- Folha de S. Paulo
O ex-ministro Geddel Vieira Lima apareceu no Planalto na semana passada para dar um alô a Michel Temer e Eliseu Padilha.
Há pouco mais de cinco meses, Geddel saiu de fininho da Secretaria de Governo após ser pego manobrando para derrubar decisão do Iphan contra um prédio em Salvador onde ele comprara um imóvel.
O relator da reforma trabalhista na CCJ do Senado será Romero Jucá, líder do governo Temer na Casa.
Logo mais, se completa um ano da revelação das gravações que tiraram Jucá do comando do Planejamento. No diálogo com Sérgio Machado, delator e ex-presidente da Transpetro, o senador do PMDB fala em "estancar a sangria" da Lava Jato.
O governo Temer faz aniversário na próxima sexta-feira (12). O peemedebista tomou posse, ainda como interino, na tarde de 12 de maio de 2016, rodeado por figuras como Jucá, Geddel, e outros protagonistas de escândalos nos últimos meses, entre eles ministros que viriam a ser citados pela delação da Odebrecht.
De lá para cá, a economia deu sinais tímidos -para não dizer envergonhados- de recuperação. Sinais que até deixaram os brasileiros menos pessimistas, conforme o Datafolha, mas que foram insuficientes para melhorar a imagem de um governo reprovado sem piedade.
Temer fará um pronunciamento para celebrar seu primeiro ano -com 9% de aprovação, pretende divulgar a fala só na internet para escapar das panelas. Deve fazer discurso exaltando a gestão e em defesa das reformas trabalhista e previdenciária. E vai ignorar a queda de ministros que continuam influentes dentro do governo.
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"A corrupção lesa a nação em todas as frentes (...) a lei da propina anda na surdina e joga pesado", diz o samba "Meu Sangue é Brasil", de Almir Guineto, morto na sexta (5), e Luverci Ernesto. Em tempos de delações explosivas, poderia, por que não, virar um hino da Lava Jato.
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