• Associação ao governo petista, antes disputada na Justiça, agora motiva troca de críticas
Ricardo Galhardo - O Estado de S. Paulo
/ CAMPINAS - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem de ato da campanha de Márcio Pochmann, candidato do PT à prefeitura de Campinas, que tenta chegar ao segundo turno. O evento, porém, reuniu menos de mil pessoas, segundo organizadores do encontro.
Acostumado a atrair grandes contingentes em suas passagens por Campinas, Lula não perdeu a chance de criticar a organização do ato.
“Vocês são muito ousados de convocar um comício para as quatro horas da tarde (na verdade, o ato começou 17h30). Aprendi que horário de comício é o horário da missa”, reclamou.
Pochmann, que é professor da Unicamp e presidente da Fundação Perseu Abramo, o braço intelectual do PT, aparece nas pesquisas atrás do atual prefeito, Jonas Donizete (PSB), que lidera a corrida eleitoral com 49% das intenções de voto, segundo o Ibope. O petista tem 10%, tecnicamente empatado com o ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), Dr. Hélio, que tem 12%
Dr. Hélio teve sua candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral por ter o mandato cassado em 2011 sob acusação de participar de um esquema de corrupção na Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa). Ele aguarda decisão de seu recurso para que seus votos possam ser validados na eleição de domingo.
Dilma. Enquanto há quatro anos o PT tentava, na Justiça, impedir que Donizete usasse a imagem da presidente cassada Dilma Rousseff em sua campanha, hoje o cenário na cidade é totalmente diferente. A presidente cassada é citada pelo atual prefeito, que tenta a reelei- ção, em tom crítico e está ausente da propaganda do candidato do PT. “Cada campanha tem sua história. Em 2012 a cidade queria alguém que interagisse tanto com o governo federal quanto com o estadual. Com tudo o que aconteceu, acabou de desconstituindo isso”, disse.
Donizete, que conta com o apoio de 23 partidos, incluindo aliados históricos do PT, como o PC do B, diz que não é o único a tentar se livrar de Dilma e voltar a campanha para temas locais. “O candidato do PT fez de tudo para se deslocar do partido.”
Pochmann rebate a acusação. “Temos feito uma campanha com militância. Em 2012 tivemos que disputar com ele e imagem de Dilma e hoje ele come- çou a falar mal dela”, disse o candidato petista
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