DEU NO JORNAL DO BRASIL
Contra fatos não há argumentos: o presidente Lula é uma das mais poderosas vocações de líder popular da história deste país. E não é provável que este século produza rival que lhe faça sombra. Nada a estranhar nas merecidas férias, com numerosos convidados nas praias paradisíacas da Base Militar de Aratu, da Bahia dos balangandãs, de Dorival Caymmi e do Senhor do Bonfim.
Os planos de descanso em local reservado, com pouca gente, não resistiram à amistosa pressão de parentes, amigos mais chegados e convidados especiais. O governador da Bahia, Jaques Wagner, é um dos penetras oficiais. Lurian, a filha de Lula, não podia faltar. A praia é imensa, espaço é o que não falta, e Lula e Marisa Letícia terão os seus momentos de privacidade. Afinal, no próximo Natal e Ano-Novo o presidente Lula será um ex-presidente sonhando com mais dois mandatos.
A ausência da candidata, ministra Dilma Rousseff, que não desgruda do presidente nas viagens domésticas da pré-campanha para os comícios nas visitas às obras do PAC e do Minha Casa Minha Vida é explicada pela cautela com a saúde.
Claro que nem tudo são flores em dois mandatos, com a agenda entupida de compromissos internacionais, pois Lula não recusa convite nem para missa de sétimo dia ou para visita a qualquer país dos cafundós da África. Mas os sinais de fadiga são desculpa mais conveniente para os escorregões presidenciais, cada vez mais frequentes, comentados em surdina por assessores, parlamentares e raros ministros.
Na véspera da viagem, na solenidade da sanção do projeto de lei que beneficia os taifeiros da Aeronáutica, Lula não apenas escolheu o mais inadequado momento como o pior tema para criticar a imprensa. E o presidente com o maior, mais sofisticado e competente sistema de publicidade no mundo, para criticar os repórteres que suportam a humilhação de cobrir o pior, mais escandaloso e desmoralizado Congresso da história deste país, virou as costas à evidência e apelou para o sofisma: “Se a gente for analisar o conjunto do trabalho produzido pelo Congresso durante o ano, vai perceber que tem muito mais coisa positiva do que negativa”.
Ora, com todo o respeito, será que o presidente não lê as manchetes dos jornais? Nem folheia as revistas? Ou não passa os olhos pelos resumos da sua competente equipe de excelentes profissionais? Será que não viu nos noticiários das redes de TV a degradante sequência do governador de Brasília, José Roberto Arruda, derreado na poltrona do seu gabinete e distribuindo pacotes de notas com as propinas milionárias de R$ 100 mil, R$ 200 mil que cada um escondia nas meias, na cueca, nos bolsos, nos sapatos e uma senhora na bolsa de confiança para o transporte dos maços de notas?
Mas este é um episódio do big boss de araque, um governador que não devia existir na cidade construída para ser a capital do Brasil. Mas, e a roubalheira com as verbas do Senado? E se remexer no lixo da Câmara, teremos um bis de arromba para o início do próximo ano parlamentar.
E que tal a sutileza da lógica presidencial: “Não fazemos distinção de que partido é o governador ou o prefeito. Você não pode deixar de dar comida a um porco porque não gosta do dono do porco”. A degringolada do governador do DF, Roberto Arruda, tocou na corda sensível do coração presidencial, inspirando esta frouxa desculpa: “A imagem não fala por si. O que fala por si é todo o processo de investigação e de apuração”.
Lula também encaixa observações sutis e generosas. No acaso de uma visita ao quartel de comando do II Exército, no Ibirapuera, onde Dilma Rousseff esteve presa e foi torturada, quando o helicóptero parou, a ministra-candidata olhou para o presidente e comentou:
“Engraçado, eu não tenho raiva. Eu vim para cá quando fui presa”.
Na cerimônia recente, em 21 de dezembro, do lançamento do Programa Nacional de Direitos Humanos, a ministra Dilma Rousseff, estreando o novo cabelo ainda curto, emocionou-se às lágrimas ao lembrar os dias de prisioneira: “Muitas pessoas foram presas, torturadas e mortas pelo regime militar”.
