Os Correios já foram sinônimo de eficiência, mas, com o passar do tempo e de governos, a empresa não manteve o padrão e, principalmente, não conseguiu enfrentar com êxito a revolução tecnológica de que resultou a internet. As mudanças abalaram parte importante de seus negócios, com o advento do e-mail, imbatível substituto das cartas, mas, em contrapartida, criariam o e-commerce e um enorme fluxo de mercadorias. Em vão, para a estatal.
Como é da visão de mundo de certa esquerda, estatais precisam ser preservadas a qualquer custo, por se tratarem de “patrimônio do povo”. Assim, tudo que ameace monopólios estatais precisa ser combatido.
É um engano. Está provado pela própria Petrobras, virtualmente quebrada quando ficou sob o jugo lulopetista, que a saqueou, pela corrupção, e a forçou seguir um modelo nacional-populista tecnicamente inconsistente. Revertido o monopólio que no governo Dilma tentou-se instituir na operação no pré-sal, e finalizada uma política nacional-populista na compra de equipamento para projetos de exploração nesta área, a empresa renasceu.
Se a revolução tecnológica digital esmagou os “velhos” Correios, ao criar o negócio do ecommerce também instituiu um dinâmico segmento de entrega de mercadorias. Mas os Correios não conseguiram aproveitar, por padecerem dos males decorrentes do aparelhamento de que tem sido vítima. A partir de 2003, já no primeiro governo Lula e devido ao seu projeto de conseguir apoio parlamentar por meio do troca-troca do fisiologismo, os Correios foram transacionados neste balcão de ofertas e procuras.
Já é parte da crônica política o protagonismo dos Correios na denúncia do mensalão feita em 2005 pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), ilustrada pela cena de corrupção explícita, em que um alto funcionário da empresa, indicado por Jefferson, embolsa um maço de notas. Maurício Marinho, o flagrado, era indicação do deputado, que, se sentindo ameaçado pelo ainda poderoso José Dirceu, chefe da Casa Civil de Lula, no seu primeiro governo, denunciou o esquema do mensalão, gerenciado por Dirceu.
Empresa centenária, além de padecer do aparelhamento partidário, enfrenta a corrosão de corporações sindicais que, como praxe, impedem a modernização. A estatal tem acumulado prejuízos anuais bilionários — a estimativa para o ano passado é de R$ 1,7 bilhão, tendo ficado acima dos R$ 2 bilhões em exercícios anteriores. Trata-se de uma enorme máquina, com mais de 110 mil funcionários, sem condições de prestar bons serviços, caso não passe por um choque de gestão. Uma impossibilidade, diante do uso clientelista e fisiológico que partidos fazem da empresa e dos sindicatos e suas greves.
Simboliza a situação dos Correios recente incêndio no Centro de Entrega de Encomendas (CEE) de Jacarepaguá, no Rio, em que foram destruídos o prédio, seis veículos de entrega e nove mil encomendas.
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