José Roberto de Toledo
A maior parte dos brasileiros (38%) acha que o noticiário foi mais favorável à presidente Dilma Rousseff nos últimos três meses. Pela primeira vez desde que ela tomou posse, essa fatia é maior do que a dos que consideram que houve mais notícias neutras (34%) ou negativas (17%). Dilma não é popular só por causa disso, mas a comunicação ajudou a presidente.
Das dez notícias mais lembradas pelos brasileiros nos últimos três meses, apenas uma (aumento do preço da gasolina) foi francamente negativa para o governo - e, mesmo assim, foi citada por apenas 3% das pessoas.
A grande maioria foi de boas notícias para Dilma: redução da tarifa de energia, corte de impostos da cesta básica, aumento do salário mínimo, e a presença solidária da presidente em eventos trágicos, como o incêndio em Santa Maria, ou notórios, como a despedida do papa e o enterro de Hugo Chávez.
Isso mostra que a comunicação presidencial está mais ativa, seja criando fatos positivos - como o anúncio em cadeia de TV do corte de impostos da cesta básica -, seja aproveitando bem as oportunidades que aparecem. É mais um sinal de que a campanha eleitoral de 2014 começou e com força, ao menos para Dilma.
Comunicação é o que as pessoas entendem, não o que quem falou pensa ter dito. Por enquanto, o governo está dando um banho na oposição nesse quesito. O anúncio da redução da tarifa de eletricidade, por exemplo, foi cinco vezes mais lembrado do que o noticiário sobre o pibinho. Talvez porque um afete diretamente o público, e o outro, não.
Não por coincidência, o único segmento social onde a popularidade de Dilma aumentou foi entre os mais pobres, justamente aqueles que mais se beneficiam do aumento do salário mínimo e da prometida redução do preço dos alimentos e da energia.
Nada garante que o vento continue soprando a favor de Dilma até a eleição, mas é mais fácil navegar uma tendência do que revertê-la. Esse é o desafio da oposição.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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