O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab quer ser ministro da presidente Dilma Rousseff. Mas só em 2015, caso Dilma seja reeleita. O presidente do PSD vai se candidatar no ano que vem, possivelmente a governador de São Paulo. Como sabe que provavelmente não terá chances na disputa pelo Palácio do Bandeirantes, polarizada entre PT e PSDB, quer se apresentar como fiel da balança em um provável segundo turno, apoiando o candidato petista ao governo paulista. "A política é um exercício de alternativas. Existe melhor forma de Kassab cacifar-se perante a presidente Dilma?" indagou ao Correio um dirigente do PSD.
Para assegurar, no entanto, espaço na reforma ministerial que será deflagrada após a eleição das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, Kassab tem dito aos dirigentes partidários que a legenda deveria aceitar os dois ministérios que estão sendo cogitados na cota do partido: a Secretaria de Aviação Civil e a pasta da Micro e Pequena Empresa — que ainda será criada.
Os correligionários reclamam que são dois ministérios aquém da importância do partido. Por isso, o ex-prefeito sonha que as duas sejam entregues ao PSD, embora o Planalto cogite apenas uma — o Ministério da Micro e Pequena Empresa, que aguarda votação no Senado para sair do papel. "Entrar no governo agora é um risco, porque as peças já estão encaixadas. Mas se a presidente Dilma nos convidar, não há como dizer não", justificou um pessedista.
Aliado
Um dos nomes cotados para assumir o Ministério da Micro e Pequena Empresa é o presidente da Confederação Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e ex-presidente do Sindicato da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Paulo Safady Simão. Muito próximo da presidente Dilma, o empresário mineiro foi considerado um grande parceiro do governo durante as negociações para a implantação do programa Minha Casa, Minha Vida.
Kassab tem dito que não assumirá qualquer cargo no Executivo federal neste momento. A menos, claro, que seja um ministério de peso, como o dos Transportes, por exemplo. Essa hipótese, no entanto, é praticamente impossível, já que Dilma não pretende trocar o ministro Paulo Sérgio Passos e existem outros partidos maiores, como o PMDB, que sonham com a pasta há bem mais tempo.
Por essa razão, o ex-prefeito planeja o próprio futuro para 2015. E opta por uma estratégia muito semelhante à adotada pelo PMDB de Gabriel Chalita na disputa pela prefeitura paulistana. Sob o argumento dado pelo vice-presidente Michel Temer de aumentar o poder político do partido na cidade, Chalita ficou em quarto lugar na eleição e apoiou o PT no segundo turno, o que o credenciou para uma vaga na Esplanada, possivelmente mo Ministério da Ciência e Tecnologia.
Integrantes do PSD afirmam que Kassab não poderá prescindir de disputar um cargo eletivo no ano que vem. Principalmente depois de ter deixado a prefeitura de São Paulo com péssimos índices de popularidade. Kassab já avisou que não existe hipótese de o PSD apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB). A relação entre os dois nunca foi boa e azedou de vez durante a campanha municipal de 2008, quando Alckmin foi candidato a prefeito e parte do PSDB ligada ao então governador José Serra apoiou a reeleição de Kassab, à época no DEM.
Na disputa municipal deste ano, Kassab só apoiou o PSDB quando José Serra decidiu ser candidato, mas essa aliança não tende a se repetir no futuro. "A dívida de Kassab com Serra foi quitada em 2012", garantiu um aliado do ex-prefeito. (PTL)
Fonte: Correio Braziliense
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