DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - A candidata Dilma ainda está quente, e a presidente eleita Dilma já sinaliza a possibilidade de ressuscitar a CPMF - algo sobre o qual não abrira a boca durante toda a longuíssima campanha.
Isso causa, evidentemente, o maior rebuliço na opinião pública, nos partidos aliados, nos governistas, nos mercados. Há um desequilíbrio entre ônus e bônus.
O bônus econômico é questionável. Primeiro, porque a receita da Saúde se manteve praticamente estável antes, durante e depois da CPMF. Segundo, porque a arrecadação vai muito bem, obrigada. A receita cresceu duas vezes mais que a CPMF nos dois mandatos de Lula. Dilma precisa de mais imposto?
O mercado acha que não. Apesar de ter jogado todas as fichas e simpatias na candidatura de Dilma, de "esquerda", já está reagindo. Nem se sabe ainda se a CPMF voltará, mas os juros disparam na Bolsa de Mercadorias e Futuros.
E o ônus político pode ser pesado. Trazer a CPMF de volta à pauta é mexer com o bolso e com a emoção de quem paga a conta e dar de presente uma boia para a oposição se agarrar, particularmente o DEM. É também excitar o ambiente entre os dez partidos aliados, a dois meses da troca de governo, com todos eles se estapeando por cargos.
Principalmente, cria mais um teste de fogo para Dilma, que já tem mil problemas para se preocupar e cujo forte não é exatamente o jogo de cintura e a negociação política.
Se é uma temeridade política sem contrapartida econômica, resta uma conclusão: a CPMF é mais um voluntarismo de Lula. Com tantas vitórias, ele não suporta a ideia de conviver com essa doída derrota no Congresso e quer rebobinar o filme. Depois de "caçar" adversários e conclamar o "extermínio" da oposição, agora quer vingança.
Simultaneamente, Lula faz pronunciamento na TV propondo que oposição e governo respeitem-se mutuamente e divirjam de "forma madura e civilizada". Parece piada.
BRASÍLIA - A candidata Dilma ainda está quente, e a presidente eleita Dilma já sinaliza a possibilidade de ressuscitar a CPMF - algo sobre o qual não abrira a boca durante toda a longuíssima campanha.
Isso causa, evidentemente, o maior rebuliço na opinião pública, nos partidos aliados, nos governistas, nos mercados. Há um desequilíbrio entre ônus e bônus.
O bônus econômico é questionável. Primeiro, porque a receita da Saúde se manteve praticamente estável antes, durante e depois da CPMF. Segundo, porque a arrecadação vai muito bem, obrigada. A receita cresceu duas vezes mais que a CPMF nos dois mandatos de Lula. Dilma precisa de mais imposto?
O mercado acha que não. Apesar de ter jogado todas as fichas e simpatias na candidatura de Dilma, de "esquerda", já está reagindo. Nem se sabe ainda se a CPMF voltará, mas os juros disparam na Bolsa de Mercadorias e Futuros.
E o ônus político pode ser pesado. Trazer a CPMF de volta à pauta é mexer com o bolso e com a emoção de quem paga a conta e dar de presente uma boia para a oposição se agarrar, particularmente o DEM. É também excitar o ambiente entre os dez partidos aliados, a dois meses da troca de governo, com todos eles se estapeando por cargos.
Principalmente, cria mais um teste de fogo para Dilma, que já tem mil problemas para se preocupar e cujo forte não é exatamente o jogo de cintura e a negociação política.
Se é uma temeridade política sem contrapartida econômica, resta uma conclusão: a CPMF é mais um voluntarismo de Lula. Com tantas vitórias, ele não suporta a ideia de conviver com essa doída derrota no Congresso e quer rebobinar o filme. Depois de "caçar" adversários e conclamar o "extermínio" da oposição, agora quer vingança.
Simultaneamente, Lula faz pronunciamento na TV propondo que oposição e governo respeitem-se mutuamente e divirjam de "forma madura e civilizada". Parece piada.
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