Testemunho de uma possível presidenta da República.
Contra fatos não há argumentos: o presidente Lula é uma das mais poderosas vocações de líder popular da história deste país. E não é provável que este século produza rival que lhe faça sombra. Nada a estranhar nas merecidas férias, com numerosos convidados nas praias paradisíacas da Base Militar de Aratu, da Bahia dos balangandãs, de Dorival Caymmi e do Senhor do Bonfim.
Os planos de descanso em local reservado, com pouca gente, não resistiram à amistosa pressão de parentes, amigos mais chegados e convidados especiais. O governador da Bahia, Jaques Wagner, é um dos penetras oficiais. Lurian, a filha de Lula, não podia faltar. A praia é imensa, espaço é o que não falta, e Lula e Marisa Letícia terão os seus momentos de privacidade. Afinal, no próximo Natal e Ano-Novo o presidente Lula será um ex-presidente sonhando com mais dois mandatos.
A ausência da candidata, ministra Dilma Rousseff, que não desgruda do presidente nas viagens domésticas da pré-campanha para os comícios nas visitas às obras do PAC e do Minha Casa Minha Vida é explicada pela cautela com a saúde.
Claro que nem tudo são flores em dois mandatos, com a agenda entupida de compromissos internacionais, pois Lula não recusa convite nem para missa de sétimo dia ou para visita a qualquer país dos cafundós da África. Mas os sinais de fadiga são desculpa mais conveniente para os escorregões presidenciais, cada vez mais frequentes, comentados em surdina por assessores, parlamentares e raros ministros.
Na véspera da viagem, na solenidade da sanção do projeto de lei que beneficia os taifeiros da Aeronáutica, Lula não apenas escolheu o mais inadequado momento como o pior tema para criticar a imprensa. E o presidente com o maior, mais sofisticado e competente sistema de publicidade no mundo, para criticar os repórteres que suportam a humilhação de cobrir o pior, mais escandaloso e desmoralizado Congresso da história deste país, virou as costas à evidência e apelou para o sofisma: “Se a gente for analisar o conjunto do trabalho produzido pelo Congresso durante o ano, vai perceber que tem muito mais coisa positiva do que negativa”.
Ora, com todo o respeito, será que o presidente não lê as manchetes dos jornais? Nem folheia as revistas? Ou não passa os olhos pelos resumos da sua competente equipe de excelentes profissionais? Será que não viu nos noticiários das redes de TV a degradante sequência do governador de Brasília, José Roberto Arruda, derreado na poltrona do seu gabinete e distribuindo pacotes de notas com as propinas milionárias de R$ 100 mil, R$ 200 mil que cada um escondia nas meias, na cueca, nos bolsos, nos sapatos e uma senhora na bolsa de confiança para o transporte dos maços de notas?
Mas este é um episódio do big boss de araque, um governador que não devia existir na cidade construída para ser a capital do Brasil. Mas, e a roubalheira com as verbas do Senado? E se remexer no lixo da Câmara, teremos um bis de arromba para o início do próximo ano parlamentar.
E que tal a sutileza da lógica presidencial: “Não fazemos distinção de que partido é o governador ou o prefeito. Você não pode deixar de dar comida a um porco porque não gosta do dono do porco”. A degringolada do governador do DF, Roberto Arruda, tocou na corda sensível do coração presidencial, inspirando esta frouxa desculpa: “A imagem não fala por si. O que fala por si é todo o processo de investigação e de apuração”.
Lula também encaixa observações sutis e generosas. No acaso de uma visita ao quartel de comando do II Exército, no Ibirapuera, onde Dilma Rousseff esteve presa e foi torturada, quando o helicóptero parou, a ministra-candidata olhou para o presidente e comentou:
“Engraçado, eu não tenho raiva. Eu vim para cá quando fui presa”.
Na cerimônia recente, em 21 de dezembro, do lançamento do Programa Nacional de Direitos Humanos, a ministra Dilma Rousseff, estreando o novo cabelo ainda curto, emocionou-se às lágrimas ao lembrar os dias de prisioneira: “Muitas pessoas foram presas, torturadas e mortas pelo regime militar”.
Testemunho de uma possível presidenta da República.
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