Lula não é mais aquele, sua
liderança se esvai e sua influência míngua, constatam analistas, cientistas,
especialistas em geral.
Daqui desse canto, no entanto,
o panorama não parece assim tão definido nem soa completamente comprovada a
tese de que o ex-presidente já possa ser visto como um rio que passou na vida
política do Brasil.
É preciso esperar para ver se
as urnas conferem com o que ainda é uma impressão. Nas eleições municipais as
pesquisas indicam possibilidades de arrancadas de última hora de candidatos
petistas em capitais.
Se confirmadas, terão
coincidido com a entrada de Lula nas campanhas e aí será preciso rever os raciocínios
segundo os quais o ex-presidente já caminha para sentar praça no passado.
Verdade que ele não inspira o
mesmo entusiasmo entre os que até outro dia o consideravam um oráculo nem
provoca o mesmo temor entre aqueles que, na oposição, evitavam enfrentá-lo. No
ambiente dos políticos e partidos aliados tampouco priva da reverência de
antes.
É fato que cometeu erros graves
de avaliação, quando superestimou seu poder de influir na vontade do
eleitorado, de comandar o calendário, de dar o tom do julgamento e submeter a
decisão do Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão aos seus
desígnios.
São dados da realidade. Não
necessariamente decorrentes de uma situação excepcional. Antes a consequência
natural da perda dos instrumentos da Presidência da República.
Nesse aspecto, Lula não é muito
diferente de qualquer outro governante que se afastou do poder. Perdidas a
caneta, a posse do Diário Oficial e a veneração inerente ao cargo,
evidentemente não poderia ser o mesmo.
Não há poderio eterno nem
qualidades divinas. Não sendo Deus nem super-homem, Lula está ao alcance das
contingências da vida, nas quais se incluem as consequências da privação de
poder.
Sete
palmos. Se ainda não estivesse
enterrada a versão de que o PT deu dinheiro aos aliados para financiar, entre
outras, campanhas nas eleições municipais de 2004, o relator Joaquim Barbosa
ontem apresentou um argumento definitivo.
Como as alianças locais não
seguem o critério da coalizão nacional, não faria sentido o PT, em 2003, se
oferecer para pagar as contas daqueles que poderiam vir a disputar com o
partido no plano municipal.
Linha de
comando. Joaquim Barbosa desenhou o
papel de José Dirceu como articulador político do governo Lula, como
ministro-chefe da Casa Civil. Baseado em depoimento do próprio Dirceu que na
Justiça asseverou sua condição de "responsável"pela formação da base.
Um episódio mais que conhecido,
contudo, aponta quem dava a última palavra no assunto.
É aquele em que o ainda
presidente eleito desfez de véspera acordo firmado por José Dirceu com o PMDB.
A decisão de Lula à época foi
unilateral. Por avaliar que os pemedebistas não seriam boas e probas
companhias, optou pela parceria com PL, PTB, PP e adjacências. Com o PMDB, fez
acordo "informal" com a ala que viria a eleger José Borba - agora o
único réu ligado ao partido - líder na Câmara.
Francamente.
Chega a ser uma contradição em
termos um deputado condenado por corrupção, que renunciou ao mandato para fugir
da cassação, ir à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos
Estados Americanos contra decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal à luz
das leis do País.
O currículo de Valdemar da
Costa Neto, cujo último feito foi a candidatura de Tiririca, com os votos de
quem elegeu a si e a um lote de deputados do PR, não se amolda ao papel de
mártir sob os auspícios de uma OEA que tem mais o que fazer.
Fonte: O Estado de S. Paulo
3 comentários:
Minha cara Dora e demais, depende de como essa avaliação do poder de Lula seja encarado, se levarmos em conta as patacoadas propagadas pelo ex-presidente e sua turma é óbvio que o cabra manda e desmanda em tudo e em todos, porém, se pesquisarmos um pouco logo veremos que a coisa já vem mudando faz tempo, não nego que o Lula é um ator formidável, apesar dos altos índices de popularidade, muito mais da metade dessas mesmas pessoas não segue seus conselhos nas eleições, vejam os números abaixo:
2002 - Lula ELEITO EM 2002
2004 - PT ELEGE PREFEITOS EM 9 CAPITAIS
2006 - PT ELEGE 5 GOVERNADORES
2006 - PSDB ELEGE 6 GOVERNADORES
2008 - PT ELEGE PREFEITOS EM 5 CAPITAIS, 3 A MENOS QUE EM 2004
2010 - PT ELEGE 5 GOVERNADORES E PSDB PULA DE 6 PRARA 8.
Sendo assim minhas caras e meus caros, o Lula sem o PMDB e as suas armações não transfere voto nenhum, só queria ver êle eleger a Dilma em 2010 sem o PMDB e os cofres escancarados.
CORREÇÃO
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2008 - PT ELEGE PREFEITOS EM 5 CAPITAIS, 4 A MENOS QUE EM 2004
CORREÇÃO
2008 - PT ELEGE PREFEITOS EM 5 CAPITAIS, 4 A MENOS QUE EM 2004
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