sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Opinião do dia – Roberto Freire

A mudança que o país começou a experimentar com o fim do desmantelo causado por Lula e Dilma é um capítulo que continuará a ser escrito neste domingo. Depois de derrotarmos o PT nas ruas, com a mobilização de milhões de brasileiros, e no Congresso Nacional, onde o impeachment foi aprovado na Câmara e no Senado, chegou a hora de darmos o nosso recado nas urnas, por meio do voto. Este é o momento de virarmos uma triste página de nossa história e continuarmos construindo o futuro. Bom voto a todos.

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Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS.‘Depois das ruas, vamos às urnas!’ Diário do Poder, 29/9/2016

Defesa de Dilma protocola último recurso no STF para tentar anular impeachment

• Mandado de segurança, com 493 páginas, questiona o que o advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, chama de “falta de justa causa”

Isabora Péron - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Quase um mês depois de o Senado aprovar o impeachment, a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff protocolou nesta quinta-feira, 29, aquele que deve ser o último recurso pedindo a anulação do processo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O mandado de segurança, com 493 páginas, questiona o que o advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, chama de “falta de justa causa”, isto é, a falta de motivos jurídicos para o afastamento da petista.

Na peça, Cardozo pede que até que o recurso seja julgado em definitivo, seja concedido uma sentença liminar (provisória) para que Dilma possa voltar à Presidência ou para que, pelo menos, o atual presidente Michel Temer volte à condição de interinidade. “Não pode um país, sob o risco de traumas e conflitos, permanecer a ser governado por quem não foi eleito pelo povo e não exerce seu mandato por decorrência do texto constitucional. A democracia não pode conviver com governos ilegítimos, nem mesmo por poucos dias”, diz o texto.

Lewandowski diz que impeachment de Dilma foi um 'tropeço na democracia'

• Comentário foi feito durante uma de suas aulas na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde o ministro leciona Teoria do Estado

Julia Lindner - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, lamentou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e classificou o episódio como "um tropeço na democracia". O comentário foi feito durante uma de suas aulas na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde o ministro leciona Teoria do Estado. Lewandowski foi responsável pela condução do julgamento de Dilma no Senado. A gravação foi registrada na última segunda-feira, 26, pela revista Caros Amigos.

Em resposta a Lewandowski, Gilmar diz que 'tropeço' foi fatiar votação do impeachment

• Presidente do TSE rebate ministro do STF que avaliou processo de afastamento de Dilma Rousseff como um 'tropeço na democracia'; para ele, fatiamento teve 'contribuição decisiva' do então presidente do Supremo

Rafael Moraes Moura - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse nesta quinta-feira, 29, que o único tropeço no processo de impeachment de Dilma Rousseff foi a realização de uma votação fatiada. O comentário de Gilmar foi uma resposta ao comentário do ministro Ricardo Lewandowski, que lamentou o impeachment de Dilma Rousseff, classificando o episódio como “um tropeço na democracia”.

“Acho que o único tropeço que houve foi aquele do fatiamento, o DVS (destaque para votação em separado) da própria Constituição, no qual teve contribuição decisiva o presidente do Supremo”, disse Gilmar, ao analisar a conduta do então presidente do STF, Ricardo Lewandowski, na condução do processo de impeachment.

Lava Jato tem registro de que Braskem pagou parte da propina de Palocci

• Contabilidade do 'departamento da propina' da Odebrecht que foi deletada, mas recuperada pela PF, registra nome e siglas usadas para identificar a petroquímica como origem do dinheiro de corrupção repassado para 'Italiano'; força-tarefa apura se João Santana, marqueteiro de Dilma e Lula, foi um dos beneficiários finais

- O Estado de S. Paulo

A Operação Lava Jato encontrou registros de que a Braskem – petroquímica da Odebrecht, em sociedade com a Petrobrás – pagou parte das propinas destinadas ao ex-ministro Antonio Palocci, via Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. Há indícios, segundo investigadores, de que um dos destinatários finais do dinheiro seria o marqueteiro do PT João Santana, responsável pelas campanhas eleitorais de Dilma Rousseff (2014 e 2010) e Luiz Inácio Lula da Silva (2006).

Preso nesta segunda-feira, 26, alvo da 35ª fase batizada de Omertà, Palocci teria recebido propinas pela atuar, supostamente de forma ilegal, pela aprovação de duas leis, no Congresso, sobre tributação, com regras que beneficiaram diretamente a empresa. Ex-titular da Fazenda de Lula (entre 2003 e 2006) e ex-Casa Civil de Dilma (em 2011), Palocci teria agido em favor da Braskem em pelo menos dois momentos: em 2009, quando era deputado federal pelo PT, e em 2013, quando era consultor pela empresa Projeto.

EBC rescinde contratos de 7 comentaristas da gestão Dilma

• Todos já estavam suspensos da empresa há três meses

- O Globo

-BRASÍLIA- A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) rescindiu os contratos de sete comentaristas e apresentadores, todos contratados no governo Dilma Rousseff. Estão na lista Tereza Cruvinel, Paulo Moreira Leite, Sidney Rezende, Lúcia Scarano de Mendonça, Emir Sader, Luis Nassif e Paulo Markun.

As rescisões foram publicadas no Diário Oficial pelo novo presidente da EBC, Laerte Rímoli. Todos os demitidos já estavam suspensos há três meses, por conta do imbróglio jurídico na estatal. Eles participavam dos programas Repórter Brasil, Espaço Público e Brasilianas.

Rímoli chegou a assumir a EBC na interinidade do presidente Michel Temer, mas uma liminar o impediu de exercer o cargo. Quando Temer assumiu definitivamente, a liminar foi revista pelo ministro Dias Toffoli, do STF, e Rímoli reassumiu.

PF acha indícios de repasses ilícitos a Mantega, Vaccarezza e Zarattini

Por André Guilherme Vieira - Valor Econômico

CURITIBA - A Polícia Federal (PF) encontrou indícios de repasses ilícitos relacionados a contrato firmado pela Odebrecht com a Prefeitura de São Paulo, em 2011, que teriam sido destinados ao ex-ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, Guido Mantega, ao deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e ao ex-deputado que foi líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT).
As suspeitas surgiram após o aprofundamento de análises sobre codinomes usados pela Odebrecht para, segundo os investigadores, contabilizar pagamentos de propinas em obras das quais participava em todo o país.

Uma das anotações foi encontrada no celular de Marcelo Odebrecht, apreendido pela Lava-Jato.

"BMX: Vacareza e Zaratini 3%, sendo 3 deles, mais 1GM [Guido Mantega, diz a PF] até outubro. Depois 21M p/GM e 2 para V + Z".

Para os investigadores, a menção aos nomes do ex-ministro, do parlamentar e do ex-deputado tem relação com a obra da BMX Empreendimento Imobiliário e Participações S.A, responsável pela construção do Parque da Cidade, por empreendimentos residenciais e pela obra de um shopping na cidade de São Paulo.

Partidos tiveram "práticas espúrias", diz PGR

Por Carolina Oms - Valor Econômico

BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que alguns membros do PT, PMDB e PP se organizaram para utilizar em seus partidos "perpetração de práticas espúrias". A PGR pediu ontem a divisão da maior investigação da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que apura a existência de uma organização criminosa na Petrobras. "Alguns membros de determinadas agremiações se organizaram internamente, utilizando-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para perpetração de práticas espúrias. Nesse aspecto há verticalização da organização criminosa", diz o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato.

Para "otimização do esforço investigativo", a PGR pediu para investigar em quatro diferentes inquéritos a atuação do PT, do PP, do PMDB na Câmara e do PMDB no Senado. "Por outro lado, embora as investigações tenham avançado, há necessidade de esclarecimento de fatos e dos papéis desempenhados por alguns integrantes dessa organização, de corroboração dos fatos apresentados em acordos de colaboração e de robustecimento dos elementos relacionados a outros atores da trama criminosa", diz o pedido.

Contas do governo central têm pior resultado em agosto desde 1997

• Tesouro, BC e Previdência registram déficit de R$ 20,3 bilhões

Bárbara Nascimento - O Globo

-BRASÍLIA- As contas do governo registraram em agosto o pior resultado em 20 anos. Dados do Tesouro Nacional mostram que o governo central (formado por Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de R$ 20,34 bilhões em agosto. O rombo é quatro vezes o apresentado em 2015, de R$ 5,06 bilhões, e representa o pior número para o mês desde o início da série histórica, em 1997.

No acumulado do ano, as contas do governo tiveram déficit de R$ 71,41 bilhões, o pior resultado da série histórica. Em 2015, o déficit havia sido de R$ 13,96 bilhões. Segundo o relatório, em 12 meses o déficit primário do governo central chegou a R$ 178,9 bilhões e ultrapassa a meta fiscal prevista pela equipe econômica para este ano, de R$ 170,5 bilhões. A secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, afirma que o estouro da meta em 12 meses não implica descumprimento do objetivo fiscal no ano:

Arrecadação cai 10,1% e pode dificultar ajuste

• Especialistas afirmam que equilíbrio das contas deve vir mais pelo corte de gastos e preveem reação lenta

Gabriela Valente, Manoel Ventura*, Cássia Almeida, Roberta Scrivano - - O Globo

-BRASÍLIA, RIO E SÃO PAULO- A queda da arrecadação federal está cada vez mais acelerada. Já descontado o efeito da inflação, as receitas desabaram 10,1% em agosto na comparação com o mesmo período do ano passado. Os brasileiros pagaram R$ 91,8 bilhões em tributos, no pior resultado para o mês desde 2009, quando o país e o mundo estavam mergulhados na crise financeira internacional. Foi o 17º mês seguido de queda real na arrecadação, no mais longo período de retração também desde o colapso global. Com esses seguidos resultados negativos, será difícil para o governo contar com a receita para equilibrar as contas públicas. Especialistas avaliam que a recuperação lenta e a própria composição dessa reação recente não vão impulsionar a arrecadação com força. Com isso, para eles, torna-se mais urgente aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC) do teto de gastos, que deve estar pronta para ser enviada ao Congresso na semana que vem.

Tendência à reeleição marca disputa

Por Ricardo Mendonça e Fernando Torres - Valor Econômico

SÃO PAULO - A reeleição, levando-se em conta as pesquisas feitas até agora, deve ser uma característica marcante na escolha dos prefeitos das capitais no pleito de domingo. Nas 26 cidades, 20 prefeitos buscam a reeleição. Desses, 14 terminam a campanha eleitoral em primeiro lugar nas pesquisas e um aparece na segunda posição.

Na contramão da tendência geral, em São Paulo, a maior cidade do país, o prefeito Fernando Haddad (PT) enfrenta enorme dificuldade em sua tentativa de recondução ao cargo - só esboçou reação nos últimos dias.

Outras tendências apontadas nas últimas pesquisas são as de fortalecimento do PMDB e PSDB. O primeiro tem chance de vitória, ou seja, está em primeiro ou em segundo lugar nas pesquisas de primeiro turno, em 11 capitais e o segundo, em 9 (ver gráfico acima).

PT deve perder nos grandes centros em MG

Por Marcos de Moura e Souza – Valor Econômico

BELO HORIZONTE - Dois anos depois de darem uma vitória inédita ao PT na disputa para governador, eleitores de Minas Gerais devem agora tirar o partido de suas principais prefeituras no Estado. O PSDB tenta colher parte dos frutos do desgaste petista e eleger prefeitos em praças mineiras importantes.

Na capital, Belo Horizonte, João Leite - apoiado pelo senador Aécio Neves (MG) - é o preferido para disputar e vencer o segundo turno. Seria a primeira vitória do partido na capital mineira desde 1988. Seria também, na opinião de aliados de Aécio, um evento que o ajudaria numa eventual segunda candidatura à Presidência da República em 2018.

Ex-goleiro do Atlético Mineiro e deputado estadual em seu sexto mandato, João Leite disputa com um novato na política, o empresário e ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil (PHS). O tucano chegou a 35% das intenções de voto, segundo a pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira. Kalil tem 24%. O último Datafolha deu 32% a 18%. Os outros nove candidatos patinam entre 1% a 6% das intenções.

Em Vitória, o bufão que pode derrotar o prefeito

Por Cristian Klein -Valor Econômico

VITÓRIA - Na reta final, a disputa pela Prefeitura de Vitória afunilou entre o prefeito Luciano Rezende (PPS) e o deputado estadual e apresentador de TV Amaro Neto (SD) - um desafiante que caiu no gosto da população à procura de um político não tradicional.

Em seu programa, Amaro apresenta e faz paródias de notícias policiais. Dança funk, simula uma rave no estúdio, debocha de assaltantes entalados em buracos de ar-condicionado ou que se "borraram" ao serem levados à delegacia. Já fingiu ser uma galinha que punha ovos e consumia crack. Incorpora um personagem caricato, a quem a responsabilidade de governar a capital poderia ser uma tarefa improvável. "É informação policial com leveza. Podem achar graça ou patético, depende do ponto de vista", afirma.

A candidatura do deputado estadual mais votado em 2014 respondeu a estímulos da classe política tradicional. Recebeu apoio, nos bastidores, do governador Paulo Hartung (PMDB), cujo objetivo maior é impedir a vitória de Luciano Rezende. A relação entre governador e prefeito da capital é tão deteriorada que ambos mal disfarçam a ojeriza. Cerimoniais de solenidades públicas evitam colocá-los lado a lado para que não se cumprimentem.

Impeachment de Dilma consolidou Arthur Virgilio

Por Fabio Pontes – Valor Econômico

MANAUS - O processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) influencia de forma direta a disputa pela Prefeitura de Manaus com a reagrupação das principais forças políticas da cidade. A saída do PT do Planalto colocou no mesmo palanque duas lideranças locais que até bem pouco tempo não dividiam o mesmo metro quadrado, e deixou para a esquerda manauara o teto de uma Kombi como único palanque. Isso após, por muito pouco, em 2012, embalado pela popularidade de Lula e Dilma, o grupo não sair vitorioso.

O prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) encontrou no senador e ex-ministro Eduardo Braga (PMDB) o principal aliado. A aliança acontece após o pemedebista ter trabalhado em duas campanhas pela derrota de Virgílio: a primeira, em 2010, pelo Senado e a última pela Prefeitura de Manaus, em 2012.

Então aliado do governo petista, Braga atuou há quatro anos diretamente na campanha da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). A eleição foi disputada voto a voto até o fim do segundo turno, com o tucano saindo vitorioso. Além do PMDB, Grazziotin era apoiada por PP e PSD, partidos que tomaram outros rumos no pós-impeachment.

Edmilson tenta ir ao 2º turno em Belém

Por Daniela Chiaretti - Valor Econômico

SÃO PAULO - A disputa pela Prefeitura de Belém, cidade amazônica de 1,4 milhão de habitantes, deve ter no segundo turno o deputado federal Edmilson Brito Rodrigues, candidato pelo Psol que lidera as pesquisas desde o início da campanha. A briga é pelo segundo lugar. O atual prefeito, o tucano Zenaldo Coutinho, largou mal mas está em tendência de alta. O delegado Éder Mauro (PSD), deputado da bancada da bala, é o outro nome possível.

Belém sofre com a crise econômica nacional e com suas crises particulares. O prefeito tem baixa popularidade e o eleitor reclama da falta de avanços em mobilidade, educação e saúde - o que Zenaldo justifica com a redução da capacidade de investimento da prefeitura e uma herança de endividamento dos cofres públicos. Éder Mauro, por seu turno, mira o aumento da violência em Belém. No mapa da violência do Pará, Belém ocupava a 20ª posição entre as cidades mais violentas em 2002; em 2012 estava em 12° lugar.

Governador Flávio Dino fica fora de campanha em São Luís

João Luiz Rosa – Valor Econômico

SÃO PAULO - As eleições municipais em São Luís têm nove candidatos para ocupar o Palácio de La Ravardière, a sede da prefeitura, mas nenhum deles conseguiu conquistar o apoio público de um dos personagens de maior peso no cenário político do Maranhão - o governador Flávio Dino.
Primeiro comunista a comandar um governo estadual na história brasileira, e figura central das mudanças que puseram fim ao domínio do clã Sarney no Estado, Dino já havia deixado clara a decisão de não participar da campanha. "Eu estarei nas ruas como militante das boas ideias, mas não a máquina de governo. Essa seguirá servindo a todos os maranhenses - e não aos interesses de um só grupo político, como vimos ao longo dos últimos 50 anos", escreveu ele no Blog dos Leões, mantido pelo governo maranhense, no início de agosto.

A ausência do governador, diz uma pessoa próxima da administração estadual, se deve ao fato de que em 2014 ele foi apoiado por uma frente ampla, composta de nove partidos. Isso sem contar o PT, que se tornou aliado depois da posse. Politicamente, não seria apropriado, agora, apoiar o candidato de um partido da base em detrimento dos demais, explica essa pessoa.

As pesquisas de opinião têm sido lideradas pelo empresário Edivaldo Holanda Júnior, do PDT, que concorre à reeleição. Na campanha de 2012, quando saiu vencedor, ele recebeu o apoio aberto de Dino, que já havia concorrido ao governo do Estado em 2010. Na época, a imagem dos dois juntos foi muito explorada na campanha. Desta vez, nada disso ocorreu, mesmo com Holanda Júnior tendo como vice na chapa o professor e sindicalista Júlio Pinheiro, do PCdoB, o partido de Dino.

No Recife, segundo turno entre PSB e PT é incerto

Por Marina Falcão – Valor Econômico

RECIFE - Polarizada entre o prefeito Geraldo Julio (PSB) e ex-prefeito João Paulo (PT) desde o início, a disputa pela Prefeitura do Recife tem um cenário ainda indefinido às vésperas da votação. Embora todas as pesquisas de intenções votos sinalizem um segundo turno entre os dois candidatos, a possibilidade de Julio liquidar a fatura no domingo não é descartada pelos especialistas.

Um pesquisa do Ibope realizada no início da semana mostra o prefeito com 46% dos votos válidos, contra 29% do candidato petista. "Seria um chutômetro apontar com segurança se o pleito vai ou não para o segundo turno. Nesse momento, o quadro é incerto", diz Túlio Velho Barreto, cientista político da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

Julio e João Paulo deram largada a campanha em uma situação de empate técnico, na liderança. Correndo por fora, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) aparecia em terceiro nas pesquisas, seguido da deputados estaduais Priscila Krause (DEM) e Edilson Silva (Psol).

Nas últimas cinco semanas, Julio, afilhado político do falecido governador Eduardo Campos, cresceu, enquanto João Paulo encolheu. A diferença entre os dois chegou ao pico agora, somando 14 pontos percentuais - Julio (40%) e João Paulo (26%) -, considerando uma margem de erro de três pontos percentuais.

Em Maceió, candidatos miram 2018

Por Carolina Mandl - Valor Econômico

SÃO PAULO - Os dois principais candidatos à Prefeitura de Maceió - Rui Palmeira (PSDB) e Cícero Almeida (PMDB) - se enfrentam domingo já de olho na disputa eleitoral de 2018 para o governo estadual.

Atual prefeito, Rui busca uma reeleição que pode credenciá-lo daqui a dois anos à corrida para governador. Já seu principal opositor, o radialista conhecido como Ciço, tem como tarefa sustentar a reeleição do governador Renan Filho (PMDB), filho do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB).

Última pesquisa realizada pelo Ibope mostrou o prefeito Rui Almeida à frente da disputa com 35% das intenções de voto. Como a margem de erro é de quatro pontos percentuais, o candidato do PSDB está tecnicamente empatado com Cícero Almeida, que tem 28%. Na sequência, aparece João Henrique Caldas (PSB), com 18%. Foram entrevistados 602 candidatos entre os dias 10 e 13 de setembro. O número do protocolo de registro no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas é AL-07132/2016.

Debate decisivo entre candidatos do Rio tem intensa troca de acusações e poucas propostas

• Segurança, Saúde e Educação foram alguns dos temas discutidos; audiência foi alta

Fernanda Krakovics, Bruno Goés, Marco Grillo, Juliana Castro, Thais Lobo e Gustavo Schmitt – O Globo

RIO - Considerado decisivo diante da disputa apertada pela vaga no segundo turno, o último debate antes da votação de domingo, realizado nesta quinta-feira pela TV Globo, alternou intensa troca de acusações entre os candidatos e alguns momentos de discussões de proposta.

Embolado na briga pelo segundo lugar, Pedro Paulo (PMDB) virou alvo preferencial dos ataques, mas devolveu as críticas, principalmente a Marcelo Crivella (PRB), líder nas pesquisas, e aos candidatos dos partidos de esquerda, a quem chamou de anarquistas.

A audiência do debate entre os candidatos manteve, em seus primeiros blocos, uma média de 25.9 em todo o Rio, índice considerado alto para o horário.

‘Dobradinha’ entre Marta e Doria marca debate final

• Líder nas pesquisas, tucano é atacado por Erundina, mas troca gentilezas com candidata do PMDB, que disputa com Russomanno e Haddad vaga no 2º turno

Ricardo Galhardo Pedro Venceslau Valmar Hupsel Filho Marianna Holanda Julianna Granjeia - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O último debate antes da votação em primeiro turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo, promovido na noite de ontem pela TV Globo, foi marcado por uma espécie de “dobradinha” entre o candidato do PSDB, João Doria, e a candidata do PMDB, Marta Suplicy.

Na busca por uma vaga no segundo turno, a peemedebista evitou entrar em confronto direto com o tucano, líder da disputa na capital paulista, que, na avaliação das campanhas adversárias, já teria assegurado a vaga na etapa final da campanha.

Em pelo menos quatro momentos, Marta e Doria trocaram impressões críticas à administração do prefeito e candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) sobre ações na periferia, habitação, pichações e saúde pública.

Desemprego bate novo recorde: 11,8%, atingindo 12 milhões de pessoas

• Taxa referente ao trimestre encerrado em agosto é divulgada pelo IBGE

Daiane Costa / Gabriela Antunes* - O Globo

RIO - O desemprego voltou a bater recorde no país. A taxa ficou em 11,8% no trimestre encerrado em agosto, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio Contínua (Pnad), divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. O dado — o pior da série histórica iniciada em 2012 — veio um pouco acima da mediana de projeções do mercado, compilada pela Bloomberg, que estimava o índice em 11,7%. A fila de desempregados chegou a 12 milhões de pessoas em agosto — também o maior contingente já registrado pela pesquisa.

Para Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, esses dois recordes negativos preocupam:

— É um quadro difícil. Nós estamos divulgando os dados de junho, julho e agosto, quando a economia já devia estar apresentando sinais de melhora, com o escoamento da produção para o final do ano. Era esperado que a taxa começasse a ficar estável. O que mais agravou a alta no grupo de desempregados é a população ocupada que não para de cair e consequentemente a população desocupada segue crescendo.

Depois das ruas, vamos às urnas! - Roberto Freire

- Diário do Poder

Depois de uma intensa e bem sucedida mobilização da sociedade em defesa do impeachment de Dilma Rousseff, é chegado o momento decisivo de o cidadão se manifestar nas urnas e exercer o direito do voto. Neste domingo, dia 2 de outubro, os brasileiros começam a definir o rumo de suas cidades pelos próximos quatro anos, escolhendo novos prefeitos e vereadores e escrevendo mais uma página importante da nossa democracia.

