Italo Nogueira – Folha de S. Paulo
RIO - O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), defendeu na manhã deste domingo (8) a manutenção da pré-candidatura do secretário municipal Pedro Paulo,investigado pela agressão à ex-mulher há cinco anos.
O peemedebista afirmou que o secretário "já fez os "esclarecimentos necessários".
"O secretário Pedro Paulo já fez as explicações de um assunto familiar. Deve ser muito difícil na vida pública ter que fazer explicações familiares, de assuntos de suas relações pessoais de maneira pública. Imagino a dificuldade pessoal dele de lidar com essa questão dessa maneira", afirmou o prefeito, na entrega do prédio do IBC, centro de transmissão das imagens da Olimpíada de 2016.
Pedro Paulo é alvo de um inquérito a ser enviado para a Procuradoria-Geral da República –deputado licenciado, ele tem foro privilegiado.
Setores do PMDB-RJ creem que a candidatura do secretário-executivo de Coordenação de Governo corre risco. Avaliam que o crime pelo qual é investigado é de fácil compreensão do público, num momento de mobilização em torno de causas feministas. Paes não comentou o impacto no eleitorado.
"Não sou analista político. O meu candidato é o Pedro Paulo e vai permanecer até o fim", declarou o prefeito, acompanhado do secretário no evento.
Paes, contudo, afirmou que Pedro Paulo "é o melhor candidato para a cidade". Ele elogiou o trabalho do aliado na Casa Civil municipal, cargo que ocupou nos primeiros anos de governo, e no posto atual.
"Ao longo do nosso governo, [ele] coordenou tudo isso. Se as coisas estão saindo é porque tínhamos na Casa Civil um time de jovens preparados, com a cabeça moderna montando concessões, PPPs que o Brasil ainda não aprendeu a montar. PPP na Prefeitura do Rio sai na urina. Quem fez isso foi o secretário Pedro Paulo", disse Paes.
Braço direito do prefeito, Pedro Paulo sempre ocupou postos-chave ligados aos cargos ocupados por Paes e já foi eleito deputado federal duas vezes.
O secretário é investigado por ter agredido a ex-mulher Alexandra Mendes Marcondes em 2010. Ela confirmou o caso na semana passada ao Ministério Público do Rio, mas disse não ter interesse em representar contra o ex-marido. Especialistas apontam, contudo, que investigações sobre crimes da Lei Maria da Penha podem seguir mesmo sem o interesse da vítima.
Pedro Paulo admitiu em entrevista à Folha as "agressões mútuas", mas disse se tratar de "um episódio superado no âmbito familiar".
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