam, me condenaram. Se eu estou aqui hoje de pé é graças a vocês, com a UJS, com a UNE (União Nacional dos Estudantes). Mas agora é a batalha final. É a reta final. Eu quero este julgamento. Quero olhar nos olhos daqueles que me acusaram e me lincharam esses anos todos.
O ex-ministro concentrou seus ataques na imprensa:
— Estamos travando uma batalha contra quem? Contra a oposição? Não. São partidos que foram derrotados em duas eleições presidenciais. Estamos enfrentando o poder da mídia, do monopólio dos veículos de comunicação.
FONTE: O GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário