terça-feira, 14 de junho de 2016

Casos de Jaques Wagner, Edinho Silva e Ideli também vão para Curitiba

• Todos perderam o direito ao foro privilegiado no STF ao sair do governo

- O Globo

-BRASÍLIA- Além das investigações sobre o ex-presidente Lula, o ministro Teori Zavascki, do STF, determinou ontem que outros cinco procedimentos da Lava-Jato sejam encaminhados ao juiz Sérgio Moro: um inquérito contra o ex-ministro Edinho Silva e quatro petições com indícios contra os ex-ministros Jaques Wagner e Ideli Salvatti, o ex-senador Delcídio Amaral, e o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli. Correm no STF só processos em que pelo menos um dos investigados tem foro privilegiado, caso de deputados e senadores. Nenhum dos cinco políticos se enquadra nesta situação.

Das quatro petições, duas trazem trechos da delação do ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró, na qual ele diz que a campanha do então candidato Jaques Wagner ao governo da Bahia pelo PT, em 2006, foi beneficiada com recursos desviados da Petrobras.


Em uma das petições, Cerveró disse que o apoio financeiro dado por Gabrielli, na época presidente da Petrobras, foi o que permitiu Wagner sair da condição de azarão para vencer a eleição. De acordo com Cerveró, Gabrielli, por sua vez, só conseguiu chegar ao posto porque teve o apoio de Wagner.

Outras duas petições que tiveram origem na delação de Cerveró também foram encaminhadas para Moro. Uma delas analisa se o ex-senador Delcídio Amaral, também delator da Lava-Jato, recebeu propina da multinacional francesa Alstom para a exploração de usinas termelétricas, na época em que era diretor de Gás e Energia da Petrobras, ainda durante o governo do tucano Fernando Henrique.

A outra petição apura se a ex-senadora e ex-ministra Ideli Salvatti interferiu na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, para renegociar uma dívida de R$ 90 milhões que a transportadora Dalçoquio tinha com a estatal.

Teori também mandou para a primeira instância inquérito aberto para investigar se Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, solicitou doações ilícitas ao empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira da UTC. Em 2015, Edinho se tornou ministro de Comunicação Social de Dilma.

Com o afastamento da presidente, no mês passado, Edinho e Wagner perderam os cargos que tinham no ministério e, com isso, o foro privilegiado no STF. Ideli deixou o governo Dilma antes, em 2015. Delcídio perdeu o foro porque teve o mandato cassado.

Na semana passada, o ministro Celso de Mello, também do STF, enviou para Moro o pedido de abertura de inquérito contra Wagner. Neste caso, ele também foi acusado de receber recursos ilícitos para sua campanha em 2006.

Mensagens de texto do expresidente da OAS Léo Pinheiro mostraram que Jaques tratou de doações para a campanha do PT em Salvador em 2012, quando ainda era governador da Bahia. No governo Dilma, Wagner passou por três ministérios: Defesa, Casa Civil e Gabinete da presidente.

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