A cidadania terá mais uma oportunidade efetiva, desta vez por meio do voto, de expressar sua indignação contra o desmantelo e a corrupção do lulopetismo. Ao que tudo indica, o partido de Lula e Dilma, que vem tendo suas entranhas criminosas expostas pelas investigações da Operação Lava Jato, terá sérias dificuldades e amargará derrotas eleitorais emblemáticas.

Comparação indevida - Míriam Leitão

- O Globo

Tem sido repetida com frequência a comparação indevida e absurda das prisões da Lava-Jato com a ditadura. Para quem se esqueceu, ou não sabe, naquela época as pessoas eram sequestradas pelas forças de segurança, respondiam a Inquérito Policial Militar sem direito a advogado, eram julgadas por tribunais militares, mesmo sendo civis, e por leis ditatoriais que suspendiam direitos como o hábeas corpus.

Isso sem falar nos piores horrores, como a tortura e os assassinatos, muitas vezes seguidos de ocultação de cadáver. Corpos nunca foram devolvidos às famílias e ainda assombram o país, que não teve coragem de exigir as informações sobre as circunstâncias dos desaparecimentos. Isso não se parece, em nada, com as prisões da Lava-Jato. O juiz Sérgio Moro defende as prisões cautelares e medidas fortes, e antes que alguém de novo compare com a ditadura militar, é bom lembrar que ele está falando em usar todo o rigor que a lei democrática permite, e não a supressão dessas garantias constitucionais. O que os procuradores da Lava-Jato estão propondo são medidas que levaram ao Congresso, para que, se votadas, fechem as inúmeras brechas pelas quais foi se expandindo o sistema de desvio do dinheiro público.

Pior do que está não fica - Eliane Cantanhêde

- O Estado de S. Paulo

Mesmo com as levas de réus da Lava Jato, as prisões de figurões, a crise econômica e as eleições municipais, que estão bem aí, não se pode passar batido por um debate que não diz respeito (só) ao presente, mas projeta o futuro: a reforma do ensino médio. Essa é uma antiga reivindicação consensual dos educadores e está calcada na flexibilização e atratividade dos currículos escolares. Que, convenhamos, já vêm tarde.

O que importa é manter longe da contaminação partidária uma discussão que parte de duas premissas: o prestígio ao professor e o estímulo ao aluno. Aliás, o Plano Nacional de Educação (PNE) foi debatido entre 2010 e 2014 por entidades, municípios, Estados e fóruns do PT e foi aprovado pela então presidente Dilma Rousseff, que, inclusive, defendeu a flexibilização na campanha eleitoral, como comprovam vídeos na internet. Logo, a reforma não é do DEM do ministro Mendonça Filho nem do PSDB da secretária executiva Maria Helena Guimarães de Castro, como não era do PT de Dilma. É uma necessidade.

A judicialização da vida – Merval Pereira

- O Globo

Em recente palestra nos Estados Unidos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, falando sobre o papel das Cortes Constitucionais no mundo moderno, fez uma definição que explica bem o momento que vivemos: “Uma característica dos tempos atuais pelo mundo afora é a judicialização da vida”.

Embora as questões políticas sejam as mais candentes, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil, ele ressaltou que “algumas das grandes questões políticas, sociais e morais estão tendo o seu último capítulo decidido perante Supremas Cortes ou Tribunais Constitucionais”.

Deixou de ser entre nós um tabu a discussão de temas políticos em público pelos ministros de Tribunais Superiores, e hoje mesmo estamos às voltas com um caso palpitante devido a um comentário do ministro Ricardo Lewandowski em uma aula na USP. Para ele, o processo de impeachment da ex-presidente Dilma “foi um tropeço de nossa democracia”.

A eleição invisível – Bernardo Mello Franco

- Folha de S. Paulo

A eleição deste domingo não definirá apenas os novos prefeitos. Os brasileiros também escolherão mais de 57 mil futuros vereadores, que terão direito a ocupar gabinetes, nomear assessores e ser chamados de "excelência" pelos próximos quatro anos.

Os vencedores serão selecionados entre 463 mil candidatos —um universo tão grande que supera a população de seis capitais. Apesar dos números superlativos, a disputa é quase invisível. Não há debates na TV, e a cobertura jornalística acaba dominada pela corrida às prefeituras.

Neste ano, a escolha do eleitor ficará ainda mais difícil. A campanha encurtou, o dinheiro desapareceu e os aspirantes à vereança perderam espaço na propaganda obrigatória. As mudanças na lei tendem a beneficiar quem já é conhecido ou tem o apoio de máquinas, como igrejas e sindicatos.

A eleição de 2016 irá redistribuir as cartas - César Felício

- Valor Econômico

• Dinâmica partidária muda e Temer deve ajustar equipe

Sem resultado eloquente a apresentar no Congresso, a continuidade do governo do presidente Michel Temer entra em uma zona de sombras a partir de março do próximo ano. De março em diante, segundo a leitura de um influente aliado do presidente no Senado, desaparece a sustentação que o presidente conta no mercado financeiro, no empresariado e na elite política congressual.

Poderá então se iniciar uma entropia perigosa para um governo que se assenta na legitimidade de uma eleição que está em discussão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em processo que caminha com conveniente lentidão.

Os idos de março tem sido marcantes no Brasil. Em 2014 deu-se início à Operação Lava-Jato. No ano seguinte as ruas foram tomadas pela primeira manifestação clara a favor do impeachment. Em 2016, entre tantos acontecimentos em um mês vertiginoso, a estratégia de proteção mútua entre Lula e Dilma foi fulminada pelas atuações, em instâncias diferentes, de Sergio Moro e Gilmar Mendes.

O padrão político do PT – Editorial / O Estado de S. Paulo

A decisão unânime da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro dos governos petistas Paulo Bernardo, por corrupção e lavagem de dinheiro, reflete uma realidade que se enquadra no “contexto de corrupção sistêmica dentro da Petrobrás”, de acordo com entendimento do ministro-relator Teori Zavascki. Essa realidade, que o acúmulo de evidências torna irrefutável, na verdade extrapola o âmbito da Petrobrás e se estende a todo o aparato governamental da era lulopetista. Reflete o método político pelo qual Lula e seu PT optaram, na desastrada tentativa de consolidar um projeto de poder populista.

Voto indiferente – Editorial / Folha de S. Paulo

Entre anônimos, caciques, lideranças de movimentos comunitários, aventureiros, celebridades, políticos veteranos, nanicos, sindicalistas, religiosos ou representantes de variadas categorias profissionais, 1.315 candidatos disputam as 55 vagas de vereador na Câmara Municipal de São Paulo.

Coincidindo com a eleição para o Executivo —particularmente acirrada neste ano—, é rotineiro que a renovação do Legislativo municipal ganhe pouco destaque. Mesmo entre os eleitores que já têm clara sua preferência para o posto de prefeito, ou que manifestam simpatia por algum partido específico, é sem dúvida fácil encontrar quem se sinta às escuras no momento de declarar seu voto para vereador.

Sem a vigência de um sistema distrital, puro ou misto, é difícil evitar essa hesitação. Uma amplitude extrema das opções disponíveis termina equivalendo, na prática, a uma perigosa indiferenciação.

Tesouro não aguenta peso de pensões e outros benefícios – Editorial / O Globo

• A reforma da Previdência e o teto dos gastos monopolizam as atenções, mas há muito também a ser feito numa regulação sensata de diversos gastos ditos sociais

O foco das discussões sobre o ajuste das contas públicas está muito centrado no teto dos gastos — fundamental para conter a tendência suicida de as despesas crescerem à frente do PIB e da inflação — e na reforma da Previdência, devido aos déficits galopantes, e também por interessar de forma muito direta à população. São mesmo dois pilares na rearrumação estrutural da economia brasileira, mas não esgotam o trabalho a ser feito neste campo dos gastos ditos sociais. Como O GLOBO mostrou ontem, há outras rubricas de despesas sob este amplo e generoso guarda-chuva, em que também o descontrole é gritante e, por isso, não podem deixar de ser revistas.

