Derrotado na eleição presidencial do ano passado, José Serra reapareceu ontem em Brasília, na tentativa de unificar o partido na defesa de um salário mínimo de R$ 600 - o governo defende reajuste para R$ 545, o que tem motivado protestos das centrais sindicais. Empenhado em recuperar espaço no PSDB, Serra pregou que os tucanos adotem um mandamento: “Não atacarás o seu companheiro de partido para não servires ao adversário".
Mínimo de R$ 600 é ‘factível’, afirma Serra na Câmara
Entre afagos a Aécio, tucano prega o ‘11º mandamento do PSDB’: ‘Não atacarás o companheiro de partido para não servires ao adversário’
Eugênia Lopes
BRASÍLIA - Na tentativa de recuperar espaço dentro do PSDB, o candidato derrotado à Presidência da República, José Serra (SP), reuniu-se ontem com a bancada da Câmara e do Senado para pregar a unidade do partido e uma oposição consistente ao governo de Dilma Rousseff. Na opinião dele, o salário mínimo de R$ 600 é "factível" e não coloca em risco as contas públicas.
Sem revelar se é candidato ou não à presidência do PSDB, Serra defendeu a criação do 11.º mandamento para o partido: tucano não fala mal de tucano. "Não atacarás o seu companheiro de partido para não servires ao teu adversário", resumiu o ex-governador de São Paulo, durante palestra à bancada da Câmara.
Foi um recado aos deputados tucanos que, no início do mês, fizeram abaixo-assinado defendendo a recondução do deputado Sérgio Guerra (PE) à presidência do PSDB. "Esse mandamento não vale para o meu lado porque eu nunca disse uma palavra contra o Serra. Nunca fiz a menor critica ao nosso candidato", rebateu Guerra. "É preciso um bom convívio entre os tucanos para que eles não se biquem entre si", observou o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP).
Serra mostrou-se humilde diante da bancada tucana. "Depois da eleição, tem momentos em que me sinto bem e outros em que me sinto mal", admitiu. "Estou aqui para ajudar. Vou servir ao Brasil e ao partido."
Depois do desabafo com os deputados, Serra foi para o Senado almoçar com os senadores tucanos. Fez questão de abraçar e posar para fotos ao lado do senador Aécio Neves (MG). Os dois são adversários dentro do partido: ambos têm pretensões de ser o candidato tucano à Presidência da República, em 2014.
O abaixo-assinado dos deputados em apoio à reeleição de Sérgio Guerra no comando do partido, articulados por aliados de Aécio, acirrou a tensão entre serristas e aecistas. Serra não admite publicamente sua intenção de concorrer à presidência do PSDB, em eleição prevista para maio. Seus aliados defendem, no entanto, que o ex-governador assuma o comando do partido para se manter presente na cena política. Foi isso que Serra tentou fazer ontem ao visitar pela primeira vez o Congresso após sua derrota na corrida presidencial.
Como papel da oposição, Serra pregou uma fiscalização sem tréguas das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "A bancada tem obrigação de controlar as obras desse falado PAC, que nunca foi o que se dizia. Não faz nada e não tem dinheiro no Orçamento", afirmou. Ao defender o mínimo de R$ 600, o ex-governador disse que vai ao Senado, como propôs o senador Itamar Franco (PPS-MG), para explicar como definiu esse valor durante a campanha para a Presidência da República. "Apresentei essa proposta e posso fundamentá-la. E apresentarei as principais questões que me levaram a fazer essa proposta que envolve, não só o financiamento direto de um mínimo menos indecente do que é hoje, como também as questões correlacionadas da nossa economia."
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
Mínimo de R$ 600 é ‘factível’, afirma Serra na Câmara
Entre afagos a Aécio, tucano prega o ‘11º mandamento do PSDB’: ‘Não atacarás o companheiro de partido para não servires ao adversário’
Eugênia Lopes
BRASÍLIA - Na tentativa de recuperar espaço dentro do PSDB, o candidato derrotado à Presidência da República, José Serra (SP), reuniu-se ontem com a bancada da Câmara e do Senado para pregar a unidade do partido e uma oposição consistente ao governo de Dilma Rousseff. Na opinião dele, o salário mínimo de R$ 600 é "factível" e não coloca em risco as contas públicas.
Sem revelar se é candidato ou não à presidência do PSDB, Serra defendeu a criação do 11.º mandamento para o partido: tucano não fala mal de tucano. "Não atacarás o seu companheiro de partido para não servires ao teu adversário", resumiu o ex-governador de São Paulo, durante palestra à bancada da Câmara.
Foi um recado aos deputados tucanos que, no início do mês, fizeram abaixo-assinado defendendo a recondução do deputado Sérgio Guerra (PE) à presidência do PSDB. "Esse mandamento não vale para o meu lado porque eu nunca disse uma palavra contra o Serra. Nunca fiz a menor critica ao nosso candidato", rebateu Guerra. "É preciso um bom convívio entre os tucanos para que eles não se biquem entre si", observou o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP).
Serra mostrou-se humilde diante da bancada tucana. "Depois da eleição, tem momentos em que me sinto bem e outros em que me sinto mal", admitiu. "Estou aqui para ajudar. Vou servir ao Brasil e ao partido."
Depois do desabafo com os deputados, Serra foi para o Senado almoçar com os senadores tucanos. Fez questão de abraçar e posar para fotos ao lado do senador Aécio Neves (MG). Os dois são adversários dentro do partido: ambos têm pretensões de ser o candidato tucano à Presidência da República, em 2014.
O abaixo-assinado dos deputados em apoio à reeleição de Sérgio Guerra no comando do partido, articulados por aliados de Aécio, acirrou a tensão entre serristas e aecistas. Serra não admite publicamente sua intenção de concorrer à presidência do PSDB, em eleição prevista para maio. Seus aliados defendem, no entanto, que o ex-governador assuma o comando do partido para se manter presente na cena política. Foi isso que Serra tentou fazer ontem ao visitar pela primeira vez o Congresso após sua derrota na corrida presidencial.
Como papel da oposição, Serra pregou uma fiscalização sem tréguas das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "A bancada tem obrigação de controlar as obras desse falado PAC, que nunca foi o que se dizia. Não faz nada e não tem dinheiro no Orçamento", afirmou. Ao defender o mínimo de R$ 600, o ex-governador disse que vai ao Senado, como propôs o senador Itamar Franco (PPS-MG), para explicar como definiu esse valor durante a campanha para a Presidência da República. "Apresentei essa proposta e posso fundamentá-la. E apresentarei as principais questões que me levaram a fazer essa proposta que envolve, não só o financiamento direto de um mínimo menos indecente do que é hoje, como também as questões correlacionadas da nossa economia."
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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