Governador reduz as aparições públicas
Débora Duque
Não foi só a bancada de oposição na Câmara do Recife que resolveu dar uma "trégua" de cem dias ao novo prefeito Geraldo Julio (PSB), conforme já anunciou a líder do bloco, Aline Mariano (PSDB). Fiador do ingresso do socialista na política, o governador Eduardo Campos também reduziu o ritmo de aparições públicas para deixar que o pupilo "brilhe" sozinho neste início de mandato. A estratégia é tentar, na medida do possível, sair de cena nessa etapa inicial para que os holofotes se voltem exclusivamente para os primeiros passos da gestão de Geraldo.
Prova disso foram as agendas reclusas mantidas por Eduardo ao longo desta semana. A última pauta externa do governador aconteceu na sexta-feira passada (04), quando deu posse aos novos diretores da rede estadual de ensino e lançou o programa "Novos Talentos". De lá para cá, foram só compromissos internos, exatamente o oposto do que se sucedeu com Geraldo Julio. O prefeito manteve agendas públicas todos os dias, inclusive no final de semana, e procurou trazer sempre um "fato novo" à sua recém-iniciada administração. Num dia lançou a operação "Faxina Geral", em outro, pediu ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), recursos para financiar obras de contenção das encostas e, ontem, por exemplo, anunciou a construção do "Compaz".
Eduardo Campos, no entanto, abre hoje uma exceção em sua fase de "reclusão" para lançar o edital para construção do Parque Urbano da Macaxeira, na Zona Norte do Recife. No entanto, o prefeito Geraldo Julio estará ao seu lado. Desde o início do mandato, ambos estiveram juntos na cerimônia de posse de Geraldo, no dia 1º, e no anúncio do terreno onde será construído o Hospital da Mulher.
Até o início de abril, o governador dará prioridade a visitas a outros Estados e a presença em pautas nacionais, reforçando seu nome para a sucessão presidencial de 2014 e, ao mesmo tempo, evitando encobrir os feitos do afilhado político. O período coincide também com a fase de rearrumação no Executivo estadual, que teve alguns quadros cedidos às gestões municipais e ainda se ajusta para abrigar aliados derrotados nas últimas eleições.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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