Uma das causas das despesas crescentes nesse bloco de gastos é o Benefício de Prestação Continuada, incluído na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas). Em 2014, última estatística disponível, o Tesouro gastou, com este programa, R$ 35 bilhões, mais que o conhecido Bolsa Família.

FMI prevê crescimento menor e sugere mais aperto fiscal – Editorial / Valor Econômico

Em sua primeira avaliação preliminar da economia no governo de Michel Temer, o staff do Fundo Monetário Internacional previu um crescimento menor do que o oficial em 2017 e a necessidade de um aperto fiscal relevante, complementar ao estabelecimento do teto para despesas públicas, variável segundo a inflação do ano anterior. As medidas em curso estão no caminho correto, segundo os técnicos do Fundo, que sugerem vários complementos. O FMI divulgou relatório preliminar da missão que visitou o Brasil para cumprir o artigo IV, que prevê a realização de diagnóstico anual da saúde econômica dos países membros.

A expectativa da missão sobre a velocidade da recuperação econômica não é tão otimista quanto a do governo brasileiro. Há "sinais preliminares" de que a recessão está chegando ao fim, mas isso não será seguido de uma vigorosa reação. Os técnicos preveem um crescimento de 0,5% em 2017 - se a reforma fiscal e a da Previdência forem aprovadas como previsto. Uma retomada mais rápida, porém, será "dificultada pelo excesso de alavancagem das empresas, alto desemprego e a fraca situação dos orçamentos domésticos". Riscos negativos para a economia ainda predominam, embora, no sentido oposto, a reação dos preços dos ativos e da confiança sejam encorajadores.

A mula de padre - Ascenso Ferreira

Um dia no engenho,
Já tarde da noite
Que estava tão preta
Como carvão...
A gente falava de assombração:

— O avô de Zé Pinga-Fogo
Amanheceu morto na mata
Com o peito varado
Pela canela do Pé-de-Espeto!
— O cachorro de Brabo Manso
Levou, sexta-feira passada,
Uma surra das caiporas!
— A Mula de Padre quis beber o sangue
Da mulher de Chico Lolão...

Na noite preta como carvão
A gente falava de assombração!
Lá em baixo a almanjarra,
A rara almanjarra,
Gemia e rangia
Oue o Engenho Alegria
É bom moedor...

Eh Andorinha!
Eh Moça-Branca!
Eh Beija-Flor. . .

Pela bagaceira
Os bois ruminavam
E as éguas pastavam
Esperando a vez
De entrar no rojão...
Foi quando se deu
A coisa esquisita:
Mordendo, rinchando,
As pôpas e aos pulos
Se pondo de pé
Com artes do cão,
Surgiu uma besta sem ser dali não...

— Atallia a bicha, Baraúna!
— Sustenta o laço, Maracanã!
E a besta agarrada
Entrou na almanjarra,
Tocou-se-lhe a peia
Até de manhã ...

E depois que ela foi solta
Entupiu no oco do mundo!
Num abrir e fechar d'olhos
A maldita se encantou...

De tardinha.
Gente vinda
Da cidade
Trouxe a nova
De que a ama
De seu padre
Serrador
Amanhecera tão surrada
Que causa compaixão!
.....................................

Na noite tão preta como carvão
A gente falava de assombração

Santa Morena - Trio Madeira Brasil

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Opinião do dia – Fernando Henrique Cardoso

"Há um caminho e tecnicamente já se sabe o que fazer. Os economistas também já sabem o que fazer na macroeconomia. A sociedade é que ainda não prestou muita atenção porque faltou o elo político, que significa falar, explicar. A sociedade se sente ainda perdida, nem sabe que essa agenda já existe.

Se não tivermos a capacidade de transmitir isso ao país, uma outra narrativa vai se sobrepor e tudo o que foi feito de errado vai parecer que foi feito agora e não no passado."

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Fernando Henrique Cardoso é sociólogo, foi presidente da República. Folha de S. Paulo, 29/9/2016

Disputa pelo 2º turno será voto a voto

Às vésperas da eleição, pesquisa Ibope divulgada pela Rede Globo mostra que a disputa para ir ao 2º turno no Rio será decidida voto a voto. Pedro Paulo (PMDB) e Marcelo Freixo (PSOL) estão numericamente à frente, com 10% cada, mas tecnicamente empatados com quatro adversários: Indio da Costa (PSD), que tem 8%, Jandira Feghali (PCdoB) e Flavio Bolsonaro (PSC), ambos com 7%, e Osorio (PSDB), com 4%. O candidato do PRB, Marcelo Crivella, lidera com 34%.

Emoção até o fim

• A 4 dias da eleição, 6 estão tecnicamente empatados na disputa para ir ao 2º turno contra Crivella

Fernanda Krakovics - O Globo

A quatro dias da eleição para a prefeitura do Rio, a disputa para decidir quem irá ao segundo turno está ainda mais acirrada, com seis candidatos empatados tecnicamente, segundo pesquisa Ibope divulgada ontem pela TV Globo. O candidato do PRB, Marcelo Crivella, continua liderando a corrida, com 34% das intenções de voto, de acordo com a pesquisa.

Segundo o Ibope, dividem a segunda posição Pedro Paulo (PMDB) e Marcelo Freixo (PSOL), com 10%; Indio da Costa (PSD), com 8%; Jandira Feghali (PCdoB) e Flávio Bolsonaro (PSC), com 7%; e Carlos Osorio (PSDB), com 4%. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

João Leite tem 35% e Kalil, 24%, na disputa em Belo Horizonte, diz Ibope

• Pesquisa mostra que segundo turno será entre tucano e candidato do PHS

Evandro Éboli - O Globo

-BELO HORIZONTE- Favoritos para disputar o segundo turno à prefeitura de Belo Horizonte, os candidatos João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS) oscilaram dentro da margem de erro em nova rodada da pesquisa Ibope e mantiveram o cenário inalterado. O tucano passou de 33% das intenções de voto para 35% e Kalil variou de 25% para 24%. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Os votos brancos e nulos se mantiveram em 13% e os que não sabem ou não responderam oscilaram de 6% para 5%.

Em São Paulo, Doria tem 28%, e Russomanno aparece com 22%

• Marta (16%) e Haddad (13%) vêm atrás, também empatados tecnicamente

Tiago Dantas e Silvia Amorim - O Globo

-SÃO PAULO- A quatro dias da eleição para prefeito de São Paulo, pesquisa divulgada ontem pelo Ibope mostrou que ainda não estão definidas as vagas para o segundo turno. Há três empates técnicos entre os quatro primeiros colocados no levantamento. João Doria (PSDB) obteve 28% das intenções de voto e está empatado, no limite da margem de erro, com Celso Russomanno (PRB), que tem 22%. Este, por sua vez, está empatado com Marta Suplicy (PMDB), que apareceu com 15% e empata com Fernando Haddad (PT), que alcançou 13%.

A deputada federal Luiza Erundina (PSOL) oscilou de 5% para 6%. Major Olímpio (SD), João Bico (PSDC), Levy Fidélix (PRTB) e Ricardo Young (Rede) têm 1% cada. Henrique Áreas (PCO) e Altino (PSTU) não pontuaram.

Pesquisa IPMN/JC: No Recife, levantamento aponta Geraldo Julio (PSB) mais perto de vencer no 1º turno

• Prefeito e candidato à reeleição, Geraldo Julio ampliou índice de intenção de votos e se aproxima de vitória no próximo domingo

A quarta pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) em parceria com o Jornal do Commercio e o portal Leia Já para as eleições 2016 aponta de forma mais firme a possibilidade do prefeito Geraldo Julio (PSB) ser reeleito já no primeiro turno. O levantamento aponta que o socialista subiu quatro pontos percentuais, com 47% dos votos válidos, gerados a partir dos valores de intenção de voto de cada candidato na pergunta estimulada e desconsiderando os votos brancos, nulos e indecisos. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

Para vencer no primeiro turno, o candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um. No levantamento anterior, Geraldo tinha 43%. Já João Paulo, o segundo colocado, caiu de 33% para 31%. “Essa pesquisa mostra um forte crescimento do prefeito em um intervalo de cinco dias. A tese de vitória no primeiro turno vem se consolidando”, resume Adriano Oliveira, professor de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador do levantamento divulgado hoje pelo Jornal do Commercio.

Haddad descarta vídeo de Lula

• Pesquisas qualitativas rejeitam apoio do ex-presidente, que não vai ao ar na propaganda de TV

Sérgio Roxo - - O Globo

Ovídeo gravado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o horário eleitoral do candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, foi rejeitado em pesquisas qualitativas e não foi ao ar. Devido ao teste, a participação do líder petista na propaganda na televisão é incerta.

Lula gravou depoimento para a campanha de Haddad na última segunda-feira pela manhã. A aparição do expresidente na propaganda havia sido acertada em um almoço com Haddad, na semana passada, no Instituto Lula.

Liderança do DEM, ACM Neto atribui sua popularidade a ajuste fiscal

• Candidato à reeleição em Salvador, ele já tem 69% das intenções de voto

Leticia Fernandes - O Globo

-SALVADOR- Candidato à reeleição com 69% das intenções de voto na terceira maior capital do país, o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, tornou-se a liderança mais promissora de seu partido, o DEM, e atribui o sucesso de seu governo ao tradicionalmente impopular ajuste fiscal e reequilíbrio de contas que promoveu no início do mandato, em 2013. Após atuar como um dos principais críticos dos governo do PT no Congresso, ACM Neto diz não ter recebido ajuda do governo federal durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff nem do governo estadual, na época comandado por Jaques Wagner, hoje nas mãos de Rui Costa, todos petistas.

— Quando assumi, não tinha qualquer pretensão de ter vida fácil. Eu sabia que eles fariam de tudo para atrapalhar a vida da prefeitura, como aconteceu efetivamente. Em 2012, eu disse à cidade que ela poderia andar com as próprias pernas. Fiz um ajuste fiscal pesado, organizei as finanças da prefeitura, garanti o equilíbrio das contas desde o princípio, procurei economizar para ter recursos próprios da prefeitura para fazer obras e expandir os serviços, e a cidade melhorou. Agora, claro, a perspectiva com o governo federal já muda — avaliou o prefeito.

Lula faz ato ‘esvaziado’ em Campinas

• Associação ao governo petista, antes disputada na Justiça, agora motiva troca de críticas

Ricardo Galhardo - O Estado de S. Paulo

/ CAMPINAS - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem de ato da campanha de Márcio Pochmann, candidato do PT à prefeitura de Campinas, que tenta chegar ao segundo turno. O evento, porém, reuniu menos de mil pessoas, segundo organizadores do encontro.

Acostumado a atrair grandes contingentes em suas passagens por Campinas, Lula não perdeu a chance de criticar a organização do ato.

“Vocês são muito ousados de convocar um comício para as quatro horas da tarde (na verdade, o ato começou 17h30). Aprendi que horário de comício é o horário da missa”, reclamou.

Pochmann, que é professor da Unicamp e presidente da Fundação Perseu Abramo, o braço intelectual do PT, aparece nas pesquisas atrás do atual prefeito, Jonas Donizete (PSB), que lidera a corrida eleitoral com 49% das intenções de voto, segundo o Ibope. O petista tem 10%, tecnicamente empatado com o ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), Dr. Hélio, que tem 12%

Em Rio Branco, petista dispensa irmãos Viana

Igor Gadelha – O Estado de S. Paulo

/ BRASÍLIA - Único candidato do PT nas capitais com chance de vencer no primeiro turno, o prefeito de Rio Branco (AC), Marcus Alexandre, tem rejeitado a imagem do partido e evitado usar o governador Tião Viana e o senador Jorge Viana – principais nomes da sigla no Estado – como cabos eleitorais de sua campanha à reeleição. Alexandre aproveita a falta de articulação da oposição e a boa aprovação de sua gestão para afastar a discussão nacional da campanha.

Apesar de serem os responsáveis pela ascensão política do prefeito no Acre, os irmãos Jorge e Tião Viana praticamente não apareceram na campanha de Alexandre. O senador só participou de um único programa eleitoral do aliado, enquanto o governador não gravou nenhuma inserção. Os dois, que em 2012 foram os principais cabos eleitorais da primeira eleição de Alexandre, também não aparecem no material impresso e participam de pouquíssimos atos de campanha ao lado do candidato.

Lava Jato analisa movimento de r$ 52 milhões de empresa de palestras de Lula

• Empresa foi aberta em 2011, após o petista deixar a presidência

- O Estado de S. Paulo

A Operação Lava Jato rastreia os valores movimentados pelo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua empresa de palestras, a LILS Palestras, Eventos e Publicações. Em 2014, ano de deflagração da fase ostensiva das investigações de cartel e corrupção na Petrobrás, foi registrado a distribuição de R$ 5,3 milhões em lucros ao petista dos R$ 7,5 milhões em dividendos retirados da empresa desde que ela foi aberta em 2011, após deixar a Presidência da República.

Réu desde a semana passada por supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no escândalo Petrobrás, Lula é acusado de receber R$ 3,7 milhões em propinas em reformas e benfeitorias no triplex do Edifício Solaris, no Guarujá (SP) – parte dos R$ 87 milhões pagos pela OAS por três contratos na estatal.

“A LILS Palestras, Eventos e Publicações distribuiu a Lula, a título de lucro, R$ 7.589.936,14, ou seja, 36% do total auferido pela entidade no período (destacando-se que a maior retirada, de R$ 5.670.270,72 aconteceu em 2014, ano da deflagração da fase ostensiva da ‘Operação Lava Jato’)”, registram os procuradores da Lava Jato, na primeira denúncia que levou Lula ao banco dos réus, em Curitiba, na terça-feira, 20.

Relator no TCU pede a rejeição das contas de Dilma em 2015

• Trata-se das chamadas "pedaladas fiscais" com recursos do Plano Safra, do Banco do Brasil, e da edição de decretos de suplementação orçamentária em desacordo com a lei

- O Tempo (MG)

O ministro José Múcio Monteiro decidiu pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) que dê parecer pela rejeição das contas do governo Dilma Rousseff em 2015, a exemplo do que ocorreu em relação aos balanços do ano anterior. A apreciação do processo na corte de contas, relatado pelo ministro, está prevista para semana que vem.

O voto pela reprovação se baseia nas conclusões da área técnica do TCU sobre as contas do ano passado. Após avaliar a defesa apresentada pela presidente cassada, a Secretaria de Macroavaliação Governamental do tribunal de contas manteve o entendimento de que a gestão da petista cometeu ao menos 15 irregularidades de maior gravidade, incluindo aquelas que serviram para embasar o processo de impeachment no Senado.

Trata-se das chamadas "pedaladas fiscais" com recursos do Plano Safra, do Banco do Brasil, e da edição de decretos de suplementação orçamentária em desacordo com a lei.

Governo Temer suspende repasse a blogs pró-PT

- Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - O repasse de recursos do governo federal a sites e blogs pró-governo de Dilma Rousseff e pró-PT foi zerado desde junho com a chegada de Michel Temer à Presidência.

Levantamento da Folha na Secretaria de Comunicação da Presidência e em quatro estatais (Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES) identificou poucos pagamentos em junho, como resíduos de maio.

Desde então, nenhum dos 13 sites listados pela reportagem recebeu dinheiro, segundo a Secom e as estatais.

Após o afastamento de Dilma da Presidência, em 12 de maio, Temer ordenou um pente-fino na publicidade.

Justiça bloqueia R$ 30 milhões de empresa e conta pessoal de Palocci

Estelita Hass Carazzai – Folha de S. Paulo

CURITIBA - A Justiça Federal do Paraná bloqueou pouco mais de R$ 30 milhões do ex-ministro Antonio Palocci, presona última fase da Operação Lava Jato.

