Algo deu errado no governo da presidente-gerente Dilma Rousseff. Afinal, é consenso dentro e fora da Esplanada dos Ministérios que há um problema de gestão travando investimentos públicos e o andamento de projetos.
Nas palavras de um assessor privilegiado, Dilma surfou na onda da imagem de "faxineira", deu como certo que o país iria crescer e se esqueceu de checar como ficaram as máquinas dos ministérios pós-queda de seus ministros.
Quando a ficha caiu, ao ser informada que o país patinou no início de 2012, a presidente "descobriu" tardiamente que ministérios vitais para o investimento público, como Transportes e Cidades, estavam vivendo um estado de paralisia.
O que aconteceu? Para uns, a gerente Dilma simplesmente cochilou no ponto. Para outros, não foi informada do que estava acontecendo diante do receio dos subordinados de levar bronca, algo comum no Palácio do Planalto.
Outra explicação, que não elimina as duas anteriores, é que Dilma retirou autonomia de alguns chefiados e entregou o comando de certas áreas a burocratas. Nada contra, mas, na definição de um assessor, eles pecam pela falta de ousadia e de coragem diante da chefe.
Esse grupo faz tudo direitinho, segundo um aliado político, mas evita entrar em bola dividida. Resultado: as polêmicas e questionamentos desaparecem, mas quase nada acontece também em suas pastas.
Há quem aponte ainda o dedo na direção da própria Dilma, destacando seu estilo "micromanagement", de querer saber o detalhe do detalhe, emperrando vários projetos.
Seja o que for, algo está fora do eixo quando surge o consenso de que, no atual governo, há problemas sérios de gestão. Não era para ser assim na administração daquela que foi, de fato, a grande gerente da era Lula e, na campanha presidencial, teve esse atributo destacado pelo eleitor ao definir seu voto.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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