“Nós nos acostumamos a encarar o ser humano apenas como unidade estatística. Não ficamos chocados ao vermos indivíduos como força de trabalho. O poder de compra de uma sociedade ou a capacidade de consumo tornaram-se critérios cruciais para se avaliar o grau de adequação de um país para se associar ao clube do poder, ao qual aplicamos os sonoros títulos de várias organizações internacionais. A questão de saber se você é uma democracia só se torna relevante quando você não tem nenhum poder e, portanto, deve ser controlado por meio de varetas retóricas ou políticas. Se você é rico em petróleo ou pode consumir ou investir muito, isso o absolve de suas falhas em respeitar a política e as sensibilidades morais modernas ou permanecer comprometido com as liberdades civis e os direitos humanos.”
*Zygmunt Bauman (1925-2017), Filósofo polonês, foi o grande pensador da modernidade e deixou uma vasta obra. ‘Mal líquido’, p. 191. Editora Zahar, 2019.
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