O pedido de bloqueio foi feito pelo juiz Sergio Moro, atendendo a pedido do Ministério Público.

Foram bloqueados R$ 30 milhões da Projeto Consultoria Empresarial, de propriedade de Palocci, além de R$ 814 mil das contas pessoais do ex-ministro, segundo ofício enviado à Justiça nesta quarta (28).

Palocci é investigado sob suspeita de ter solicitado e recebido pagamentos de propina da empreiteira Odebrecht, em troca de atender demandas da empresa no governo federal.

Para FHC, Temer tem que divulgar ajuste e mostrar diferença com Dilma

• Para FHC, Temer tem que marcar diferença com governo anterior

Mariana Carneiro – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou na noite desta terça-feira (27) que o governo de Michel Temer deve se empenhar na comunicação do ajuste econômico, sob pena de ser responsabilizado pelos erros da gestão anterior.

"É sempre muito difícil pedir austeridade. É preciso dizer para quê austeridade", disse. "E a motivação, para conseguir mais resultados, falando politicamente, é que tem que ser em nome de mais igualdade".

Fogo-fátuo - *José Antônio Segatto

- O Estado de S. Paulo

• Transformaram-se em mero blefe as obsessões piromaníacas pós-impeachment

“Lá vem a nega Luzia/ No meio da cavalaria/ Vai correr lista lá na vizinhança/ Pra pagar mais uma fiança/ Foi cangebrina demais/ Lá no xadrez/ Ninguém vai dormir em paz/ Vou contar pra vocês/ O que a nega fez/ Era madrugada/ Todos dormiam/ O silêncio foi quebrado/ Por um grito de socorro/A nega recebeu um Nero/ Queria botar fogo no morro”

Wilson Batista e Jorge de Castro, ‘Nega Luzia’

Desde o primeiro momento em que o impeachment da então presidente da República, Dilma Rousseff, foi aventando por setores da oposição a seu governo, ilustres dirigentes petistas e líderes de movimentos sociais, seus aliados, passaram a proclamar em alto e bom som que tal desígnio seria intolerável sob todos os aspectos.

Caracterizado como golpe, deveria ser obstado por todos os meios possíveis e imagináveis. Os métodos, quaisquer que fossem, de defesa do governo seriam justificáveis, já que se tratava de impedir uma armação contra o poder popular, montada por forças de direita, majoritárias no Congresso Nacional, legitimada pelo Judiciário arbitrário e pela mídia monopolista e reacionária.

Com esse entendimento, as advertências aos propósitos ou tentações golpistas ganharam modulação estridente. O presidente da CUT, Vagner Freitas, prometeu inédita mobilização dos trabalhadores, “para ir às ruas entrincheirados de armas nas mãos”. João Pedro Stédile, dirigente do MST, advertiu que colocaria seu exército de trabalhadores rurais nas ruas. Guilherme Boulos, líder do MTST, ameaçou botar fogo no Brasil. No mesmo diapasão, Lula anunciou que poderia “incendiar o País” – os golpistas haveriam de arder em praça pública ou queimar no fogo do inferno. Os ímpetos sediciosos e as obsessões piromaníacas, que visavam a atemorizar velhos e novos inimigos, transformaram-se, porém, em meros blefes e não encontraram ressonância nem em seus supostos representados.

Perdedores e vencedores - Merval Pereira

- O Globo

Se tudo acontecer como as pesquisas eleitorais indicam, as eleições municipais já têm um perdedor indiscutível, o PT, um vencedor provável, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e um derrotado indireto, o governo Temer, que inventou Marta ex-Suplicy como candidata alternativa em São Paulo.

Sua queda se deve mais às cinzas petistas do que à nova realidade peemedebista, embora seja mais fácil para ela atribuí-la à “herança maldita” de Temer, com suas reformas impopulares anunciadas em meio a uma algaravia de desinformações.

Na verdade, poucos a identificam com o governo Temer, mas os antigos 30% de eleitorado petista estão hoje divididos entre o PSOL de Erundina e a candidata do PMDB, que não conseguiu atrair a classe média para ampliar seu eleitorado.

Temer sonha com outubro - José Roberto de Toledo

- O Estado de S. Paulo

Depois do primeiro turno da eleição, o governo Temer espera alcançar seu ápice político – se a realidade não atrapalhar. Catalisador da oposição, o PT sairá das urnas menor ou igual a quando chegou ao poder federal: corre risco de retroceder até 12 anos em influência nos municípios. PMDB, PSDB e companhia contam com a perplexidade petista após 2 de outubro para aprovar o que querem e precisam no Congresso – antes que sindicatos e movimentos sociais reajam e pressionem os parlamentares.

Por conta disso, não chamam mais a emenda constitucional dos cortes de gastos pelo que ela é, mas como querem que seja vendida à população: PEC do equilíbrio das contas públicas. Tentarão votá-la na Câmara dos Deputados até 11 de outubro (véspera de feriado, o que é sinônimo de deserção em Brasília), para dar tempo de a emenda tramitar e ser aprovada no Senado ainda em 2016 – e, assim, começar a valer já no próximo ano.

Lula na ponte aérea - Luiz Carlos Azedo

- Correio Braziliense

• Com exceção de Rio Branco, no Acre, o PT enfrenta grandes dificuldades nas capitais, a começar por Rio e São Paulo

Duas eleições municipais estão implodindo a frente de esquerda que o PT articulou para deixar o poder em ordem e tentar sobreviver às eleições municipais, garantindo uma mínima base de apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2018: a de São Paulo e a do Rio de Janeiro. Em ambas, as forças que adotam a narrativa de golpe — PT, PCdoB, PSol e representantes da Rede — se digladiam e correm o risco de ficar fora do segundo turno. Com exceção de Rio Branco, no Acre, o PT enfrenta grandes dificuldades nas capitais, a começar pela reeleição de Fernando Haddad em São Paulo.

Procura-se entusiasmo - Maria Cristina Fernandes

- Valor Econômico

• Desinteresse nas maiores capitais aumenta indefinição

Em oito das dez maiores cidades do país caiu o interesse pela eleição municipal. Este desinteresse aumenta a indefinição, torna as disputas mais imprevisíveis e transforma a edição de primeira página numa função de alto risco.

O Ibope começou a medir o grau de interesse do eleitor na disputa de 2012. Naquele ano esse colégio eleitoral das dez mais encontrou, em média, dois em cada dez eleitores completamente desconectados do resultado das urnas. Quatro anos depois, o desinteresse já ultrapassa a média de um quarto dos eleitores.

Disputas locais em cidades grandes sempre mobilizam menos. Uma explicação para isso é que as políticas públicas municipais afetam mais desigualmente a população do que aquelas conduzidas a partir do Palácio do Planalto. Enquanto a inflação afeta a todos, os postos de saúde não são percebidos da mesma maneira nem mesmo pela população que os utiliza.

O grande ausente – Bernardo Mello Franco

- Folha de S. Paulo

Há algo em comum nas duas eleições mais importantes do ano. Com medo de perder votos, os candidatos do PMDB no Rio e em São Paulo decidiram esconder Michel Temer de suas campanhas. Ninguém quer aparecer ao lado do presidente, que passou a ser visto como um espantalho de eleitores.

Na disputa carioca, Pedro Paulo tenta ignorar a existência de Temer. Apesar de contar com o maior tempo de propaganda, o peemedebista não exibiu nenhuma imagem do correligionário. Nos debates, ele tem sido chamado de "golpista" —o deputado era aliado do PT, mas votou a favor do impeachment na Câmara.

Reforma do trabalho - Míriam Leitão

- O Globo

Mesmo com o desemprego em 11,6%, a reforma trabalhista saiu da lista de prioridades do governo e já circulam rumores de que pode até ser deixada de lado. Diminuir as distorções que regulam o mercado de trabalho seria uma opção para estimular as contratações neste momento de crise. A principal mudança defendida por especialistas é permitir que trabalhadores e empregadores negociem antes de ir à Justiça.

