DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Não vai ter "numeralha", afirma o tucano sobre a cerimônia em que vai se despedir do governo de São Paulo
Não vai ter "numeralha", afirma o tucano sobre a cerimônia em que vai se despedir do governo de São Paulo
Christiane Samarco, Julia Duailibi
Pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra quer se despedir do governo falando diretamente ao eleitor paulista. O discurso que fará hoje, no Palácio dos Bandeirantes, não será um balanço recheado de números, mas uma prestação de contas em tom político, que lhe permita falar com emoção.
"Eu não vou fazer balanço. Numeralha não vai ter", afirmou ao Estado o governador. O PSDB mobilizou 5 mil militantes para prestigiar a cerimônia em que ele anunciará a saída do governo e, por tabela, assumirá a candidatura presidencial. A ideia é mostrar que, no cenário nacional, ele "fará acontecer" muito mais por São Paulo e pelo Brasil.
Ontem, em evento para anunciar a liberação de R$ 53 milhões em convênios com 221 municípios, Serra deu o tom do que deverá ser sua despedida. "Saio triste. Não estou contente de deixar o governo de São Paulo. Me dei bem no governo. Fiz muita coisa, sempre com muita dedicação. Sempre fui caxias", disse.
Acompanhado dos principais assessores, homenageou a equipe com um autoelogio. "Tenho defeitos e virtudes, como todo mundo. Mas uma virtude é que eu sei montar equipe." Afirmou que ele é o "marechal" e que os secretários Francisco Luna (Planejamento) e Aloysio Nunes Ferreira (Casa Civil) são os "generais".
Hoje, tal como o fez na solenidade da véspera, deve repetir que está tranquilo porque assumirá o governo o vice, Alberto Goldman, que é para ele "mais que o braço direito".
Evento. Ontem o Palácio dos Bandeirantes já se preparava para o evento, com a chegada de TVs de plasma, banheiros químicos e telões por onde o discurso será retransmitido para outros ambientes do palácio. Dentro, no Auditório Ulysses Guimarães, são esperadas cerca de 2.000 autoridades, como prefeitos, presidentes das Câmaras municipais e líderes tucanos e de partidos aliados ? foram enviados 4.000 convites pelo Palácio dos Bandeirantes.
A programação inicial era um discurso de Serra no auditório e outro para o público que o estará no jardim. O Palácio dos Bandeirantes não forneceu o custo do evento de despedida.
Anteontem, o diretório estadual expediu aviso aos militantes para que evitem ir com bandeiras e símbolos do partido ao evento para não caracterizar campanha eleitoral antecipada. "O desejo da militância é compartilhar desse momento excepcional", disse o secretário-geral do PSDB paulista, César Gontijo. O partido, que não tem uma tradição de militância como o maior adversário, o PT, conta com 170 mil filiados no Estado.
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