Eliane Cantanhêde
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Hugo Chávez lançou a Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas) em 2001, como reação aos EUA e à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que veio a morrer de morte morrida. O grupo foi formalizado em Havana, em 2004, mas não chegou muito longe.
Além de Venezuela e Cuba, só aderiram à Alba Bolívia, país mais pobre da América do Sul, Nicarágua, que ainda sofre efeitos da guerra interna, Honduras, da América Central, e Dominica, um pontinho no Caribe. Digamos que não dá para ameaçar a Calc (Cúpula da América Latina e do Caribe), que reúne 33 países na Bahia, dias 16 e 17.
O que preocupa é o Equador de Rafael Correa, que estapeou Odebrecht, Petrobras e Furnas e ameaça um calote no BNDES, o que deixa de ser contra uma empresa privada e passa a ser contra o governo brasileiro. Lula cancelou uma missão técnica a Quito e depois chamou o embaixador de volta.
Ontem, havia um corre-corre no Itamaraty para avaliar os problemas e oferecer saídas para cada um antes do dia 15, tudo para que Correa não chegue à Bahia uma fera, contaminando o clima geral.
Blocos e regiões convivem com divergências e conflitos. Os próprios Brics têm seus problemas: a Rússia e a mágoa dos ex-satélites soviéticos, a Índia e o Paquistão em torno de Caxemira, a China e Bangladesh e os arroubos do Tibete. Mas o Brasil alardeia sua eterna imagem pacifista e faz questão de uma foto da Calc só de sorrisos, para sinalizar unidade e integração para o mundo e especialmente para o Norte. Correa pode botar tudo isso a perder se atirar pedras contra o Brasil, trouxer para dentro da reunião o apoio que já recebeu da Alba e unir a "esquerda" contra a "potência" local.
Isso deixaria o Brasil cara a cara não com o frágil Equador, mas, sim, com a forte Venezuela e seus aliados, provocando uma mudança radical. Lula quer ser líder, mas pode acabar na berlinda.
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Hugo Chávez lançou a Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas) em 2001, como reação aos EUA e à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que veio a morrer de morte morrida. O grupo foi formalizado em Havana, em 2004, mas não chegou muito longe.
Além de Venezuela e Cuba, só aderiram à Alba Bolívia, país mais pobre da América do Sul, Nicarágua, que ainda sofre efeitos da guerra interna, Honduras, da América Central, e Dominica, um pontinho no Caribe. Digamos que não dá para ameaçar a Calc (Cúpula da América Latina e do Caribe), que reúne 33 países na Bahia, dias 16 e 17.
O que preocupa é o Equador de Rafael Correa, que estapeou Odebrecht, Petrobras e Furnas e ameaça um calote no BNDES, o que deixa de ser contra uma empresa privada e passa a ser contra o governo brasileiro. Lula cancelou uma missão técnica a Quito e depois chamou o embaixador de volta.
Ontem, havia um corre-corre no Itamaraty para avaliar os problemas e oferecer saídas para cada um antes do dia 15, tudo para que Correa não chegue à Bahia uma fera, contaminando o clima geral.
Blocos e regiões convivem com divergências e conflitos. Os próprios Brics têm seus problemas: a Rússia e a mágoa dos ex-satélites soviéticos, a Índia e o Paquistão em torno de Caxemira, a China e Bangladesh e os arroubos do Tibete. Mas o Brasil alardeia sua eterna imagem pacifista e faz questão de uma foto da Calc só de sorrisos, para sinalizar unidade e integração para o mundo e especialmente para o Norte. Correa pode botar tudo isso a perder se atirar pedras contra o Brasil, trouxer para dentro da reunião o apoio que já recebeu da Alba e unir a "esquerda" contra a "potência" local.
Isso deixaria o Brasil cara a cara não com o frágil Equador, mas, sim, com a forte Venezuela e seus aliados, provocando uma mudança radical. Lula quer ser líder, mas pode acabar na berlinda.
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