Se Dilma Rousseff está debaixo de críticas e de problemas na economia, começou o ano pré-eleitoral bem melhor na política do que a oposição.
Enquanto ela se reunia na Bahia com Eduardo Campos para consolidar a união da sua base aliada, segurando o PSB e ratificando o PMDB, a oposição está aos cacos, e o PSDB, sob ataque especulativo.
Além de a cúpula do DEM se reunir na mesma Bahia e acertar que não "vai correr o risco dos outros" -ou seja, não quer afundar na canoa tucana-, o PSDB pode perder quadros para o novo partido de Marina Silva e o casamento entre José Serra e Aécio Neves está por um fio. Não cabem os dois tucanos no mesmo poleiro.
Criar um novo partido é um velho sonho de Serra, que desmentiu por desmentir quando publicamos essa notícia há alguns anos na Folha. O problema é para onde correr. Ruim no PSDB, pior sem ele.
Quem topa uma aventura partidária com Serra? Dá tempo para ter tudo pronto em outubro de 2014? E os 44% de votos em 2010 foram dele, do PSDB ou em boa parte de quem simplesmente não queria o PT? E o plano B? O PPS dá para o gasto?
O ambiente ainda é nebuloso e daqui às eleições há uma eternidade política, mas as pesquisas iluminam claramente a reeleição de Dilma ou a volta de Lula, e não é rachados, sem o apoio praticamente incondicional do DEM e ameaçados de perder aliados para Marina, que Aécio e Serra vão reverter a expectativa. Ao contrário.
O PIB baixo, os jeitinhos contábeis, as críticas ao estilo Dilma e as incertezas na vital e emblemática área de energia contam contra Dilma, mas ela tem o que mostrar. E os adversários? Vão buscar FHC de 15, 17 anos atrás?
A oposição tropeça na política e desaba na incapacidade de contrapor qualquer coisa convincente ao que está aí. De Dilma, há o que debater e criticar, para o bem e para o mal. Dos opositores, nem isso. Aliás, nem se sabe quem exatamente são.
Fonte: Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário