- Diário do Poder
Mesmo ainda em meio às dificuldades decorrentes da mais perversa recessão de nossa história republicana, fruto do legado de desmantelo dos 13 anos de governos lulopetistas, o Brasil apresenta dados consistentes que apontam para a retomada da atividade econômica e o início de uma sólida recuperação. Não é exagero afirmar que, depois de praticamente três anos consecutivos de declínio, o país vem saindo do fundo do poço e deixando uma agenda negativa para trás, passando a ter condições de projetar o futuro com mais otimismo.
É o que indica a Carta de Conjuntura divulgada no início desta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), uma espécie de prévia dos dados consolidados do IBGE. Segundo o relatório, “o bom desempenho dos indicadores mensais de atividade em 2017 mostra uma recuperação gradual da economia”.
De acordo com o boletim, o Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou um crescimento significativo em 64% dos segmentos da economia brasileira no mês de julho. O indicador da produção industrial, por exemplo, apresentou alta de 0,2% em agosto – em relação ao mesmo mês do ano passado, a expansão é de 5,3%.
Também em agosto, os dados referentes ao comércio mostram avanço de 2,6% nas vendas do varejo. No índice que mede a chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que analisa os investimentos, o crescimento foi de 1,1% em julho na comparação com junho. Por fim, no que diz respeito à agropecuária, o Ipea registra uma expressiva elevação de 14,8% nos primeiros sete meses deste ano em relação ao mesmo período de 2016.
É evidente que, apesar da mudança de expectativas em relação à economia, o caminho para tirarmos o Brasil da crise de forma definitiva é tortuoso e exige seriedade, paciência e responsabilidade. Não podemos ignorar o grande contingente de desempregados em todo o país, já que o nível de emprego, historicamente, é a última variável a ser afetada em processos de recuperação econômica – embora, é bom que se diga, também a quantidade de vagas abertas no mercado de trabalho venha aumentando gradativamente a cada mês.
Sabemos que a crise não se encerrará totalmente em 2018, quando concluiremos a transição democrática e constitucional após o impeachment, mas as próximas eleições serão determinantes para a consolidação do nosso futuro. Até lá, o PPS permanece com sua posição de independência em relação ao atual governo, mas sempre deixando claro o nosso firme compromisso de apoiar a transição e as reformas.
Tenho reafirmado a importância da união de todas as forças do campo democrático para que as conquistas alcançadas nos últimos meses, sobretudo no cenário econômico, não sejam desperdiçadas por uma disjuntiva deletéria para o Brasil entre os extremos do espectro político. Temos de apresentar ao país uma candidatura virtuosa que unifique o centro democrático e se apresente como real alternativa à polarização entre uma esquerda atrasada e reacionária, que apoia abertamente a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela, e uma extrema-direita igualmente populista e de viés claramente fascista, que defende a ditadura militar instalada por mais de 20 anos no Brasil e, inclusive, as torturas por ela praticadas naquele período de triste memória.
Depois de sairmos do buraco em que os governos de Lula e Dilma nos meteram, é fundamental prosseguirmos neste caminho de retomada, com a diminuição da inflação, o aumento do poder de compra dos brasileiros, a diminuição da taxa de juros, o crescimento do PIB e a geração de empregos que tanto se espera. Para tanto, temos de aprovar as reformas necessárias ao país, concluir a transição até 2018 e iniciar um novo ciclo de desenvolvimento a partir de um governo eleito e respaldado pela maioria da população. A crise é grave, mas está ficando para trás. É hora de avançar.
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Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS
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