Os economistas José Márcio Camargo, da PUC-Rio e Opus Gestão de Recursos, e Hélio Zylberstajn, do Departamento de Economia da USP e coordenador do projeto Salariômetro, da Fipe, têm visão semelhante sobre o principal problema das leis trabalhistas do país: a negociação acontece apenas no final do contrato, quando no meio do litígio uma das partes recorre à Justiça em busca de alguma compensação.

A Lava Jato chegando lá – Editorial / O Estado de S. Paulo

Como se estivesse sendo seguido o método da escalada hierárquica no processo de investigação e apresentação de denúncias da Operação Lava Jato e congêneres, nos últimos dias o chefão Lula da Silva tornou-se réu, pela segunda vez, e dois ex-ministros da Fazenda dos governos petistas, Guido Mantega e Antonio Palocci, tiveram prisão temporária decretada. Figuras de menor expressão política, camaradas espertos, operadores obedientes e empresários inescrupulosos, todos beneficiários do maior esquema de corrupção no governo federal de que se tem notícia no País, já estão atrás das grades. Aperta-se o cerco agora em torno dos responsáveis maiores por esse esquema que, conforme se torna cada dia mais evidente, tinha como objetivo principal financiar o projeto lulopetista de perpetuação no poder. Tudo leva a crer, diante da devastadora evidência de um conjunto probatório meticulosamente trabalhado pela polícia e pelo Ministério Público, que o Judiciário continuará condenando os larápios do dinheiro público, até esgotar o primeiro escalão dessa hierarquia de delinquentes.

Aumenta a infiltração do crime organizado na política – Editorial / O Globo

• O poder público precisa dimensionar, com urgência, a extensão desse desafio, uma afronta ao estado democrático de direito, um risco para a sociedade

A denúncia de que milícias do Rio cobram uma espécie de pedágio a candidatos a cargos eletivos, chegando a pedir-lhes uma taxa de até R$ 120 mil para liberar a campanhas áreas sob seu domínio, era pedra cantada desde que esses grupos começaram a despertar para a participação direta no processo político-partidário. Há nessas quadrilhas um agravante que as distingue de outros grupos do crime organizado: elas são chefiadas por agentes públicos da área de Segurança, que atuam criminosamente, inclusive de dentro das instituições, sob o anteparo de suas prerrogativas funcionais.

Os juros, ainda um desafio – Editorial /O Estado de S. Paulo

Só haverá corte de juros quando o recuo da inflação for muito mais claro e houver maior segurança quanto ao ajuste das contas públicas: esta mensagem foi reiterada pelo Banco Central (BC) em relatório divulgado na terça-feira passada. Sem essas condições, os juros de 14,25% ao ano, um pesadelo para os empresários, serão mantidos na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 18 e 19 de outubro. Será muito difícil justificar uma decisão fora desse critério. Sem uma explicação convincente, a perda de credibilidade será inevitável, com prejuízo para a instituição e para a economia nacional. Isso ocorreu no governo da presidente Dilma Rousseff, quando a política foi afrouxada de forma voluntarista, a inflação disparou e a imagem do BC foi gravemente prejudicada. A atual diretoria tem-se mostrado, pelo menos até agora, disposta a evitar esse risco.

Eficientes na destruição - Carlos Alberto Sardenberg

- O Globo

• Brasil do PT criou sistemas ineficientes e corruptos dos principais setores da economia aos mais simples serviços públicos

Quanto tempo, dinheiro, energia e criatividade o pessoal da Odebrecht gastou para montar e manter por tantos anos o tal “Departamento de Operações Estruturadas”? O sistema supervisionava, calculava e executava os pagamentos de comissões — propinas, corrige a LavaJato — referentes a grandes obras no Brasil inteiro e em diversos outros países. Considere-se ainda que os pagamentos deviam ser dissimulados, o que trazia o trabalho adicional de esconder a circulação do dinheiro e ocultar os nomes dos destinatários. Coloquem na história os funcionários que criavam os codinomes dos beneficiários — Casa de Doido, Proximus, O Santo, Barba Verde, Lampadinha —e a gente tem de reconhecer: os caras eram eficientes.

Conclusão a sucata!... Fiz o cálculo - Fernando Pessoa

Conclusão a sucata !... Fiz o cálculo,
Saiu-me certo, fui elogiado...
Meu coração é um enorme estrado
Onde se expõe um pequeno animálculo...

A microscópio de desilusões
Findei, prolixo nas minúcias fúteis...
Minhas conclusões práticas, inúteis...
Minhas conclusões teóricas, confusões...

Que teorias há para quem sente
O cérebro quebrar-se, como um dente
Dum pente de mendigo que emigrou ?

Fecho o caderno dos apontamentos
E faço riscos moles e cinzentos
Nas costas do envelope do que sou...

Fernanda Gonzaga - Belo Balão (Gonzaguinha)

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Opinião do dia – Fernando Henrique Cardoso

• Estado - As pesquisas de opinião apontam, de forma geral, um grande descrédito, uma grande desconfiança da população em relação aos políticos no Brasil - e não é de hoje. Como o senhor analisa essa questão?
Fernando Henrique - Isso não é só aqui, é geral. No mundo todo, se está com um pé atrás em relação à política e aos políticos. A sociedade mudou muito, talvez com mais rapidez do que os políticos se adaptaram a essas mudanças. Os políticos vêm de uma tradição em que os partidos tinham, de alguma maneira, um enraizamento forte na sociedade. Numa certa época, havia quase uma correlação entre partidos e classes sociais. As pessoas se sentiam representadas. A ideia era essa. Hoje, não que não existam classes, porque, obviamente, elas estão estão aí, mas a sociedade se transformou e existem muitas outras identidades. É importante o que você pensa sobre o racismo, a imigração, o movimento LGBT, drogas, meio ambiente. Tornou-se muito mais difícil você encontrar uma correspondência de posição dos políticos com essa multiplicidade de questões. Houve quase uma separação entre o que os políticos e a sociedade falam. Os políticos falam de uns temas e a sociedade de outros. De onde vem essa sensação de vazio, de falta de correspondência entre os anseios das pessoas e o comportamento dos políticos.

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Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, foi presidente da Repúplica, em entrevista O Estado de S. Paulo, 28/9/2016

Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo viram réus no STF

Gabriel Mascarenhas – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - A segunda turma do STF (Supremo Tribunal Federal) acolheu nesta terça-feira a denúncia contra a senadora Gleisi Hoffmann e o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo. Com isso, o casal se tornou réu em uma ação penal na corte.

Votaram em favor do acolhimento da denúncia os cinco ministros do colegiado: Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello.

A acusação é que a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010, teria recebido R$ 1 milhão do esquema de corrupção da Petrobras. Os repasses, de acordo com a investigação, foram solicitados por Paulo Bernardo.

Eles foram denunciados pela PGR (Procuradoria-geral da República) em maio deste ano.

A turma também aceitou denúncia contra Ernesto Krugler Rodrigues, empresário que teria participado da operação de repasses à campanha. Os três responderão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Para Teori Zavascki, o casal se beneficiou do que classificou como "corrupção sistêmica" na Petrobras.

Após julgamento no STF, Gleisi e Paulo Bernardo viram réus

• Por unanimidade, Corte acolhe denúncia contra senadora e ex-ministro, que são investigados por suposto recebimento de R$ 1 milhão em propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobrás

Beatriz Bulla, Rafael Moraes Moura e Julia Lindner - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Por unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu aceitar nesta terça-feira, 27, a denúncia contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o marido, o ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que se tornaram réus na Operação Lava Jato.

Votaram pelo recebimento da denúncia os cinco ministros que compõem a 2.ª Turma: o relator do processo, Teori Zavascki, e os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. “Considero que as declarações em colaboração premiada seriam suficientes para juízo de recebimento da denúncia. Aqui há elementos que vão muito além das declarações prestadas em colaboração premiada, de modo que considero preenchidos os requisitos para o recebimento da denúncia e voto nesse sentido”, disse Teori.