• Aposta do partido é se descolar da crise e preservar o vice-presidente Michel Temer de desgastes
Alberto Bombig - O Estado de S. Paulo
Com a estratégia de se contrapor a Dilma Rousseff e ao pensamento petista na economia, o PMDB busca se transformar em uma alternativa de poder caso a presidente seja impedida de concluir o atual mandato.
Para os líderes peemedebistas, a crise econômica deverá se agravar neste final de ano, quando grande parte dos brasileiros vai utilizar o décimo terceiro salário para quitar dívidas, e piorar no início de 2016, época de gastos pesados como matrículas escolares e impostos municipais e estaduais.
Um dos formuladores do PMDB para a área econômica avalia que, se até março do ano vem, a economia não der sinais de recuperação, Dilma estará ainda mais fragilizada e vulnerável diante da ameaça de impeachment que ronda o Palácio do Planalto.
Por isso, a aposta dos peemedebistas é se descolar da crise e preservar o vice-presidente Michel Temer de desgastes. Se Dilma for impedida pelo Congresso, é Temer quem assume a Presidência, conforme a Constituição.
Até agora, o PMDB está convencido de que acertou o alvo com o documento divulgado no dia 29, no qual falava em uma “profunda recessão” com impactos no ano que vem. Temer ficou satisfeito com a repercussão do texto entre os chamados “formadores de opinião” da área econômica e vai insistir na estratégia com o congresso da Fundação Ulysses Guimarães, mantida pelo partido.
As críticas ao modelo Dilma Rousseff para a economia serão moduladas entre condenar eventuais aumentos de impostos propostos pela atual gestão e os erros cometidos pela presidente no mandato anterior dela (2011-2014).
Falta ainda se posicionar em relação ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, alvo preferencial do PT e do ex-presidente Lula. Apesar de avaliar que Levy perde a cada dia a capacidade de controlar a economia, o PMDB ainda não decidiu se irá fritá-lo publicamente.
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